Lembranças

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A oferta que aquele homem me propôs era quase insana. Eu era menor de idade e ele era muito mais velho, alem disso era o chefe do meu pai. Mas ultimamente eu não tenho sido exemplo de sanidade. Ele me daria o que eu queria, mas não era quase como uma prostituição? Na minha cabeça aquilo estava muito mais errado do que as coisas que eu costumava fazer.

- Não precisa me responder agora docinho. Só pensa, por mim. Esse é o meu cartão particular, aí tem o meu telefone. Você pode me ligar quando quiser. - falou, acariciando meu rosto, com olhos hipnotizantes. Eu estava paralisada, ainda tentando digerir toda essas informações.

Ele foi se afastando aos poucos de mim e se dirigiu ao banheiro, puxou a descarga e voltou, para fingir que havia usado o toilette. Ele deu um sorriso e fez sinal de silencio, encostando seu dedo indicador em seus lábios.

- Você primeiro. - deu passagem para que eu descesse as escada primeiro e assim eu o fiz.

- Bom, já está um pouco tarde e eu ainda preciso resolver algumas coisas. Obrigado pela incrível hospitalidade em sua casa Albert. E o jantar estava delicioso, assim como nossa conversa. Sua família é adorável, adorei conhecê-los. - falou educadamente, dirigindo-se a saída e se despedindo de todos, que possuíam um sorriso em seus rostos, exceto por mim, que apenas mergulhava seriamente em seus olhos azuis.

- Obrigado por vir, será sempre bem-vindo! - exclamou meu pai, estendendo sua mão para apertar a de Alex.

Então finalmente ele se foi e poderíamos para de interpretar a família perfeita. Se bem que nem precisava, pois se me conheceu naquela festa sabe muito bem que tem muita poeira de baixo desse tapete. Tudo bem que eu não me lembro de grande parte daquela noite, mas eu realmente não me recordava nem um pouco de seu rosto. Talvez Harry pudesse se lembrar de vê-lo.

- Foi um sucesso! Obrigado a todos, amo muito vocês meus amores. - dizia meu pai, extasiado, abrindo um grande abraço para nós três. Evellyn e Nathan foram em encontro a ele, enquanto eu apenas revirei os olhos e dei meia volta, fazendo meu caminho para meu quarto.

- Obrigado Molly, de verdade. - falou percebendo que eu estava me retirando do recinto.

Não respondi nada, apenas voltei ao meu quarto. Aquilo me incomodava muito, toda aquela sensação confusa. Eu já não era uma pessoa correta, ainda apareciam-me pessoas para testar ainda mais minha capacidade de fazer escolhas erradas. Eu precisava voar de novo para clarear minha mente. Ou melhor, esquecer toda essa bagunça. Tranquei a porta do meu quarto e peguei o saquinho com maconha de dentro da minha gaveta. Enrolei duas e guardei o pouco resto que sobrou.

Antes que eu pudesse acender meu beck, ouvi meu celular tocar. Olhei na tela e era um número desconhecido. Atendi mesmo assim.

- Alô? - falei.

- Oi doidinha. - era Harry, sua voz era inconfundível e só ele me chamava deste modo.

- Olá Harold. Como conseguiu meu número? - balbuciei. Ele se atreveu a atrapalhar o meu momento, garoto impertinente!

- Pedi ao Nathan ué. - falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Porque está me ligando a essa hora babaca? - perguntei irritada.

- Quero conversar algo com você. Me encontra na minha casa, vou te mostrar algo legal. - disse com uma voz doce.

- Se forem nudes eu dispenso hoje, dia cheio e tal, não estou no clima. - provoquei. Pelo seu tom de voz eu tinha certeza que não era algo malicioso, mas era legal ver a sua reação.

- Poxa, acabou com a minha surpresa. - brincou rindo.

- Vou esperar todo mundo dormir, me espere. - informei. Eu possuía uma chave só para mim e como ninguém nunca entrava no meu quarto estava tranquilo.

Broken Girl   I H.S IOnde histórias criam vida. Descubra agora