Capítulo 1

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- Bento meu filho, pare um pouco. - disse Brooke.

- Mamãe, eu quero!

- Não, você ainda não jantou mocinho. Depois do jantar, quem sabe você pode comer um docinho.

- Não mamãe! Eu quero agora. - Bento fez beicinho e mesmo assim sua mãe não se comoveu.

- Tome Bento. - disse Dante entregando um saquinho de jujubas para o sobrinho.

- Obrigada titio! Você é o melhor! - disse Bento pulando nos braços do tio e agarrando em seu pescoço.

- Assim você deixa esse menino mal acostumado, Dante. Não quero que ele seja mimado desse jeito, ele precisa entender o que é certo e errado. - disse Brooke autoritária.

- Minha irmã, é só um dia. Não fará mal. Esse jantar está demorando demais, por sinal.

Dante, Brooke e Bento Lorenzi estavam jantando em um dos restaurantes mais caros daquela cidade. Dante gostava de se dar a esse luxo, eram ricos afinal. Brooke que nunca conseguiu se acostumar com toda essa riqueza. Era simples, sempre foi. Concebeu Bento aos dezoito anos de idade, foi bem nova sim, mas a família aceitou sem contestar nada. Como contestar isso? Era uma criança! Um novo Lorenzi que seria muito amado por toda a família. O pai de Bento, Elliot, por quem Brooke era eternamente apaixonada, faleceu em um acidente de carro a caminho de uma conferência, era mais velho que Brooke apenas um ano, tinha a idade de Dante (era seu melhor amigo). Ele estava indo ajudar seu pai em um assunto da empresa, Bento tinha apenas um ano de vida. Brooke nunca mais teve um outro amor como aquele. Dante virou uma espécie de pai para Bento, não desgrudava do menino um segundo sequer. Fazia sempre seus gostos, assim como fazia com Brooke (até hoje).

Dante e Brooke nunca tiveram cem por cento a presença dos pais em suas vidas. Foram criados e educados por Serena, a governanta da casa. Seus pais, Joseph e Alena Lorenzi nunca foram exemplos de vida para ninguém, Serena sim. Era uma pessoa excelente, sempre tratou todos de bom grado, fazia de tudo para ver suas crianças felizes. Sim, crianças. Para ela, Dante e Brooke nunca cresceram. Brooke hoje tem vinte e três anos, Dante tem vinte e quatro anos e Bento tem cinco anos.

- Mamãe, estou com fome!

- Eu só queria saber para onde vai toda comida que você come Ben! - disse Dante e Brooke riu. - Parece um saco furado.

- Eu não sou um saco furado, titio! - Bento fez bico e todos riram.

- Você acabou de comer um ravióli de camarão e ainda não está satisfeito! - Brooke disse.

- E você preocupada que um saquinho de jujubas iria deixa-lo sem fome. - Dante riu.

- Está bem-humorado hoje Dan, o que aconteceu? - disse Brooke sorrindo de forma sincera para seu irmão mais velho.

- Está tudo dando certo no escritório irmã, estou realmente muito feliz! - Dante abriu um sorriso maravilhoso com todos os seus dentes brancos, perfeitos e alinhados.

- Que bom! - Brooke sorriu e bateu palminhas - Estou muito feliz por você! Você sempre sonhou com tudo isso, você é nosso orgulho. Não é filhote?

- Sim!!! - Bento pulou da cadeira e deu um abraço apertado no seu titio babão. - Quero conhecer o seu trabalho titio!

- Vai sim Ben, um dia te levo lá.

- Êêhh! - Bento gritou animado na mesa o que fez as pessoas ao redor rirem com a animação do garotinho.

**

- Meu Deus, onde deixei minhas chaves?

Emma estava correndo desesperadamente pela casa a procura de suas chaves de casa. Estava atrasada para a faculdade, cursava administração na St. John's University já estava no último ano do curso. Era a aluna exemplar. Tinha vinte e um anos e só tinha vida social nos fins de semana (e olhe lá). Morava com sua amiga de infância Megan que era bem mais desleixada do que ela. Meg cursava medicina, era britânica, mas tinha alma de americana. Não era comportada como os demais britânicos, ela dizia ser uma vergonha para a cultura britânica, mas era seu jeito divertido que conquistava um a um a cada dia. Com seus vinte e três anos, Megan já estava no seu último período da faculdade e estava procurando um setor para se especializar. Queria pediatria, mas não era tão boa com crianças como pensava. Decidiu que queria ser cardiologista, mas ainda estava pensando. Emma sempre se perguntou como ela conseguia se divertir e estudar medicina. Ela faz administração e parece uma louca no fim de cada dia!

- Tá aqui Emma. - disse Meg balançando o chaveiro na frente de Emma.

- Onde estavam?

- No chão do seu banheiro.

- Obrigada. Ei! O que estava fazendo no meu banheiro?

- Me maquiando, meu rímel acabou, peguei emprestado. - Meg disse com um olhar de "tanto faz".

- Ah, certo.

**

- Emma, você tem que aprender a se arrumar mais rápido.

- Eu não consigo, você sabe.

- Claro! O despertador toca seis horas você só resolve se levantar sete! - Emma rosnou no banco do carona e Meg olhou para o sinal que abriu. - Você sabe que não estou mentindo.

- Ando muito cansada ultimamente.

- Cansada de que Emma? Você passou a noite na netflix!

- Ei! Eu queria assistir aquele episódio logo para não ficar atrasada. - Megan revirou os olhos. - Evan Peters está tão gato como Mr. March! Aquele jeito de falar e... - Emma suspirou.

- Acorda para a realidade Em, quando vai começar a falar de homem de verdade? Da vida real? Evan Peters não vai aparecer na sua frente em um piscar de olhos!

- Pelo menos tenho o nome da namorada dele...

- Emma! - Megan gritou a repreendendo e Emma se afundou no banco. - Acorda para a vida real Emma. Desde quando você entrou na faculdade você não namora ninguém.

- Não estou com tempo para namoricos agora.

- Amanhã é sábado e eu vou te levar para uma boate da cidade.

- Não Meg, tenho que trabalhar no meu TCC e...

- E nada! Você vai e ponto final.


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