WEST COAST // zayn

5. Welcome to hell

Point of view Alison Dilaurentis

Confesso que depois daquela conversa estranha que tive com Jason meus pensamentos ficaram perdidos com tantas perguntas que fazia a mim mesma. Se lá é um lugar que é suposto para pessoas se tratarem, porque se tem que continuar consumindo bebidas para estar em um jogo?

Não entendo sinceramente. Meus pais acham que lá é mil maravilhas, que eu vou encontrar a paz e parar de consumir bebidas alcoólicas, mas mal sabe eles que aquele lugar vai incentivar a consumir ainda mais.

Escuto três batidas leves na porta, e como a mesma estava entreaberta ela se abriu com a força que fizeram contra a madeira.

"Alison, acho melhor fazer suas malas, iremos te levar amanhã de cedo." minha mãe fala com receio da minha reação, eu apenas levanto o olhar a encarando por uns segundos e depois volto novamente meu olhar para a parede branca.

"Os pais do Ben concordaram em deixá-lo ir comigo?" pergunto baixo com medo da resposta. Minha mãe larga a maçaneta da porta e caminha em passar lentos em minha direção.

"Tentamos convencê-los, mas eles não têm condições de bancar o tratamento dele lá." ela falou colocando uma mexa do meu cabelo loiro atrás da minha orelha.

Suspiro pesado, não estou em condições de discutir agora. Apenas quero ficar sozinha nessas horas que me restam aqui dentro dessa casa.

"Me deixa sozinha." volto a me deitar virando para o lado oposto puxando meu edredom branco para cima. Minha progenitora decide não me questionar nada e sai do quarto fechando a porta sem fazer nenhum barulho.

Já estava de noite, não conseguia pregar os olhos nem um minuto para dormir, deles só saíam lágrimas e mais lágrimas. Às vezes me amaldiçoo por ser tão fraca em relação a algumas situações, mas é que jamais imaginei em deixar meu único e considerável amigo aqui, e ir para um lugar que posso considerar um inferno para mim.

Limpo as lágrimas que escorriam compulsivamente com a as costas da minha mão e bufo ao me lembrar que tenho que arrumar minhas coisas. Me levanto em passos lentos e aperto o interruptor, fazendo a luz forte da lâmpada iluminar todo meu quarto. Meus olhos doem não se acostumando com a luz mas nada pode ser comparado com a dor que sinto por tudo o que passei.

•••

INYO, California, West Coast

"Vai ficar tudo bem." Jason sussurra apertando minha mão. Já estávamos a poucos quilômetros da escola, a cada minuto que passava sentia um calafrio.

Sei que Jason quer me manter tranquila, mas não dá para enganar minha mente do que vai provavelmente acontecer comigo la dentro.

"Eu sei que não vai." sussurro em resposta. Ele me encarou dando um pequeno sorriso para me reconfortar, eu retribui com um sorriso forçado e dei um grande suspiro olhando para frente e avistando um enorme edifício com paredes altas e braças cercando todo o lugar.

O grande portão se abriu quando meu pai fez um sinal estranho com os dedos, parecendo um tipo de código. O carro entrou no estacionamento revelando uma vista digamos bonita do lugar. Era praticamente um campus normal e pacífico.

"Está diferente da última vez que pisei aqui, bem diferente!" Jason exclamou descendo do carro seguido por mim. Meus pais apenas concordaram com a cabeça sem proferir uma palavra.

Meu irmão mais velho chegou perto de mim com um sorriso caloroso.

"Acho que aquilo que eu te contei não existe mais aqui Ali." ele fala com alegria na voz. "Isso é maravilhoso! Estava tão preocupado." ele fala deixando um beijo em minha testa e me dando um leve abraço.

Meu pai tira minhas três malas do porta-mala do carro com a ajuda de Jason enquanto eu fico encarando cara prédio que existe ali, até que um todo pixado me chama a atenção, existe desenhos bonitos que são feito para você mesmo fazer o significado. Gosto disso.

"Vamos querida?" minha mãe tira minha concentração daquele prédio me trazendo totalmente a realidade. Peguei minha bolsa a ajeitando em meu ombro e puxando uma mala enquanto Jason levava o resto.

Entramos dentro da secretaria e minha mãe já vai no balcão conversar com a mulher sobre minha entrada na instituição. Minhas mãos soam levemente fazendo com que eu esfregue-as um pouco na calça.

"Você vai poder falar comigo a qualquer hora que quiser." Jason volta a falar comigo. Olho-o com uma expressão confusa. "É que antes não podia fazer ligações a qualquer hora, eles cortavam sinal de telefone e só deixavam ligado cinco minutos por dia." ele fala abaixando o olhar como se estivesse lembrando.

Sinto uma mão no meu ombro, olho para trás e vejo minha mãe indicando que aquele era o momento da despedida. Abraço Jason com força e consigo sentir as lágrimas invadirem meus olhos.

"Você é o único que sabe o que se passou ou ainda se passa aqui dentro, vou te ligar todos os dias caso aparecer alguma coisa diferente." sussuro e dou uma pausa para um suspiro. "Não me deixe sozinha nessa." minha voz saiu implorando isso a ele.

"Nunca te deixarei sozinha." ele fala "Eu prometo." sorrio e acabo com nosso abraço. Levanto dando um abraço ao meu pai que pela primeira vez me diz coisas positivas, abraço minha mãe e sinto lágrimas em meus ombros. Pela terceira vez na vida vejo ela chorando.

"Me promete que vai trazer Ben aqui o mais rápido possível." peço a ela. Ben não pode vir por causa de seus pais, parece que ele também teve um punição por tudo o que aconteceu. E sei que a maior parte é culpa minha.

"Eu...eu prometo." ela fala com a voz trêmula. Me afasto um pouco e olho todos pela última vez, dou um sorriso forçado e vejo meu irmão gesticulando um 'eu te amo'  com a boca.

Me viro para a porta e a mulher me pede para estender o braço, ela carimbou um símbolo estranho me fazendo perceber que era um passe livre para o inferno.

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