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mídia szszsz ouçam enquanto lêem.

abby deslizava a ponta dos dedos pelas fotografias, sentindo uma pontada no peito. como ela poderia ter se esquecido de momentos como aqueles? das origens, do cabelo castanho escuro e dos olhos que, até o primeiro ano de vida, eram esverdeados. o balanço no fundo da casa dos avós e do jardim de infância, onde conheceu taylor e os outros garotos.

mas quem diabos faria tudo aquilo?

um papel verde estava pendurado na cadeira da mesa de jantar, escrito à mão “abbie” no verso. a morena estendeu sua mão e desprendeu o bilhete.

nunca se esqueça de onde veio. tudo que está nas fotos são parte de você, e todos que estão nelas amam você. eu não estou nessas fotos mas também continuo te amando. da primeira palavra ate o ultimo toque, é você.

para finalizar (ou não), até o seu quarto. estarei te esperando .

passo a passo, com as mãos trêmulas e um coração ansioso batendo dentro do peito, abby subiu as escadas tentando absorver tudo. ela estava numa confusão de sentimentos, sentindo suas pernas tremerem a cada degrau que via ser subido. diante do corredor, ela foi em passos lentos até estar na frente da porta.

foi quando suspirou, aliviada. sim, aliviada. estava há alguns metros do luar, e abrir aquela porta significaria conhece-lo e saber se todas as expectativas não foram postas em vão.

segurou a maçaneta.

fechou os olhos.

girou.

aquele cheiro, ela reconhecia de algum lugar. abriu os olhos devagar, vendo a visão embasar e uma figura estar na sua frente.

a camisa xadrez.

a pele pálida.

shawn.

luar. shawn.

luar shawn, luar shawn, luar!

shawn peter raul.

abby ficou estática por uns bons dois minutos. olhou shawn, olhou em volta, piscou várias vezes. tentou convencer si mesma de que era apenas uma ilusão, mas não conseguiu.

não sabia se ficava feliz ou simplesmente chorava.

"o que você tá fazendo aqui?" indagou, pontadas de felicidade cutucando suas costelas.

pensou que iria cair, desmaiar ou só desabar. explodir como um jarro de vidro e gritar, antes de tudo, que ela não podia acreditar em nada. pelo amor de deus, tudo era um sonho. não era?

"essa é uma pergunta que eu não esperava nesse momento." riu descontraído, chegando mais perto de abby.

a luz atravessava a cortina de seda, refletindo bem na lateral do rosto de shawn. e por deus! ele ficava tão bonito daquele jeito, agora olhando para abby, ele parecia apenas uma fotografia.

"isso é só uma brincadeira né? quer dizer, você não é o luar." ela sentiu uma confusão em sua cabeça. "ou é?"

shawn sorriu, tentando se controlar. abby era o ser humano mais lindo que, em dezoito anos, ele viu. desde as primeiras palavras ele não pôde segurar essa sensação estranha que a garota lhe causava.

"luar é raul ao contrário, amor." sorriu. "você não percebeu nem uma vez sequer? eu te dava tantas pistas."

ficou parada. abby tentava se fazer de durona, mas estava louca para pular nos braços de shawn. merda, porque tudo era complicado em relação a eles?

"mas que merda," pousou a mão na testa, se sentindo uma imbecil. "eu vou matar você, mendes."

então eis que aconteceu. shawn se aproximou ainda mais e abraçou abby tao forte que seus ossos estralaram, e ela tentou esconder o sorriso na camisa dele, mas ele viu. na verdade, shawn sentiu.

tudo fazia sentido.

"lembra sobre a história de recomeçar?" abby concordou. "é isso que eu queria. um recomeço. me perdoa por tudo, eu juro que quem cuidará dos seus machucados agora serei eu. de todos, todinhos."

e ele cuidaria mesmo, porque jamais aguentaria ver abby arrasada assim. doía muito mais nele do que nela, pode ter certeza.

"eu amo, amo, amo você." ela brincou com os botões da camisa, arrancando um riso dele. "apesar de ser um babaca e ter me pregado uma peça, eu continuo amando você. ridículo, não?"

"talvez." ele respondeu antes de lhe abraçar novamente.

abby levantou o rosto na sua direção e até tentou conter os cantos da boca para não formar um sorriso, mas foi calada por um beijo de shawn. a ponta de seus dedos formigavam, junto da sensação sufocante de sentir a pele do garoto de novo.

quando separaram os lábios, shawn caminhou até a cama e agarrou numa chave, voltando para o lugar anterior.

abby entendeu, então tirou o livro verde da mochila e estendeu para o garoto, que abriu-o sem muitas cerimônias.

"é pra você. durante esses meses eu andei desenhando mais do que o comum e você era, basicamente, toda minha inspiração. então deu nisso."

a cada página, um desenho lindo coloria o livro. trechos de músicas em comum dos dois estavam nos cantos das folhas, enfeitando as flores e retratos de abby.

presente de dezessete anos. 2015, shawn peter raul mendes. •

e isso foi mais um motivo para que shawn recebesse vários beijos seguidos.

mas ainda havia muito coisa por vir naquele dia.



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e o hot? RSRSRSDAQUIAPOUCORSRSRS

fools ♋ shawn [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora