4. Saying

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Point of view Alison Dilaurentis

"Acho que já podem falar." disse cruzando os braços e encarando meus progenitores.

"Dá para ser um pouco menos grossa?" minha mãe perguntou calma me fazendo revirar os olhos. Meu celular começou a tremer em cima da cama indicando que alguém estava a me ligar, peguei-o e vi o nome de Ben, meu melhor amigo no ecrã do celular.

"Sem interrupções, o que temos a dizer é importante." meu pai pega o celular de minha mão desligando a chamada. Maldito.

"Podem falar." falei encarando a porta aberta.

"Filha, já passamos por essa situação de você chegar extremamente bêbada em casa, mas dessa vez foi diferente, você pode parar na delegacia Alison! Sabe o quão errado é? Uma garota filha de um casal de advogados parar na delegacia por dirigir embriagada?!" minha progenitora se exalta passando a mão diversas vezes em seu cabelo castanho claro, ato que eu herdei dela. Chloe anda de um lado para o outro tentando não elevar tanto a raiva.

"É isso que eu odeio, vocês se importam muito no que os outros pensam da nossa família e acabam esquecendo que ainda a tem." grito tudo o que vem me atormentando desde os treze anos. Meus pais nunca ligaram para mim, eles durante o momento que me entendi por gente só pensam em criar as pessoas perfeitas em todos os sentidos. Minha mãe para um segundo me encarando. Ela não tinha palavras.

"Desde meus treze anos vocês só ficam viajando, viajam por meses e não se preocupam em ligar uma vez sequer. E quando ligam é só para perguntar quanto eu tirei nas provas ou se eu venci as competições de tênis." as palavras saiam da minha boca tão facilmente, meus olhos se encheram de lágrimas rapidamente e as mesmas iam caindo devagar pelas maçãs do meu rosto."Então sim, eu cansei de fazer as coisas para agradar vocês e no final de tudo não passar de um ser invisível."

Meu pai continuava calado ouvindo cada palavra assim como minha mãe. Posso ter passado anos com tudo na minha cabeça, sofrendo sozinha, mas na hora de jogar na cara não há pessoa melhor que eu.

"Então se vocês se sentem vergonha da minhas atitudes agora, saibam que foram os responsáveis disso." falei deixando as últimas lágrimas caírem soltando um longo suspiro." Se eu bebo muito, é porque eu encontrei uma forma de aliviar a dor."

Cheguei perto do meu pai pegando o celular de sua mão, olhando chamadas não atendidas que tinha do meu melhor amigo Ben.

"Eu realmente sinto muito minha filha, eu..eu não fazia ideia que você se sentia dessa forma." minha progenitora fala com a voz baixa. Dou de ombros e vou juntando minhas coisas que estavam jogadas no chão, ignorando totalmente a presença deles.

"Só queremos te ajudar a passar por essa má fase, então te mandaremos para uma escola interna na Costa Oeste. É uma ótima instituição, você pode fazer novos amigos e..." O que? Me virei novamente para eles assim que escutei atentamente a fala do meu progenitor.

"Você só pode estar de brincadeira... E o Ben? Meu deus eu não posso deixar ele aqui." falei puxando meus cabelos olhando tudo em minha volta.

"Quanto a isso, vamos conversar com os pais dele para que ele possa ir junto com você." meu pai fala tentando acalmar os ânimos. Acho que tudo bem, se ele ir será melhor certo?

"Só saíam do meu quarto..." murmuro olhando diretamente para eles. Minha mãe assente e sai da divisão puxando a mão do meu pai me deixando completamente sozinha. Como já estava acostumada.

Me encostei na parede e deixei que todas as lágrimas caíssem, as flash's de todos os momentos que me sentia insignificante voltavam várias e várias vezes. Consegui afasta-los quando me lembrei que tinha que retornar as ligações do meu amigo de infância.

Desbloqueei a tela do celular e disquei o número que já sabia de trás para frente.

"Alison!" falou soltando um suspiro de alívio."Como você foi embora ontem? Te procurei a festa inteira e não achei!"

"Briguei com a ridícula da Samanta, me irritei muito, não te achei aí decidi ir embora." falei tentando não fazer uma voz de choro."No meio do caminho policiais me pegaram dirigindo bêbada e me levaram na delegacia."

"Chamaram sua..."

"Sim, além de ganhar um sermão, como sempre,  joguei tudo na cara deles." fecho os olhos respirando fundo, não sei o que ele vai dizer."Minha mãe quer me mandar para uma universidade na Costa Oeste."

"O que?! Não tá maluca! Eles não vão fazer isso caralho."

"Disseram que iam conversar com sua mãe para que você fosse comigo."

"Menos mal." ela murmura completamente arrasado.

"Ali" a voz do meu irmão soa novamente me fazendo tirar a atenção na chamada em que estava com Ben."Quero conversar com você." assenti.

"Ben eu tenho que desligar agora, mas daqui a pouco eu te ligo tá? Te amo gay" falo deixando um sorriso escapar.

"Beijos meu raio de sol."

"Então.." falei me levantando e ao mesmo tempo o encorajando para falar tudo de uma vez.

"Me desculpa tudo que eu falei, não queria mesmo te magoar e... ainda não tenho total controle do meu nervosismo e te imaginar naquele lugar me dá vontade de te pegar e fugir daqui." ele murmura baixinho me abraçando.

"Achei que lá fosse ótimo, você sempre disse isso." falei o encarando confusa.

"Eu não podia falar nada de ruim de lá, caso contrário nossos pais estariam mortos." ele fala baixo colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e eu continuo mantendo meu olhar confuso."Lá não é como todos pensam Alison e eu só quero que tome cuidado, ok?"

Não conseguia responder imaginando o que lá teria de tão ruim, meus pelos se arrepiam e eu me amaldiçoo por ter se quer imaginado.

"Alison, você promete?" ele pergunta envolvendo suas duas mãos no meu rosto.

"Eu...Eu prometo" murmurei. Jason me puxou de volta para o abraço me fazendo sentir segura de estar ali. Como se fosse o meu lar.

"O que exatamente tem lá Jason?" perguntei fazendo ele suspirar como se tivesse arrumando as palavras certas.

"Lá na Costa Oeste, eles têm um ditado." ele dá uma pausa "Se você não está bebendo, você não está no jogo."

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WEST COAST // zaynOnde histórias criam vida. Descubra agora