Feminist Parking Lot

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E então já é ano novo, e eu sumi por dois meses... Desculpa, meus amores.

Bastante coisa nova aconteceu pra mim nesse final de ano, principalmente nesse último mês. E não, não abandonei a fic! TO AQUI, NÃO TÔ? Então calma, tudo sob controle, kkkkk.

Então, como esse é o último dia do ano - e também porque eu não postei nada de presente de natal para vocês -, eu estou criando o presente de ano novo, porque sim!

Aproveitem, que fiz bem grandão para vocês matarem a saudade ♥

x x x 


A principal tarefa de Liam na última semana vinha sendo ignorar Zayn o máximo que podia, como se não houvesse um amanhã. Era como se existisse esse jogo de regras silenciosas, de estratégias bobas e de trapaças constantes. O estúdio havia virado uma espécie de campo minado, onde os dois migravam de uma parte à outra como pessoas vazias e dotadas de uma casca de autoproteção excessiva, ignorando completamente a existência um do outro.

Liam não falava com Zayn, não olhava diretamente para ele e só chegava perto quando se mostrava extremamente necessário. Porém, toda vez que se impedia de olhá-lo, de passar ao lado dele ou até mesmo de prestar atenção nas mínimas tarefas rotineiras do apartamento, parecia estar travando uma batalha contra si mesmo e, de algum modo, podia sentir que o outro experimentava a mesma coisa. O tempo todo.

Na segunda-feira, mal se viram. Os dois passaram o dia fora e só vieram a se encontrar à noite, no estúdio. Liam percebia que Zayn parecia querer lhe falar algo, mas sinceramente, tudo nele ainda estava tão bagunçado e a ponto de explodir, que ele preferia simplesmente ignorar. Desse jeito, fazia apenas o suficiente para que a convivência não se tornasse completamente insuportável.

Na terça, os dois tomaram o café da manhã mais tenso de todos os tempos. Liam esperava que Zayn já tivesse saído do apartamento quando ele acordasse, assim como acontecia todos os dias, mas aquele era claramente um dia atípico. Um de cada lado do balcão da cozinha, eles preparavam suas xícaras de café e mordiam suas torradas da forma mais nervosa que já havia se visto. Liam, quando percebeu que Zayn mais uma vez ia falar alguma coisa, levantou e colocou a louça na pia. Isso claramente calou o moreno, que focou toda sua atenção nas migalhas solitárias do seu prato.

Jaqueta. Mochila. Carteira.

"Você viu minhas chaves?" perguntou, já vestindo o casaco para sair.

"Acho que estão em cima do..." ia dizendo Zayn, porém Liam o cortou.

"Achei. Valeu. Tchau" foram as três únicas palavras que disse, e então se projetou para fora do apartamento. Antes de fechar a porta, no entanto, só conseguiu ver Zayn o olhando com as sobrancelhas franzidas e a boca meio aberta.

Era óbvia a vontade de Zayn de querer desabafar alguma coisa, de direcionar algumas palavras a Liam, sendo elas sobre o dia do beijo ou não. Se seria mais fácil deixar com que ele falasse? Sim, com toda a certeza, mas Liam ainda não parecia preparado para ouvir qual seria a desculpa do moreno para cair fora – como costumava ser o seu plano de todas as vezes anteriores.

Foi então que houve, na quarta-feira, uma das situações mais ridículas em que eles podiam se colocar. O dia estava particularmente quente, e Zayn saiu do banho sem estar usando uma camiseta. Liam, que se encontrava no sofá terminando a leitura do livro de Schopenhauer, o olhou rapidamente. Todas aquelas tatuagens a mostra, o corpo magro e modelado, os cabelos meio molhados batendo na testa. Ele queria matá-lo por ser ridiculamente bonito e atraente de um jeito completamente distinto. Porém, se controlou e apenas virou a página.

SchopenhauerOnde histórias criam vida. Descubra agora