Broken Girl I H.S I

Diferente

Acordei com o sol invadindo os meus olhos, causando-me uma baita dor de cabeça. Pus a mão no rosto para impedir a luz penetrar em minhas pupilas. Virei-me um pouco para o lado e encostei em algo, algum corpo deitado.

Abri meus olhos e dei de cara com Harry dormindo ao meu lado. Era uma bela visão, ele parecia um anjo. Foi aí que me dei conta que aquela era a minha cama, meu quarto, minha casa. Eu não fazia ideia de como vim parar aqui. A última coisa que me lembro é de colocar o segundo lsd em minha boca.

Levantei devagar para não acordá-lo e senti algo me incomodar em meu bolso da calça. Era um maço de cigarros e havia também um pequeno saquinho com maconha. Eu não sabia como ou porque eles estavam ali, mas agradeci aos céus por encontra-los. Tinha algo para me entreter essa semana.

Estava pronta para fechar o guarda roupas assim que guardei-os na minha gaveta de calcinhas quando senti uma alta presença atrás de mim, quase suspirando em meu pescoço. Virei-me e encontrei os olhos de Harry a analisar-me. Não sabia se havia visto o bastante para saber que escondi as drogas que trouxera comigo.

- Bom dia doidinha. – afagou minha cabeça.

- Você me trouxe em casa ontem? – perguntei, apesar de já saber a resposta.

- Trouxe e você me deu um trabalho danado, idiota. – resmungou, passando as mãos no cabelo cacheados e aprofundando seus belos olhos esmeraldas nos meus.

- Não me lembro de ter pedido para você vir comigo, muito menos me trazer de volta. – disse com raiva, cruzando os braços.

- Claro que não se lembra, estava muito drogada para isso né? – disse, olhando-me seriamente. Eu odiava esse olhar de repreendimento. Quem ele pensa que é para tentar dar bronca em mim?

Eu simplesmente peguei uma blusa e calcinha e me dirigi ao banheiro, com passos fundos e furioso, batendo a porta ao me retirar do quarto. Cheguei ao banheiro e perto da privada havia um pedaço sujo com vomito. Maldito Nathan, não limpou nenhum canto dessa porcaria de casa ainda.

Joguei uma toalha qualquer em cima do vomito para encobrir um pouco o cheiro desagradável e me enfiei em baixo do chuveiro, molhando meus fios castanhos e toda e qualquer parte do meu corpo. Água me acalmava, fazia-me pensar com clareza.

Porque eu estava tão incomodada com as palavras daquele merdinha? Não, não eram só as palavras. Foi o olhar que ele direcionou a mim. Aquele mesmo olhar que minha mãe me mostrou quando me levou à aquela maldita clínica. Um olhar de preocupação e ao mesmo tempo de repreensão. Aquilo me irritava de uma maneira catastrófica.

Precisava ficar chapada de novo, mas não queria gastar tão rápido aquele pouco que consegui na festa. E ainda de graça, o que era novo para mim. Até mesmo meus amigos de Nova York cobravam pela droga, mais barato que os outros no entanto.

Saí do banho apenas com a blusa que mal cobria minha calcinha e desci as escadas, com o cabelo pingando sobre os meus seios. Ainda haviam copos vermelhos da noite passada espalhados pelo carpete e por todo o lado. Aquilo me irritava pra porra! Nathan se encontrava na sala, com um saco de lixo nas mãos, sentado no sofá.

- Achei que não ia mais acordar. – resmungou, dirigindo-se a mim.

- Achei que essa casa ia estar mais limpa quando eu acordasse. – rebati, revirando os olhos.

- Podia me dar uma mãozinha né? – choramingou.

- Sua festa, seus amigos. A sujeira de vocês não é problema meu. Só para avisar, isso tem que estar limpo até de noite. – assoprei um beijo sínico para Nathan, que apenas fez uma cara de desanimo.