Entrei no carro de Adrian e quando me dei conta já estava no hotel. Ele fez questão de descer primeiro e abrir a porta para mim.
"Nossa, desde quando você é tão cavalheiro assim?"
Adrian riu.
"As pessoas mudam, baby."
Confesso que corei um pouco, mas mantive a postura. Adrian estava em um hotel super chique, com certeza deveria ser um dos melhores da cidade! Fiquei impressionada.
"Uau, aqui é incrível."
"Espere só até ver o quarto."
Não sei por quê, mas fiquei com medo de como essa frase soou. Ok, pegamos o elevador e subimos até o 9º andar, quarto 905. A porta abria com cartão e leitura de digital, impressionante!
"Sinta-se em casa."
"Obrigada."
Dei um sorriso torto e caminhei pelos cômodos. Era tudo de primeira linha, melhores móveis, pisos, decoração, etc. Quando cheguei no banheiro, havia uma banheira enorme com direito a hidromassagem e tudo mais, cheia d'água e com garrafas de vinho ao lado.
"Adrian, acho que você esqueceu de desligar o registro."
"Por que?"
"Sua banheira tá cheia."
Ele gargalhou, veio até mim e olhou no fundo dos meus olhos.
"Eu sei."
"Não entendi."
"Ah Grazi, vamos ser realistas... Por que você acha que lhe chamei pra vir aqui?"
"Pra gente conversar."
"Hm, só isso? Certeza?"
Paralisei, sabia muito bem o motivo, mas ao mesmo tempo estava morrendo de medo. Não consegui dizer nada e só olhei fixamente pra ele que continuou falando por mim.
"Grazi, eu sei que você me ama desde sempre. Dá pra ver nos seus olhos, no seu jeito de agir e na sua voz quando fala comigo."
"Quando ia na sua casa junto com seu irmão, já sabia mas achava que não passaria de uma paixonite infantil. Meu erro foi não ter ido atrás de você quando cresceu, tive receio, sei lá, nem eu sei ao certo! E depois conheci minha esposa, porém nunca lhe esqueci."
"Adrian isso é... Passado! Não percebe como tudo mudou agora? A fila anda, eu conheci o Jean Carlo que é um homem maravilhoso, lindo e me ama de verdade."
"Mas você o ama de verdade?"
"Claro que amo."
"Então olha nos meus olhos e diz que não me ama mais e que seu coração pertence ao Jean Carlo."
Olhei mas não consegui dizer nada. Adrian que já estava se aproximando cada vez mais, começou beijar meu pescoço.
"Adrian, pára! Isso é errado, é... é proibido."
"Lembra aquela outra vez, na nossa "infância" que eu fiquei te instigando a ficar comigo?"
"Lembro."
"A gente só não ficou porque você veio com essa mesma conversa de que era proibido, eu respeitei porque você é bem mais nova que eu e na época você ainda era menor de idade e eu não mais. Mas e agora? O que nos impede? Você é adulta, maior de idade... Não é mais crime, relaxa gata"
"Três motivos sérios nos impedem."
"Quais?"
"Primeiro: Eu namorava com o Jean a 1 ano e hoje não sou mais criança... tenho 20 anos, porém continuo virgem meu propósito é perder depois do casamento.
Segundo: você continua casado no papel
Terceiro: Eu não terminei com o Jean Carlo ainda e nem sei como fazer isso porque ele está preso em uma cama de hospital. ""Ok... minha vez....
Primeiro: já sei de tudo isso, a Beca me contou quando me ligou pra ir te buscar no bar.
Segundo: meu casamento não é problema, entrei com o pedido de divórcio hoje. Não sei quanto tempo demora mas esse divórcio vai sair.
Terceiro: Caso com você amanhã se você quiser.""Ok, tô indo embora porque acho que já fiquei tempo demais aqui."
"Tempo demais? Praticamente acabamos de chegar."
"Adrian, me dá um tempo por favor preciso digerir tudo isso... pensar, ficar um pouco sozinha. Estou a muitos dias de acompanhante do Jean Carlo no hospital e hoje estou pensando seriamente em ir pra casa tô com saudade da minha cama."
"Ok, dou o tempo que você quiser... ao menos me deixa te levar pra casa."
No caminho fui explicando para o Adrian onde ficava o apê que eu e o Jean estavamos morando temporariamente, quando o carro parou dei lhe um beijo no rosto e pedi que não me levasse a mal.
"Ei perai faltou eu te dar uma coisa muito importante. "
"O que seria essa coisa?"
"Um beijo."
E antes que eu diga algo ele rouba um beijo meu... Não vou negar, ele beija deliciosamente bem. Melhor que o Jean Carlo inclusive. Mas quando o beijo terminou fiquei morrendo de vergonha. Sai do carro as pressas sem olhar pra trás... entrei em casa, quando fechei a porta me deparei com uma maluca toda descabelada me apontando uma arma. Durante um segundo vi um filme na minha cabeça, foi quando eu me liguei que entrei em casa com tanta pressa que nem percebi que a porta não estava trancada... foi nesse momento também que eu percebi que eu conhecia essa maluca... era a esposa do Adrian.
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Marcando Território
Non-FictionAmy vai à uma festa decidida a terminar tudo com o seu então namorado Lucas devido a uma suposta traição na frente de todos os convidados da festa. Com ajuda da amiga Beca, entra em algumas enrascadas, paga alguns micos e passa algumas vergonhas que...