A Armadilha do Doutor

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- Ok - protestou Rose - o plano é me oferecer de bandeja para um assassino de mulheres?!

- Não - respondeu o Doutor - o plano é que você finja ser uma prostituta para que possamos pegar o assassino.

- Antes ou depois dele me matar?

- Nós vamos estar te vigiando, não se preoucupe. Além disso, você é a mulher mais bonita aqui; quem melhor do que você para se infiltrar entre aquelas mulheres?

Rose corou de leve e Sebastian puxou o Doutor para perto, dizendo em seu ouvido:

- Tente disfarçar um pouco, Senhor do Tempo.

O Doutor sabia que ele estava se referindo à Rose, então bruscamente soltou o braço das mãos do demônio e foi ao encontro de Vastra, fingindo mais uma vez que não sentia nada por Rose.

- E então? Está tudo pronto para começarmos?

- Está. Apenas precisamos nos manter afastados o suficiente para que ninguém perceba nossa presença, mas Sebastian é o especialista nisso.

- Mas eu pensei que...

- Sinceramente Doutor, você é especialista em ser notado. Mal precisa sair da Tardis para se meter em algum problema. Sebastian é, como posso dizer isso? Mais discreto.

- Ótimo - respondeu o Doutor, ainda contrariado (e o Doutor odiava ser contrariado).

Já eram quase sete horas da noite e estava escurecendo rapidamente, deixando a iluminação da noite sobre a responsabilidade da lua. Haviam apenas algumas pessoas nas ruas, voltando para suas casas. Com a onda de violência, as pessoas não se davam mais ao luxo de estarem nas ruas depois que escurecia, o que permitiu que Rose fosse discretamente até um galpão, seguida pelos telhados por Vastra, o Doutor e Sebastian. Nenhum deles achou conveniente que Ciel e Strax os acompanhassem, e Vastra quis proteger Jenny. Ah, o amor...

Rose saiu do galpão já "disfarçada" de prostituta, com maquiagem forte e decote chamativo, e foi caminhando pelas esquinas e becos de Londres. No caminho de sua sexta esquina, foi parada por um homem, aparentemente bêbado, que passou o braço pelos ombros dela. Rose tentou se livrar dele do melhor jeito possível, mas ele a puxou forte pelo braço. No telhado, o Doutor observava tudo com raiva, e estava prestes a descer e tirar Rose de lá quando foi impedido por Vastra e Sebastian.

- Foco, Doutor. Foco - lembrou Vastra.

- Pode não ser ele! E o que vamos fazer?

- Tenha calma!

Rose conseguiu se soltar dos braços do bêbado e ele estava chamando ela de todos os nomes possíveis quando apareceu um segundo homem, quase da mesma idade, não muito longe deles:

- Vá pra casa John! - disse ele ao bêbado - A Mary está te esperando!

- Ah! Me deixe quieto Barney!

- Já disse! A vergonha que você passou naquele bar já foi suficiente para uma só noite!

O bêbado resmungou alguma coisa e saiu cambaleando, sendo seguido pelo tal Barney. Rose suspirou aliviada. Afinal, aquele não era Jack. No telhado acima dela, o Doutor também se acalmou.

Quantos homens procuram uma prostituta em uma só noite? No caso de Rose, até as três horas daquela madrugada, foram cinco. O bêbado, um lamentador, um grosseiro, um galã e um mimado (que foi o mais chato entre todos eles). Rose rejeitou todos eles, e estava sonolenta e mal humorada quando o último deles apareceu: estava bem vestido e se aproximou a poucos centimetros de Rose para lhe acariciar o rosto e perguntar quanto ela cobrava para dormir com ele aquela noite.

- Depende do quanto você está disposto a pagar.

- Você é bonitinha - disse passando os dedos finos pelos cabelos loiros da moça enquanto ela se encolhia ao toque dele.

- Primeiro o dinheiro, depois meu corpo.

- Mas é claro.

O homem retirou certa quantia do bolso e entregou nas mãos de Rose, que guardou o dinheiro da melhor forma que pôde dentro do decote.

- Tem mais se você for boa, querida.

- Pode ter certeza que eu sou..

O homem andou na frente até um ponto um pouco mais escuro do beco e Rose o seguiu, sobre os olhares atentos de Vastra e Sebastian e ciumentos do Doutor.

Rose hesitou um pouco em retirar a roupa, mas aos poucos foi se livrando do longo vestido. Estava com os seios a mostra quando o homem a interrompeu.

- Quer saber querida? Esse chão está sujo e está frio aqui fora. Vamos para outro lugar.

Com o coração batendo depressa, Rose recolocou o vestido e ele a levou até um outro beco, não muito longe. Eles pararam no ponto mais escuro.

- Mas isso aqui também é um beco!

- Eu sei - o homem elevou o tom de voz - Considere isso como um segundo aviso, Doutor!

Dizendo isso, ele a golpeou na cabeça e tudo que o Doutor ouviu depois disso foi o som de uma Tardis sendo posta para funcionar.

Ah, então aquele era Jack. Ele tinha uma Tardis. Ele conhecia o Doutor.

E agora tinha Rose.

Um Doutor, um conde e um mordomoOnde histórias criam vida. Descubra agora