"VICTOR" DISPONÍVEL COMPLETO NA AMAZON

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III Novo Lar

"Só de uma coisa estou certo: já estou atraído por ela."

VICTOR

Estou lascado. Osório sua e seus olhos ficam cheios d'água, a mão treme, mas o dedo está pronto para apertar o gatilho da arma apontada para o meio da minha cara. Engulo em seco, o medo da morte tomando conta de mim gradativamente e bem rápido. Merda!

― Moleque desgraçado... ― rosna ele. Odeio ser chamado de "moleque", mas no momento sinto muito medo de morrer, por isso não me importo com o xingamento. ― Eu segui ela, eu vi aquela vagabunda entrar na SUA CASA! ― grita as duas últimas palavras empurrando a pistola para mais perto do meu rosto com violência, me obrigando a dar um passo para trás, meio aflito. ― Mas ela vai te esquecer! A gente vai superar, porque vou matar você.

E pelo seu comportamento atrelado à ira essa promessa é real. Ele ainda quer ficar com ela? Será que não percebe o chifre imenso na cabeça? É tão corno manso assim? De repente, parece que escuto o som da morte a passear por meus ouvidos, me chamando. Não!

Um bendito cachorro late, começando a se enroscar com outro em uma briga. Osório se distrai ao olhar para eles e eu ajo rápido, batendo na sua mão e tirando o meu rosto do perigo de ficar com um furo bem grande de bala. Soco forte o velho, que cai sangrando, e eu corro! Corro o mais rápido que posso, e o corno, mesmo caído, ainda atira contra mim, por pouco não sou atingido ― o filho da puta tem boa mira. Mas como assim, ele não é só um farmacêutico?

― EU VOU TE MATAR, DESGRAÇADO! SE VOCÊ AINDA APARECER POR AQUI, EU TE MATO! ― berra ele, em um acesso de pura raiva, e não paro de correr nem mesmo quando os tiros acabam. Não posso correr o risco de perder a minha vida.

...

João e dona Antônia abrem a porta da sua casa pra mim, assustados. É tarde. Conto tudo a eles. Estou suando, nunca passei por algo do tipo, ser alvo de alguém, ainda mais de um velho maluco e raivoso por causa da traição. João às vezes me avisava que esses meus casos poderiam dar em merda, mas a sensação de adrenalina e de perigo me deixa mais duro do que o normal, porém, agora meu pau está tão murcho que nem me reconheço.

― Mas Victor, tanto que eu te falei pra tu guardar esse teu pau dentro das calças, seu moleque burro! ― exclama ele, irado.

― Oh, Bolota, não me chama de moleque, você sabe que eu não gosto...

― Posso te chamar do que quiser! ― retruca, mostrando a mão como se fosse me bater. ― E aí? E agora? Valeu a pena? Essa tal de Patrícia é chave de cadeia! Você sabe que ela já botou galha nesse Osório outras vezes e deu merda! Eu sabia que tinha algo errado, e ela com desculpa de que a moto estava com problema, querendo que tu fosse lá na casa dela. SAFADO! Olha a merda que deu, o velho tentando te matar! Tu vai morrer, tu vai pra cova!

― Porra, João... ― falo agoniado, inquieto. Ele está me amedrontando.

― Chega, homem, para com esse escândalo à essa hora da madrugada! ― repreende dona Antônia, ela usa um vestido leve e longo, de dormir. ― Se o Vic se relacionou com ela? Sim. Quase morreu? Quase morreu. Agora não adianta mais ficar discutindo isso, nós temos que pensar no que faremos daqui pra frente. Mas você foi burro mesmo. ― Me aponta o dedo. ― Homem que só pensa com a cabeça de baixo, se lasca!

― Você está certa, meu bem ― diz João. ― Vamos tentar dormir, já está tarde. Amanhã liga pro Dr. Leonardo, Victor.

Pro advogado do meu... do Wagner? Pra quê? ― Estranho a sua recomendação.

V I C T O R - DEGUSTAÇÃO - Disponível na AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora