[2]

3.9K 274 72
                                    

       foi assim que o jogo começou; com taylor caído de joelhos, de frente para dillon, que estava de pé. eles estavam sozinhos num quarto, mas todos os outros dez seguravam a própria respiração para ouvir os gemidos baixos de dillon. segura essa rachel, taylor pensou durante o ato.

  na roda, gina – uma colega de shawn em cálculo – desafiava matthew, que escolheu louise weasley como seu alvo; teria de apertar seus seios por baixo da blusa.

abby estava encolhida num canto, olhando tudo acontecer. shawn não deixou de pensar na noite em que eles transaram, dos toques e sussurros. a garota agia como uma virgem ainda, se esquivando daquele jogo como um bebê. para quê entrou então, querida?

se mal sabia que se queimaria. e feio.



   "é a vez da abby girar a garrafa, uh?" jack johnson caçoou, tomando a atenção de todos.


a garota tentou sorrir, mas é claro, estava incomodada. só shawn via o quão forçado aquela nova abby era, tentando fazer coisas que não eram de sua natureza. é nisso que deu ela entregar sua inocência para você, mendes.

suas mãos pequenas agarraram a garrafa no centro da roda, as unhas pintadas de preto. taylor e dillon apareceram na porta no momento. o amigo sorria como um bobão, enquanto o outro tinha um bom volume no meio das pernas transparecendo na calça.

todos riram, então taylor meio que caiu na real; ele estava agindo como uma putinha só para agradar dillon? isso era ridículo.


enquanto taylor refletia sobre o recente ato, abby girava a garrafa. seus olhos acompanhavam cada movimento do mesmo, as mãos trêmulas segurando a bainha do vestido. seu coração parecia não estar bombeando sangue o suficiente.

And my hopes, they are high
I must keep them small


 

quando a garrafa parou, o arrependimento bateu. a raiva, a decepção. matthew riu para shawn, que cerrou os punhos. todos sabiam dele e de abby, cameron fez questão de contar para todo mundo como um babaca que era. nessa hora, abby sabia o quão fodida estava.


as tentativas de cura, o esquecimento, de nada adiantou. eles estavam na mesma merda de jogo, com um cara prestes a desafiar ele. um desafio nada bom, por sinal.



"sete minutos trancado num quarto com, uh... me deixa pensar..." olhou para todos da roda. "abby!"



não foi novidade, matthew era um babaca como qualquer outro. shawn olhou para o garoto como se não acreditasse naquilo, mas mal sabia que isso só machucava abby ainda mais.



  ☾ ☽






ela entrou no quarto primeiro. nenhuma palavra, um sorriso. nada. shawn esperou matthew trancar a porta para se aproximar. abby estava sentada na ponta da cama, olhando para a estante do quarto de taylor.


havia muita coisa para dizer, sim, mas a mágoa estava trancada na sua garganta, impedindo abby de falar.



"nós vamos ficar assim?" ele se pronunciou, um fio de voz apenas.



era tão infantil a cena que pareciam duas crianças de cinco anos. certamente matt não havia mandando os dois para um quarto simplesmente para um sentar em cada lado da cama e ficar observando os móveis.




"você quis dessa maneira, não é mesmo?" ela começou. sabia que se começasse, não pararia mais. "me acusou e simplesmente foi, me ignorou por três meses e me bloqueou em todas as redes sociais. você acha mesmo que eu contaria tudo para o cameron? shawn, eu confiei em você porque achava que você confiava em mim. sabe o quanto me senti traída? você nem ao menos me deixou falar!"



segurou as lágrimas; não só abby, mas shawn também. o álcool não estava ajudando naquele momento, fazendo algo florescer dentro do rapaz como um tsunami.




"e eu não me senti traído? você foi a única pessoa que contei tudo, como então o cameron ficaria sabendo por outra pessoa?" abriu os braços, levantando da cama e parando de frente para abby. "você sabe se foi fácil te ver durante todos esses três meses? não!"





então ela chorou. chorou como um bebezinho, com direito a soluço e tudo. shawn abraçou seu corpo como quem abraça uma criança, embora estivesse cambaleando com toda a embriaguez.



"você é um idiota, isso sim." ela lhe insultou. "eu odeio você, shawn. argh!"




mas ele sabia que não. abby era dele e sempre foi, não havia como tentar enganar ninguém. ele era seu abrigo sobre o mundo.




"eu sei que não me odeia, porque eu também não odeio você. então sejamos sinceros abby," ele segurou o rosto dela com as duas mãos. "nós temos um laço que nada pode destruir, basta admitirmos."



seis minutos. foram o bastante para que tudo parasse, tempo bastante para que acontecesse. seis minutos.



seis.



trezentos e sessenta segundos.



três meses para que shawn sentisse o gosto da boca de abby. para abby sentir seus lábios formigarem e agarrar os cabelos de shawn.



então sete.




"o casal já pode sair!" matthew anunciou parado à porta, rindo para a cena. "e podem confiar dessa vez, não vou falar nada sobre o que vi aqui."



assim os dois desejavam.






to terminando aqui mas to indo responder o q&a, beijos amo vocês sz

no próximo voltam as mensagens :-)


fools ♋ shawn [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora