Capítulo 14

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Você já amou tanto uma pessoa que você mal consegue respirar? Quando você está com ela, vocês se encontram e nenhum de vocês faz ideia do que os atingiu. Estou com aquela sensação aconchegante. Sim, os arrepios.

Nossa temporada de férias ano passado foi um horror. Meg foi queimada por água vivas e seu pai quebrou uma perna fazendo uma escalada. Comigo não aconteceu nada porque morro de medo de tomar banho de mar. Depois daquele verão em que eu quase morri afogada nunca mais eu entro em um.

- E ai Emma, vamos dar um mergulhinho? O mar está maravilhoso! - Brooke disse saindo do banheiro com seu lindo biquíni branco de bolinhas pretas.

- Tá louca? Tá querendo que eu morra?! - eu disse, levantando os braços e os sacudindo acima de minha cabeça.

- Emma, isso foi a muitos anos atrás, você só tinha quinze anos! Deixa de besteira. -Meg falou se levantando do sofá ao meu lado e me puxando pelos braços.

Depois de muita ladainha elas me convenceram, nem sei como. O mar estava bravo. Havia passado uns dias de bronzeado tedioso e, só para mudar alguma coisa, decidi colocar o biquíni e encarar aquele mar. Mergulhei e nadei embaixo da água alguns metros, porém, de repente, uma onda traidora me fez rodopiar como uma sardinha e, ao ficar de pé... Que horror! Notei que tinha perdido a minha parte de baixo do biquíni. Rapidamente submergi e me distanciei da margem. Como eu iria sair da água agora? A praia parecia à plataforma do metrô às seis horas em ponto, e eu estava morrendo de vergonha. Então, pude vê-lo. Meu biquíni boiava tranquilamente perto de um grupo de loiros atléticos que faziam palhaçadas em cima de um colchão de água. "Ei!", gritei desesperadamente. Um loiro autêntico, com as costas massacradas pelo sol, ouviu, olhou, viu o biquíni e chegou à conclusão certa. Em quatro braçadas me alcançou com o biquíni na boca e ofereceu-o com um sorriso.

O agradeci e fiz um sinal com dedo, o rodando, para que ele entendesse e virasse de costas. Ele entendeu, e prontamente se virou. Quando vesti meu biquíni eu toquei em seu ombro e ele se virou.

- Da próxima vez toma mais cuidado! - ele disse rindo.

- Ah sim, obrigada. - falei com um sorriso.

- Tudo bem - ele riu. - Qual o seu nome?

- Me desculpe. Meu nome é Emma. - falei estendendo-lhe minha mão direita.

- O meu é Klaus. - ele falou apertando minha mão - Está sozinha por aqui?

- Não, estou na casa do meu namorado com uns amigos. E você?

- Namorado... Ah. Vim com meus amigos - ele disse apontando para um grupo de garotos e garotas perto de uma das barracas da orla. Logo depois, avistei Dante vindo até nós com uma expressão não muito convidativa, então me apressei em falar.

- Klaus, prazer em conhecê-lo, e muito obrigado pela ajuda!

- De nada Emma, nos vemos por ai. Até mais!

- Até! - saí em direção a Dante.


- Quem era aquele cara?

- Um rapaz que me ajudou.

- Te ajudou em que?

- Meu biquíni caiu e ele me entregou. Só isso.

- Espero que tenha sido só isso mesmo.

- Para com esse ciúme bobo. Só foi isso.

Regras de DanteOnde histórias criam vida. Descubra agora