AMYAH ➛ JUSTIN BIEBER

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Say yes

Lamentei o facto do pessoal voltar a Santa Monica, visto que agora ficaria apenas com os meus pensamentos. A presença deles acalmava-me de uma forma inexplicável, sempre o fez. No entanto, sabia que não podia pedir que ficassem, visto que o apartamento não me pertencia e não tencionava abusar da boa-vontade de Kellan, que não estava habituado a receber tantos adolescentes em casa.

O natal perdeu toda a magia. Não que a tivesse, no entanto, este ano não havia qualquer vestígio.

Estávamos a dia vinte e sete de Dezembro. Brandon estava desaparecido há quatro dias e por mais pistas que a polícia tivesse, era um beco sem saída. Estava perto de resolver as coisas pelas minhas próprias mãos, mas não queria afetar as buscas.

Suspirei, levantando-me da cama. O meu telemóvel marcava as duas e três da tarde, o que me levou para a cozinha. Sentia o meu estômago vazio, pois pouco ou nada comi no dia anterior. Madison estava sentada à mesa a conversar com o pai. Quando me sentei perto dele, percebi que falavam de uma notícia no jornal.

Os pais de Brandon começaram a anunciar o seu desaprecimento por todo o lado. As várias fotos espalhadas pelo anuncio do jornal, deprimiram-me ainda mais.

- Amyah, o teu telemóvel está a tocar! – Olhei para trás, vendo a minha mãe a descer as escadas com o meu telemóvel nas mãos.

Quando o agarrei, a chamada foi desligada.

Reparei nas duas mensagens abertas de Justin e na chamada perdida, também do mesmo. Ignorei a chamada, lendo as mensagens.

Texts from: Justin McCann
(11am) – Tenho noção do que te vou pedir... E preciso de o fazer, porque sei que não estás bem. Amyah, o Brandon pediu-me para cuidar de ti, por isso deixa-me fazê-lo.
(11:07am) – Só precisas de dizer que sim.

Pousei o telemóvel na mesa, suspirando com as mensagens.

- Acho que devias de dizer que sim. – Revirei os olhos, perante o comentário da minha mãe, que preprava café.

- Posso saber o que te levou a mexer nas minhas coisas?

- Curiosidade. – Sentou-se à minha frente. Pousou as mãos perto das minhas e olhou-me de uma forma estranha. Ela parecia mais calma que o habitual. – Porque não arriscas?

- Porque não preciso de outra pessoa a meter-se na minha vida.

Levantei-me da mesa e voltei para o meu quarto, deitando-me na cama a olhar para o telemóvel.

Tirando o facto de mal o conhecer, dele estar sempre presente nas alturas mais críticas, Brandon estava desaparecido e não me sentia propriamente capaz de sair de casa e estar com alguém. Além do mais, não ia ser boa companhia, nem perto.

O meu telemóvel voltou a vibrar entretanto.

Text from: Justin McCann
(03:02pm) – AMYAH

            Ignorei a mensagem, pousando o telemóvel sob a mesa de cabeceira. Coloquei o computador nas minhas pernas e não resisti em ver fotos minhas com o Brandon e eventualmente, abrir na pasta onde guardava as fotos com o meu irmão. Viver sem um, era angustiante, não me imaginava num mundo sem os dois.

(...)

Remexia a comida com o garfo, visto que não estava com apetite. Já não comia desde ontem. Ainda levei umas quantas batatas fritas á boca e cortei um pouco do bife, embora começando a ficar um pouco indisposta.

Levantei-me da mesa, encostando-me à bancada. O vazio dentro de mim começava a alargar-se. Não conseguia deixar de pensar no Brandon. No que poderá ter acontecido, no porquê de tudo. O facto de ser tão negativa, não me deixava acreditar que ia voltar a vê-lo e isso estava a mantar-me lentamente.

Uma lágrima deslizou pelo meu rosto, pela primeira vez desde que soube do seu desaparecimento.

Nenhuma outra deslizou. Pois forcei-me a controlá-las. Madison levantou-se de repente, captando a minha atenção. Antes de assimilar o que tinha acontecido, já os meus braços estavam à volta da minha barriga.

- Madison...

- Desculpa, é que... Eu não percebo como é que estás a lidar com isto e eu sei que não estás bem! E estás a agir como se tivesses, como consegues? – Ela afastou-se pouco depois, para me encarar.

Encolhi os ombros e forcei um sorriso, continuando encostada à bancada.

Ao fim de um discurso feito pela minha mãe, acabei por deixar toda a arrogancia e mau feitio atrás, tal como me pediu e voltei para o quarto, onde estava o meu telemóvel.

Sentei-me na cama com o aparelho nas mãos. Será que a proposta ainda estava em aberto? Será que não era tarde demais para aceitar?

Textin: Justin McCann
- Se a proposta ainda estiver de pé
- A resposta é sim

Esperei pela sua resposta. Nem cinco minutos passaram, quando o telemóvel começou a tocar novamente. Suspirei, antes de abrir a mensagem, pois não sabia no que me estava a meter. Ou se estava a fazer a escolha certa.

Texts from: Justin McCann
(08:43pm) – Já estava a desistir! Tens a certeza?
- Se tu tiveres a certeza por nós dois, eu agradecia
(08:47pm) – Estou ai em 15
(08:48pm) – Aconselho-te a levar escova de dentes e talvez uma muda de roupa

Estranhei um pouco aquilo que ele disse, mas decidi não comentar. Peguei numa mochila, colocando uma muda de roupa quente lá dentro e também uma roupa mais desportiva, pois não sabia quais seriam os seus planos. Coloquei a escova dos dentes como havia dito e algumas coisas que podiam ser necessárias.

Fechei a mochila, pousando-a na cama e agarrei na mala pequena, onde coloquei a carteira com os documentos e dinheiro, as chaves de casa e a bolsa da maquilhagem básica e diária.

Coloquei também o maço de tabaco que havia comprado no dia anterior, no café da rua do meu apartamento.

Sai do quarto, após deslizar umas calças de ganga pelas pernas e trocar de camisola, para uma de lã mais quente. Calcei as minhas botas pretas e deixei os meus cabelos soltos, descendo as escadas e encontrando-me com a minha mãe na sala. Ao pousar a mochila no sofá, a sua expressão tornou-se confusa.

- Pelo que parece, não vou dormir em casa... - Encolhi os ombros e ela continuou com o seu olhar confusa. – A ideia foi tua!

Ela levantou os braços em rendição, o que me fez revirar os olhos. Acenei-lhe, tal como a Madison e a Kellan antes de fechar a porta do apartamento.

Dentro do elevador, recebi a mensagem do Justin, a dizer que já me esperava. Quando sai do mesmo e virei para os degraus antes da porta do prédio, consegui ver o carro dele. E algo dentro de mim, fez com que ficasse nervosa.

Mal conhecia o rapaz. Não sabia para onde me levava.

Se Brandon confiava nele, porque não confiar também? De todas pessoas que já me viram irritada ou a tomar decisões precipitadas, ele foi o único que continuou a insistir.