Chapter Three.

52 8 0
                                    

Falamos por um tempo com o senhor do reboque e combinámos encontrarmo-nos daqui a uma semana na oficina para irmos buscar ambos os carros.
- Podíamos combinar algo e quarta feira íamos juntos buscar os carros, e depois aproveitávamos para tratar do assunto do seguro deles e assim. - falou Liam com uma voz suave e bastante encantadora. - Por mim, claro que sim. À hora de almoço? É que eu trabalho e não sou filha do patrão para justificar a falta. - ri baixo - Por mim tudo bem, apenas te pedia que me desses o teu número para depois combinarmos um local. - vi-o ir ao bolso tirando do mesmo o seu telemóvel, entregando-me de seguida para as mãos. - Marca aí! - disse ele à qual assenti e fiz.

Despedi-me dele com um beijo no rosto quanto o reboque me deixou num hotel. Eu não consigo ir para casa e saber que ele lá está... Tenho nojo daquele homem. Suspirei e fui tomar um relaxante banho. Depois do banho, vesti um pijama e deitei-me, preparando-me mentalmente para um novo dia.

16 de Abril de 2015

Acordei com o sol a invadir as paredes claras daquele quarto de hotel, abri os olhos lentamente e as imagens da noite passada surgiram-me na cabeça. Desde a saída do trabalho, até ao acidente. Tudo o que aconteceu ontem num curto espaço de tempo. Suspirei pesadamente tentando conter as lágrimas e ganhei coragem para me levantar. Sentei-me na beira da cama e olhei em volta. Sinto-me sozinha, sinto-me uma fraca, sinto-me trocada, basicamente sinto-me mal comigo, sinto que não sirvo para nada. E talvez seja mesmo verdade, se até o George me troca, as outras pessoas farão o mesmo. Acabei por me levantar, tenho mais coisas para fazer, isso já passou, tenho que esquecer-me disso.

Olhei em volta e fui até à casa de banho, lavei a cara e amarrei o meu cabelo. Regressando ao quarto, escolhi uma camisa branca e um conjunto de saia e blazer ambos pretos. Eu tenho sempre alguma roupa comigo no carro, nunca se sabe quando se pode precisar! Calcei os típicos saltos altos, na cor da camisa e peguei na minha mala de trabalho saindo assim daquele quarto, que talvez seja meu durante uns dias, até eu ganhar coragem de expulsar George da minha casa. 

Oh boa. Vou ter que ligar a um táxi para me vir buscar e assim vou chegar a atrasada, coisa que eu odeio. Bufei frustrada e peguei no meu telemóvel marcando o número dos táxis. Terei que esperar uns 10 minutos, espero mesmo que seja apenas isso. 

Ao fim desses supostos 10 minutos, que acabaram por ser 20, o táxi chegou. Entrei rapidamente indicando o meu destino. Olhei todo o caminho pela janela enquanto batia levemente com o pé no tapete escuro que encontrava no fundo daquele veículo. Eu odeio chegar atrasada, é a coisa que mais odeio. Ao fim de algum tempo cheguei, deixei uma nota no banco de pendura. - Fique com o troco. - disse saíndo rapidamente e corri para o interior da empresa. Fui até ao elevador, e entrei no mesmo apertando o botão que indicava o meu piso de trabalho.
Bom dia. - cumprimentei a Mel, a recepcionista e corri desajeitadamente, devido aos saltos, até ao meu escritório.
Entrei no mesmo, e coloquei a minha pasta em cima da minha mesa de trabalho. Sentei-me e controlei a respiração devido a toda a correria que havia feito.
Enquanto o computador ligava, voltei a sair indo buscar um café. - Mel, tira-me um café! - pedi educadamente - Sabes se o patrão disse algo, ou se me chamou? Eu não consegui vir mais cedo. - suspirei ainda ofegante - Não te preocupes, e tu não chegaste tão tarde quanto isso. - tranquilizou-me ela. Sorri-lhe docemente e peguei no café que ela me entregara para as mãos ao qual eu agradeci. Voltei então para o meu escritório começando a trabalhar.

Trabalhei durante algum tempo seguido, sem me interromperem. Ouço o som do telefone tocar e suspiro acabando por atender. - O filho do patrão pediu que lhe fosses levar uns documentas que ele tem que assinar, uns que o Sr. Payne já assinou. - ouvi do outro lado. Suspirei. - Tudo bem. Vou terminar o que estava a fazer e já lá vou. - pousei o telefone acabando de marcar as últimas reuniões que faltavam. Levantei-me procurando os papéis que Mel tinha falado, e quando os encontrei, ajeitei a minha roupa e saí do meu escritório indo até ao do filho do Sr. Payne. Eu nunca vi o rapaz na vida, parece um bicho de buraco, e não sai dalí.
Entre. - ouvi do outro lado. Suspirei e abri a porta sem olhar o rapaz ainda. Fechei a porta por trás de mim e entrei.

Accidentally In LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora