3 - doces

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Linha temporal: 13
Data: 19/06/1978

Gabriel acorda sobre alguns panos arrumados, como uma cama, do lado tinha uma pia, uma geladeira com a porta quebrada e um fogão pequeno. Corvo está sentado ao seu lado, ainda não se dá pra ver seu rosto. Gabriel se lembrou das aulas da Sra. Himmils, ele provavelmente era um arcano, e sendo tão poderoso era com certeza um Anirvana.

- Aonde estamos? - pergunta ao mesmo tempo que cutuca Corvo.

- Na casa dos Cabral, no território dos Asatan. - Corvo nem se meche ao responder.

- Cabral???, eles são os líderes dos Asatan, se eles virem um Anirvana aqui sozinho... Você é maluco como aquela mulher disse que você é. - Gabriel se levanta e caminha até a porta.

- Sente-se. - Gabriel sente seu corpo terrivelmente pesado, não consegue andar mais, então se senta. - eu vou te explicar tudo, então fique quieto por favor.

- Certo, me explique porque eu não tô entendendo mais nada.

- Aquela mulher se chama Elizabeth, ela é líder dos caminhantes das florestas, são todos formados por Asatans, e de vez em quando eles atacam algumas bases militares, farmácias ou até mercados. O objetivo deles é reverter a situação, ou seja, eles serem os governantes.

- Como essa mulher pode ser Asatan se ela possui uma pedra vermelha?

- Antes eu tenho de explicar sobre o tempo. Antes existia apenas uma linha do tempo, era equilibrado. Todos eram liderados pelo Profeta, ele trazia o equilíbrio, ele tinha o poder de controlar o tempo, ele usava para evitar tragédias, e curar os cidadão. Um dia Kailo criou as pedras, porém a pedra do Profeta foi modificada, ela extraiu tudo do dele, ele não previra isso pois confiava em Kailo. Agora com tanto poder em mãos, ele voltou no tempo, selou quase totalmente os poderes do Asatan original e queimou a aldeia de Asatan. Muitos homens Anirvana apareceram quando viram o fogo, ele também os matou. Eu era um deles. Por ele usar a pedra do profeta, várias linhas do tempo foram criadas, todas o profeta nunca existiu, e os Asatan são absurdamente fracos, além de que, quem morre na linha original, aparece nas outras linhas do tempo mas morre cedo.

- Mas você não era pra já estar morto Corvo?

- Eu sinto que o profeta me protege do meu destino, me deu uma missão, salvar o garoto da pedra amarelo, ele será a chave.

- Eu?, você deve estar me confundindo cara.

- Se não fosse você, você estaria morto ao entrar na rachadura do tempo. - Gabriel ficou confuso.

- Você me jogou dentro de uma rachadura do tempo, sabendo que eu podia morrer?

- Eu sabia que ia dar certo, eu te disse que já fiz aquela mesma situação 102 vezes.

- Se você já me salvou, porque está fazendo tudo de novo?

Corvo tira do bolso a pedra, Gabriel agora já sabia, aquela pedra só poderia ser do Profeta. Ainda tocando na pedra, corvo o olha

- É porque você também morreu na original, não se quem você era, talvez fosse um Asatan morto no incêndio, talvez seja outro dos que foram ajudar, eu não sei. Mas por causa disso, sempre que estamos perto de conseguir, você morre de alguma forma.

- Isso não quer dizer que nunca vamos conseguir?

- O Profeta me disse que nós vamos conseguir. Eu devo estar fazendo algo de errado apenas.

- Aquela mulher... Elizabeth, ela também morreu na original?

- Ela é um erro, ela não existiu na original, ela é Asatan mas não possui nenhuma parte dos poderes bloqueados.

- Tudo isso é muito estranho. - Corvo começa a rir alto.

- 102 vezes a mesma frase, não importa como explique, vou comprar umas coisas para os Asatans. - Corvo se levanta e sai pela porta.

Gabriel se levanta, sai pela porta também, ele não vê nenhum sinal do Corvo, mas vê uma menina brincando com uma bola rosa. A bola escapa e vai até os pés de Gabriel, a menina corre para pegar, a garotinha vestida com panos costurados, seus olhos e cabelos negros, e um pano amarrado em seu pulso.

- Você dorme muito. - ela apontava para Gabriel. - dorminhoco.

- Desculpe ficar só dormindo, como Desculpas você quer um doce? - Gabriel ainda tinha um doce no bolso que sua mãe tinha lhe dado. - toma.

- Meu pai me disse pra não falar com você, disse que você vai trazer problemas.

- Provavelmente sim, mas ele não falou nada sobre os doces, acho que tenho mais um...aqui, toma.

- Obrigada. - Pegou sua bola e voltou para o outro lado da rua para brincar.









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