02. Eyes in the dark

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Estava tão escuro; a única luz proveniente era a lunar que passava pelas enormes janelas o que era suficiente para eu ver por onde ia.

Eu estava num espaçoso corredor com uma grande escadaria; havia inúmeras cortinas nas janelas mas não havia pó nem teias de aranha... Estranho. Quer dizer, se há alguma coisa que se vá encontrar num castelo são pó e teias de aranha, certo?

Eu decidi não ficar ali parada e explorar mais um pouco do castelo. Eu andei até a minha direita onde havia um escritório, ou pelo menos era o que me parecia, pois havia uma secretária é uma estante.

Como curiosa eu sou, decidi ir até a secretária e abrir uma das gavetas; encontrei lá um pequeno livro verde que parecia um pouco com um diário. O amei provável era que ninguém se interessaria se eu o lesse então decidi ler.

-20 de Março de 1565-

Já se passaram 113 anos desde que aquilo aconteceu e eu nunca esqueci – eu não sei porque é que eu estou a fazer isso... Eu acho que simplesmente achei uma boa ideia escrever acerca dos meus sentimentos. Isto aqui é solitário, neste grande castelo, mas é a minha casa apesar de tudo e eu não a posso deixar. Este é o sítio em que nasci, que dei os meus primeiros passos, que cresci. Não há maneira alguma que eu vá abandonar este lugar.

Eu já não falo com um humano a anos. Ninguém vem aqui... Os anos tem passado, as pessoas tem morrido e eu ainda estou aqui.

Eu acho que toda a sinistralidade dentro de mim se esqueceu do que é sentir emoções e como amar alguém. Se ao menos eu pudesse voltar atrás no tempo... Assim eu não me sentiria tão culpado. Eu fiz o pior erro de toda a minha vida: matar a minha própria mãe.

Eu já tentei muitas vezes me matar para que assim pudesse sair desta miséria, mas simplesmente não funciona. Eu me odeio. Eu odeio tudo à minha volta e mais importante eu odeio a minha vida.

Se as pessoas soubessem o que é que eu sou, elas iriam fugir, fugir do perigo e magoa. Magoa saber que eu estou sozinho para o resto da minha vida. Ninguém amaria uma criatura como eu. Eu sou um monstro.

Quem é poderia amar um monstro?

Harold Edward Styles

Quando eu parei de ler eu me senti triste, este homem teve uma vida baste te dura e matou a sua mãe. Mas, o que ele quer dizer quando diz: "Eu ainda estou aqui..."? E como é que ele tem mais de 100 anos? O pobre homem deve ter morrido a séculos atrás.

Eu fechei o diário e pousei-o, decidindo partir para outro quarto. Andei até o corredor novamente e fui até uma grande cozinha muito velha com panelas e tachos num canto. Eu olhei a volta até que algo captou o meu olhar.

No lava-louça estavam três facas com algo que parecia ketchup, mas que certamente não era. Parecia sangue, mas também não podia ser.

Tem de haver algo nesta casa, alguém... Não, não pode, Rose! Está casa é antiquíssima e não há ninguém aqui.

Eu andei em passos apressados até o outro quarto que desta vez era um salão cheio de velas e enormes janelas e no meio havia uma grande mesa e deduzi que fossem ali servidas as refeições.

E... E no canto se encontrava um piano preto e lindo! Eu adorava tocar piano. Quando era mais nova o meu pai costumava me ensinar... Acho que esta é uma das poucas recordações que tenho com o meu pai.

Eu não consegui resistir; eu tinha que tocar algo. E toquei. Eu andei até onde o piano estava e me sentei na cadeira à frente. Eu comecei a tocar a simples melodia que o meu pai me tinha ensinado.

Acabei de tocar a música com um suspiro e uma lágrima. Me levantei então decidi me afastar do piano que me trazia imensas memórias, andei até o corredor novamente e decidi subir a escadaria enorme. Com os primeiros passos que dei, a madeira estalava o que fazia com que ficasse cheia de medo, mas ultrapassando esse medo eu subi.

Quando cheguei ao topo, fui pela direita entrando no primeiro quarto que vi e me deparei com um grande urso, um urso de pelúcia o que me fez ficar ainda mais assustada. – se isso fosse possível.

Abri a próxima porta que dava para o seguinte quarto e entrei numa biblioteca. Havia uma mesa no meio com imensos livros e nas paredes imensas estantes cheias de livros. Livros: uma das minhas grandes paixões. Peguei num deles, mas não tinha luz suficiente para o ler, então peguei numa vela que estava na mesa com fósforos ao lado e acendi.

Mas, algo mais importe captou o meu olhar; na parede mesmo ao lado da janela se encontrava uma pintura.

Com a curiosidade novamente a ganhar o melhor de mim, vagarosamente fui até lá. Era um homem novo, vinte e poucos eu diria. Tinha cabelos castanhos e olhos verdes penetrantes, parecia bastante alto e era sem dúvida, muito bonito. Lindo, eu arriscaria a dizer até.

Ao olhar para o fim do desenho vi um nome lá escrito: Harold Edward Styles.

Então este é que é o homem que matou a sua mãe.

De repente fui interrompida dos meus pensamentos por um barulho que soou atrás de mim. Imediatamente me virei para trás, mas... Nada. Subitamente, algo inesperado aconteceu.

Inesperadamente, me deparei com um par de olhos vermelhos e nada mais, somente um par de olhos vermelhos. Eles olhavam calorosamente para os meus e eu podia jurar que naquele momento o meu mudo tinha mudado. Tinha sido virado de pernas para o ar.

Eu estava em choque e não sabia o que fazer. Então eu fiz a única coisa que era lógica a fazer... Correr.

Ao correr para a porta eu deixei cair a vela e corri as escadas para a porta da frente o mais rápido que pude. Eu tinha que sair daqui. Eu sabia que esta criatura ou o que fosse, ia me matar.

Quando finalmente cheguei a porta tentei a abri-la, mas não conseguia; estava trancada. Não! Não! Não, por favor não! Eu não posso morrer! Não desta maneira.

Eu puxava e tentava abrir a porta com a minha força, mas nem se movia um centímetro. Eu estava numa cilada.

Eu congelei ao sentir algo atrás de mim e logo a seguir uma respiração no meu pescoço que me causava arrepios. Eu não queria me virar, eu não queria abre o que é que estava atrás de mim, eu nem sequer conseguia me mover do quão assustada estava.

Eu fiquei como estátua por mais meio minuto – eu sei, eu contei – quando a respiração desapareceu e então ganhei a coragem para me virar.

Nada. Não havia nada atrás de mim... Mas, somente alguns segundos atrás havia... Eu tinha que sair daqui e quando mais cedo, melhor. Quando me virei para escapar, o destino tinha outras ideias.

Eu tropecei sobre um bocado de madeira e bati com a cabeça no chão.

E tudo começou a ficar preto...


Essa história não é minha, estou apenas traduzindo. Todos os créditos vão para WhisperOfDreams

the beast | harry styles ( PORTUGUÊS )Onde histórias criam vida. Descubra agora