Sangue e Mulher

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- A mulher! A mulher! - Gritava a pobre empregada em estado de choque.

- Acalme-se! - Ordenou Sebastian. - Que mulher? O que houve?

- Na cozinha... A cozinha...

Sebastian levantou-se e foi averiguar a situação sem dar explicações ao seu jovem mestre, que não estava nada contente por sua recepção ter sido estragada. A hospitalidade dos Phantomhive é algo precioso. Mesmo que isso significasse imitar um antigo inimigo, o Doutor foi atrás dele por pura curiosidade, já que todos os seus instintos lhe diziam para fazer isso, e Rose o seguiu, deixando a moça sozinha ao lado de Ciel, que evidentemente não ia fazer nada para ajudá-la a se recompor.

Quando chegaram ao local, só precisaram ver o rastro de sangue e Sebastian ajoelhado atrás de um balcão olhando para algo no chão com uma expressão muito séria no rosto cínico para entender as palavras da empregada.

- Foi o Jack, não foi? - Perguntou Rose, mas tanto o Doutor quanto Sebastian permaneceram calados por um bom tempo. Foi Sebastian quem respondeu:

- Acho melhor você se afastar.

Contariando o conselho de Sebastian, Rose se adiantou e viu uma mulher caída no chão, com o corpo exposto devido às roupas rasgadas e completamente rodeada de sangue, embora não tivesse sangue no corpo propriamente dito e a palidez de seu corpo fosse incomum até para um cadaver.

- Ela tá tão pálida! - Comentou Rose - Eu sei que ela tá morta, mas parece que...

- Que não tem sangue nenhum no corpo dela? - Completou o Doutor - Não parece, Rose. Realmente não há sangue no corpo. Todo o sangue aqui está no chão e mesmo assim é muito pouco para ser todo o sangue dela.

- A única pergunta é - disse Sebastian - Onde está o restante do sangue?

- Eu me perguntaria também como ela foi drenada, como ela foi morta e principalmente como fizeram isso tudo sem ninguém notar. - Sugeriu o Doutor.

- O Bocchan deve ser avisado imediatamente e providências serão tomadas! Se como um mordomo da família Phantomhive eu não conseguisse fazer uma coisa tão simples quanto preservar a integridade e a segurança da mansão, o que mais eu faria?

- Exibido! - Disse o Doutor, carrancudo, assim que Sebastian saiu. Quando o barulho dos passos do mordomo cessou, o Senhor do Tempo tirou de seu casaco a chave de fenda sônica e examinou o corpo.

- Estranho!

- O que é estranho, Doutor?

- Não consigo nenhuma informação sobre ela. Causa da morte, nome, espécie, vestígios deixados pelo assassino, nada.

- E não há de encontrar nada até que as informações sejam passadas à Vossa Majestade. - Disse a voz de Ciel Phantomhive logo atrás de Rose e o Doutor.

- Tem uma mulher morta na sua cozinha e você quer esperar as ordens da rainha Victoria até tomar alguma atitude?

- Antes de mais nada, eu investigo sobre ordens de Vossa Majestade. Não estaria nesse caso se ela não houvesse mandado. Se Jack cometeu outro assassinato e o corpo está na cozinha de alguém envolvido neste caso, então ela deve saber.

- Se ela souber que aconteceu o que aconteceu na sua mansão, vai ficar muito irritada. Pense por outro ângulo, Conde Phantomhive: ela pode achar que, se você deixa uma coisa dessas acontecer debaixo do seu nariz dentro da sua própria casa, então não deve ser alguém que possa trabalhar para ela, entende?

Um Doutor, um conde e um mordomoOnde histórias criam vida. Descubra agora