Assim chegámos a um restaurante, não muito longe. Ficava a , mais ou menos um quarteirão de distância. Entrei ao lado de Liam, e depois de uma curta conversa com o empregado, este encaminhou nos a uma mesa. Liam soltou lentamente a minha mão, puxando a cadeira para trás, para que me pudesse sentar. Sorri suavemente com o seu gesto e assim me sentei, puxando a cadeira para a frente. Observei-o sentar se e pegar no menu, acabando por fazer o mesmo.
Um outro empregado, este que estava a servir às mesas, aproximou-se e depois de pensar um pouco, fizemos os nossos pedidos. Entreguei o menu ao empregado e fiquei a olhar a expressão de Liam enquanto tirava a manga da minha camisa. Ri num tom baixo ainda com a sua expressão constrangida. - Está melhor. Mas quando chegar a casa, aconselho-o a desinfetar ou usar gelo. - Murmuro num tom meigo. Ele lançou-me um sorriso encantador, o que me fez retribuir.
Ao fim de algum tempo, vi o mesmo empregado de à pouco, se aproximar com dois pratos, os nossos pedidos. Encostei-me à cadeira para que o mesmo fosse colocado à minha frente e agradeci amavelmente, olhando Liam depois que o empregado lhe fez o mesmo. Sorri de canto. - Bom apetite Liam. - disse educadamente, vendo que o mesmo retribuiu à minha frase. Assim, comecei a comer.
Sentia o olhar dele em mim por vezes ao qual eu retribuía lançando-lhe também um sorriso. - Liam, como iremos resolver isto do acidente? - perguntei após dar uma garfada na comida que se encontrava à minha frente. - Não vamos pensar nisso agora, apenas vamos acabar o jantar e mais tarde veremos. - esta foi a resposta que obti por parte dele.
(...)
Assim que terminámos de jantar, vi Liam dirigir-se ao balcão o que me fez erguer a sobrancelha e ir atrás dele como se o parasse de fazer algo.
- Deixe-me pagar Liam, pelo menos para compensar o prejuízo do acidente.
- Já está pago! - após ele falar, automaticamente revirei os meus olhos. - Tudo bem. O reboque já cá está? - perguntei mudando de tema. - Não, atrasou-se um pouco. - Liam sorriu mais uma vez. O rapaz não pára de sorrir, ainda para mais tem um sorriso giro. Assenti ao que ele havia dito enquanto brincava com as minhas mãos.Após algum tempo de silêncio sinto novamente o olhar dele em mim. - Trabalhas em quê? - perguntou baixo. - Numa empresa aqui da zona. Sou secretária. E tu? - perguntei também. Já agora quero saber. - Na empresa do meu pai, aqui na zona também. Então... Desculpa se me estiver a meter, mas... Tu estavas a chorar por que razão? É que , cá entre nós, eu não me acredito que o tenhas feito apenas pelo acidente.- Engoli em seco devido á pergunta dele e senti as lágrimas ameaçarem sair dos meus olhos após me virem à memória as imagens que tinha visto antes de acontecer o acidente.
- Desculpa, não pensei que fosse assim tão mau. - disse ele com o seu olhar preocupado posto em mim. Não aguentei mais e assim desabei em lágrimas. - Não, não te preocupes. - Assim que disse isto, senti uns fortes e musculados braços á volta do meu corpo. Era ele. - Eu sei que nos conhecemos à muito pouco tempo mas não hesites em falar. Sou bom ouvinte. - Liam sorriu para mim de uma forma reconfortante. - Ele traiu-me. Eu encontrei-o na nossa cama com outra rapariga. Eu não estava à espera. - acabei por desabafar enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. - Foi por isso que este acidente aconteceu. Eu estava num estado tão nervoso, estava a chorar tanto que automaticamente deixei de ver e perdi o controlo do carro. Desculpa Liam, tu não tens culpa de nada e agora estás com o carro naquele estado. - suspirei pesadamente tentando controlar as lágrimas.
- Calma Sophia, está tudo bem. Esquece esse homem e esquece também o acidente. Estás bem e isso é que interessa, deixa o carro para lá. - sorriu para me confortar. Ele está a tentar ser simpático e realmente está a conseguir. - Sabes que carros há muitos, mas Sophias, ou Liams não. - acabei por rir com o ele havia dito.
Mantivemos uma conversa animada. Ele nunca mais tocou no assunto do George, ao qual eu agradeci mentalmente. Ele é um amor de pessoa e realmente tenta agradar. Confesso que agradeço a todos os santinhos por não me ter calhado um velho rabugento que me iria fazer a vida num inferno. Liam não parece ser desse tipo de homem. Vi então o reboque se aproximar e levantei-me dando a Liam o casaco dele, que me havia colocado nas costas à uns minutos devido ao frio que se fazia sentir e que me estava a congelar por completo o corpo. - Obrigada! - agradeci educadamente - Não tens de quê, Sophia. O prazer foi meu. -