Aquele 1%

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"E então, estamos entendidos?"

"Claro, estamos sim!" Respondo sem fôlego, toda desconcertada

Caraca muleke, que dia, que isso... Depois dessa eu não sabia nem o que dizer! Sorte que o Bruno já foi logo mudando de assunto e tudo ficou "normal" de novo. Ele me mostrou o iate por dentro (muito phyno, por sinal) e demos uma voltinha em alto mar ao som de Beatles, uma das minhas bandas favoritas!

Quando começou tocar I Want To Hold Your Hand, Bruno me chamou pra dançar. Eu não sei dançar, mas gosto! O resultado foi péssimo hahaha pisei no pé dele, chutei as canelas e escorreguei pra caramba. Mas, no fundo foi bem divertido! Após a dança, minha barriga roncou de fome.

"Nossa, esqueci completamente do jantar! Desculpa Amy, você deve estar morrendo de fome."

"Magina! Só um pouquinho, haha."

Calúnia das grandes, menti só para não deixar o boy constrangido óvino*. Eu sempre to com fome, o tempo inteiro, todo o tempo, o tempo todo kkkk. Nunca podem me oferecer nada que eu já quero, devo ter uma solitária de 5 metros morando na minha barriga! Enfim, eu tava com muita fome no momento...

"Não pareceu ser pouquinho pelo ronco da sua barriga hahaha, espera aí que vou arrumar a mesa."

"Ta bom."

Fiquei lá, parada em alto mar e literalmente ,brisando na parte mais alta do iate. Depois de uns 10 minutos distraída, ele chegou por trás de mim e sussurrou no meu ouvido "Ta pronto."

Gritei! 100OR QUE SUSTO. Não ouvi nenhum barulho desse homem se aproximando, como você pôde ser tão desligada (como sempre) Amélia? Enquanto eu lidava com meu surto interno, o Bruno caía na gargalhada.

"Engraçadinho."

"Não fiz nada demais, você que anda assustada! Tava pensando em que, hein?"

"Na comida."

"Sei."

"Ok, o que vamos comer?"

"Vamos descer para você ver."

Descemos, na parte inferior do iate havia uma mesa simples, porém confortável e cheia de coisas apetitosas e suculentas. Lombriga, se segura fia. Ele disse o nome do prato, mas eu nem prestei atenção porque já tava comendo aquilo tudo com os olhos! Gente, que delíciaaa!! BABEI.

"Meu Deus, não vá falar que você também é cozinheiro?!"

"Não, não vou mentir... Digamos que tive uma pequena ajudinha para preparar essa deliciosa refeição."

"Uau, parabéns a todos os envolvidos! Isso aqui tá divino."

"Fico feliz que tenha gostado."

Terminamos de comer, olho no relógio e já são 23h e 45min.

"Bruno do céu, olha a hora!! Você precisa me levar pra casa, agora! Minha mãe deve estar super preocupada (e se corroendo de curiosidade também, porque como bem a conheço, não dorme enquanto eu não contar as novidades)!"

"Caramba, perdemos a noção do tempo! Tudo bem, vamos lá!!"

Dirigindo na velocidade da luz, meia-noite e meia já estava na porta da minha casa.

"Então é isso."

"Muito obrigada por hoje Bruno, foi incrível!"

"Eu que agradeço, Amélia"

"Amy"

"Por que você me chama de Bruno e eu não posso lhe chamar de Amélia?"

"Porque eu não gosto"

"Não gosta do seu próprio nome? Hahaha, essa é boa!"

"Não, é que Amélia parece tão sério... Geralmente, as pessoas me chamam assim quando estão bravas comigo."

"Amy, as pessoas já disseram que você é meio doida?"

"O tempo todo kkkk."

"Você é engraçada..."

"Ouço sempre também, que eu tenho a cara engraçada e tudo mais."

"É verdade, e isso faz com que as pessoas lhe queiram por perto toda hora."

Dei uma risada tímida e como não sabia mais o que dizer, lasquei um beijo de despedida.

"Tchau, docinho."

"Tchau, Amélia."

Olhei com cara de desprezo pra fazer um drama, abri a porta do carro e saí.

"Quando a gente se vê de novo?"

"Quando você quiser."

*óvino = óbvio. Homenagem à Thaís Maciel











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