Baderna (Beca's P.O.V.)

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"Que o helipa, é, baile de favela

Que a marconi, é, baile de favela

E a são rafael, é, baile de favela"

Chego em casa querendo relaxar depois de dois dias estressantes no hospital, mas ao invés de encontrar o ambiente calmo e pacífico de lar doce lar, encontro o rádio no último volume, um monte de adolescentes loucos e uma fumaça suspeita no ar... Roberta! Nossos pais estão comigo porque foram me buscar, então a coisa vai ficar preta. Minha mãe desliga o rádio e dá um berro ensurdecedor.

"TODO MUNDO PRA FORA A-G-O-R-A!"

"CADÊ A ROBERTA???"

As pessoas saem resmungando e chutando os móveis da casa.

"Ei, quem vocês pensam que são pra terem esse comportamento na minha casa?" Digo numa tentativa de ajudar minha mãe, mas só ouço xingamentos como resposta.

Procuramos em todos os cantos da casa e encontramos a Roberta no pior deles, o quarto dos meus pais. Quando meu pai abriu a porta, demos de cara com minha irmã na cama com um cara bem mais velho que ela e ambos fumando maconha de um modo que empestearam o quarto todo.

"PAI?!"

"SAI DA MINHA CAMA." Foi a única coisa que ele conseguiu dizer.

Realmente, foi uma cena bem constrangedora. Minha mãe chorava e tremia de nervoso, meu pai estava sem palavras com a decepção, o Leo estava pálido e eu, desesperada. O cara que estava com a Roberta, saiu correndo enrolado no lençol e pulou a janela mais próxima.

"O QUE DEU EM VOCÊ PRA FAZER UMA COISA DESSAS?"

"...."

"FALA, ROBERTA!"

Nada como resposta.

"CADÊ AQUELA MERDA DAQUELE SEU IPHONE?"

Roberta olhou para a escrivaninha e entregou onde o aparelho estava. Minha mãe não pensou duas vezes, pegou o celular e arremessou na parede até que se espatifasse todinho.
"VOCÊ SÓ PODE ESTAR DOENTE PRA JOGAR 2 MIL REAIS ASSIM NA PAREDE..."
Já estava ficando tonta com essa gritaria, Leo percebeu e me tirou do quarto enquanto cochichava

"Vem, você precisa repousar mais... essa discussão não vai fazer nada bem nem pra você nem pro nosso filho."

Não sei o que seria de mim e do bebê sem ele, me emociono sempre que ele demonstra preocupação com nós dois e principalmente nos momentos que chama o nosso bebê de filho. Com tanto carinho até esqueci o caos que estava naquela casa, fui repousar com o Léo na casa dos pais dele.

Marcando TerritórioOnde histórias criam vida. Descubra agora