Marco

Capítulo 2

Naquela tarde Marco acabou os trabalhos de casa de Geografia ,e estudou para o teste de Português da próxima semana. Nesse dia dava na televisão um novo episódio da sua série preferida , um dos melhores que Marco alguma vez se lembrava de ver. Durante a tarde recebeu muitas mensagens, mais que o habitual,é incrível que quando alguém fica doente recebe mais mensagens a perguntar se estava tudo bem, mensagens de pessoas que nem se lembrava bem de onde conhecia, até de pessoas que, se passase no corredor não lhe dirigeriam palavra, as vezes nem um simples olhar ou sorriso.Recebeu também um telefonema de Rita a sua melhor amiga a dizer que não tinha havido tpc's e que ele não tinha perdido nada, apenas a aula de matemática mais secante de sempre.
N

a manhã seguinte acordou a sentir-se estranhamente bem, dado o facto que durante a noite acordou variadíssimas vezes para vomitar .Era tão estranho! Como é que tinha ficado bom tão depressa?Aconteceu do dia para a noite, como se fosse feitiço.
Era uma manhã tão cerradamente enevoada que, da janela do seu quarto Marco não conseguia ver o triste e velho baloiço que permanecia no jardim por arranjar no outro lado da rua. Sempre se lembrara daquele pequeno sinistro e velho baloiço onde costuma andar quando criança.
Naquela noite Marco tinha tido um sonho tão espantoso e inacreditável que não queria que este acabasse. Tinha quase a certeza que era real se não tivesse acordado na sua cama de manhã.
Tinha sonhado que estava no topo de um arranha- céus gigante, sentia a brisa nos seus longos cabelos ruivos e os pulmões a encherem-se de oxigénio e respirando fundo saltou.
Quando estava apenas a centímetros do chão das suas costas brotaram duas asas negras, como as asas que associaria mos a um anjo, e batendo-as com a maior leveza levantou voo e sobrevoou a cidade deserta. Sentia o vento a passar pelas penas das suas asas,era uma sensação estranha, mas sentia-se livre. Passava pelas falhas entre os altos arranha- céus e descia em pique até aos jardins só para nos segundos antes de embater contra o chão voltar a bater as asas e subir á maior altura que pudesse. Teria sido tão bom que fosse verdade.