Horror in House

Um dia normal

LOLA P.O.V 

Saí da casa de Mary chorando muito. No caminho para o aeroporto não parava de pensar que havia deixado minha melhor amiga, como iria passar cada dia da minha vida sem vê-la, sem ela por perto para me entender, eu não tenho muitos amigos, os poucos que me restam e são verdadeiros são Liam e Taylor. Não tenho muitas amigas garotas, para falar a verdade a única que eu tenho é a Mary, eu sempre tentava me enturmar com amigas mas elas sempre são "chatinhas" sabe? Qualquer zueira que eu fazia elas ficavam "bravinhas" ou algo do tipo. Com amigos "caras" é diferente, a relação é mais amigável sei lá, me dou bem com caras mesmo. Na escola e na vida o nosso grupinho era sempre eu, Taylor, Liam e Mary, agora eu não sei como será essa "nova vida" e não sei como será para Mary.

Chegamos no aeroporto e minha mãe pegou as passagens para voltarmos para a casa. Me sentei em uma das cadeiras de espera, mas não demorou muito, logo chamaram nosso voo. Me levantei calmamente sem dar uma palavra no caminho até o avião, não estava muito para conversas, mas minha mãe nunca me entende

- Então filha, como foi lá? - diz minha mãe quebrando todo o clima entre eu e minha tristeza

- Legal - disse meio fechada 

- Ah! Conversa comigo - disse ela tentando me animar, mas não estava ajudando

- Mãe, depois a gente conversa. - disse a ela sem querer parecer grossa

- Ah, tá bem - disse ela entrando no avião

Eu entrei logo depois, nos sentamos nas cadeiras, eu fiquei na janela porque gosto de ver o "mundo" lá em baixo, peguei meu iPod e coloquei umas músicas. Eu dormi o voo inteiro, acordei quando já tínhamos chegado, minha mãe me cutucava me mandando acordar e assim fiz, peguei meu iPod e o resto das minhas coisas.

Quando descemos do avião meu pai nos esperava com os braços abertos para me abraçar

- Senti sua falta pequena - disse meu pai me abraçando

- Também senti a sua - disse eu o abraçando forte

- Odeio ficar longe de você, espero que nunca mais nos separemos - disse ele para mim

- Não faz drama, foram só alguns dias 

Ele riu e fomos até o carro do meu pai.

Fomos até o carro, meu pai e minha mãe colocaram as minhas coisas na mala do carro e depois entramos. 

No caminho eu fui jogando uns jogos aleatórios no meu celular até que minha mãe resolve falar:

- Lola nem sabe - disse ela empolgada

- O que foi mãe? - eu disse curiosa

- Tem um menino novo morando do lado da nossa casa! Da sua idade super gatinho, acho que você vai gostar dele! - disse ela muito animada

Eu não sei direito se ligo para namorado em uma situação dessas, mas é minha mãe, fazer o quê.

- Hummm.. Legal - disse tentando não fazer ela triste

- Filha, sem ofensas mas você tem que desencalhar! 

- Mãe eu não gosto muito de namorados, simplesmente não vejo graça nenhuma em namorar. - disse eu séria

Minha mãe e meu pai ficaram calados. Minha mãe realmente se preocupa muito com minha "vida amorosa" eu não ligo, não acho importância, não acho necessário para viver, sei que muita gente depende do amor para viver, mas eu não.

MARY P.O.V

Faziam aproximadamente duas horas que Lola foi embora e eu estava sozinha, completamente sozinha em uma casa horrível e um ser que não era meu pai. Minha mãe desce as escadas e pergunta:

- Que tal um shopping? - diz ela animada - vamos, para acabar com nosso tédio

- Vamos! Faz tempo que não fazemos isso 

Eu tinha que me animar de alguma forma e sair com minha mãe era uma ótima ideia. Pegamos o carro e fomos até o shopping. Compramos várias roupas e jóias até que decidimos tomar um sorvete. Pedimos nosso sorvete e fomos nos sentar em uma das mesas da sorveteria para esperar nosso pedido. 

- Mãe.. Por que o papai te fez mentir que sabia o que tem no porão? - perguntei a fitando

- De novo isso Mary? Esquece - disse ela pegando uma revista que havia na mesa

- Por que esquecer? Qual é o problema? O que escondem? Eu cansei de fazer sempre as mesmas perguntas e nunca achar as respostas - disse irritada tentando não gritar para todos ouvirem

- Se você quer tanto descobrir, entre lá, faça algo mas não fique me fazendo perguntas que eu não sei, eu não faço a miníma ideia das coisas estúpidas que tem lá dentro, seu pai anda diferente, isso é verdade, eu não sei o motivo, aquela casa é esquisita, sim mas é isso o que temos Mary, por favor não toque mais no assunto do porão. - disse ela séria e voltando a pegar a revista

Realmente eu entendi muito bem o que minha mãe me disse agora. Olho para a bancada de sorvetes e tem uma menina de cabelos roxos procurando alguém, ou especificamente eu. Até que ela chama:

- Pedido número.. An.. Dezenove! - disse a menina confusa

Eu ia até lá pegar meu sorvete, me levantei lentamente de minha cadeira e dei paços demorados para lá, não conseguia parar de pensar em tudo que estava acontecendo comigo, a casa, o porão a Lola e claro, meu pai. Estava em todos estes pensamentos em que acabo esbarrando em um menino, eu paro para ver quem era o menino, era o mesmo em que eu esbarrei da última vez quando vim aqui com a Lola.

- Ah, me desculpe.. Espera, eu te conheço né? Ou melhor, já nos esbarramos outra vez né? - disse ele rindo, um sorriso encantador

- Ah, sim, me desculpe, de novo.. Meu nome é Mary e o seu?

- Drake.. Tenho que ir, outra hora a gente se esbarra! - diz ele rindo e indo embora

Não sei o porquê mas eu vi uma boa pessoa nele, uma pessoa em que eu podia conversar, não sei, coisa estranha da minha cabeça mesmo.

- Moça? Seu sorvete! - disse a vendedora perdida de cabelos roxos

- Ah, desculpe, me distraí aqui - disse pegando o sorvete das mãos dela

- Eu percebi.. Vi que gostou dele.. Ai! Desculpa mesmo! Lá vai eu me metendo na vida dos outros de novo! Desculpe - disse ela se virando

- Hey, calma, eu não tenho amigos aqui mesmo, você parece ser legal.. Menina perdida de cabelos roxos.. - disse rindo

- É assim que eu fiquei? Não prefere me chamar de Natália?

- Ah! Bem melhor, me chamo Mary. - disse a ela sorrindo

- Eu adoraria que conversássemos mais, mas tenho que trabalhar, outro dia nos encontramos - disse Natália 

- Ok, eu vou indo, tchau.

Ela sorriu e eu fui para mesa onde estava minha mãe, me sentei, entreguei o sorvete a ela e dei uma colherada no meu

- Vi que encontrou novas amigas e novos "amigos".. - disse minha mãe zombando de mim

- Aquela menina parece ser legal, parece ter a minha idade.

- E aquele menino que você esbarrou.. Vi como se olharam - disse ela sorrindo sarcástica

- Não enche!

Terminamos nosso sorvete e fomos para casa. Percebi que hoje foi um dia normal, foi o dia mais normal que já tive desde que me mudei para cá, conheci gente nova, saí, me diverti um pouco, me despedi da minha melhor amiga, foi ruim isso mas faz parte. Hoje não foi um dia confuso ou com coisas horríveis, talvez eu consiga seguir em frente, com um dia de cada vez.