2. Drunk

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Point of view Alison Dilaurentis

Minha cabeça ainda rodava, eu estou literalmente tonta e confusa. Sentada no banco de uma delegacia esperando pelos meus pais que estão lá dentro para resolver as coisas. Ou pelo menos tentando. Ambos são advogados, por isso odeiam que os seus filhos sejam um 'fora da lei', nada pra eles importa a não ser o sucesso nos estudos, fazendo ganhar prêmios ou ser convocada para algum tipo de competição importante.

Os barulhos de telefone tocando estão fazendo minha cabeça doer ainda mais, as fincadas estão cada vez mais fortes e meus olhos vão se fechando lentamente. Eu perdi minha forças, literalmente. Pousei minha cabeça sobre o outro banco ficando dessa vez deitada. Engoli seco, a saliva está com um gosto forte de bebida alcoólica fazendo-me pensar o que eu tomei depois daqueles três copos de vodka.

"Vamos Alison!" a voz do meu pai soou rude e distante. Me levantei lentamente tentando me equilibrar ao máximo, as imagens começavam a ficar retorcidas e as vezes eu pisava em falso. Minha mãe viu a minha dificuldade, parou de andar por uns segundos e assim que ficou do meu lado pousou a mão em meu ombro me guiando até o carro.

O ambiente está pesado aqui dentro do carro, meus pais continuam calados na frente, provavelmente já ensaiando mentalmente o tipo de discurso eles vão usar para me dar a bronca. E, só de pensar em pessoas falando comigo, a minha cabeça já dói. Sei que Ben me avisou sobre não beber muito, mas infelizmente eu não queria saber naquele momento o que eu devia ou não fazer. Pela primeira vez me sentia um pouco livre para ser eu mesma.

O barulho do portão se fechando me fez despertar dos meus pensamentos. Depois de longos minutos, me sentia pelo menos um pouco sóbria. Meus pais desceram do carro sem pronunciar uma palavra, me deixando sozinha aqui dentro. Bufei abrindo a porta do carro, bati a porta com força na tentativa de aliviar minha raiva, mas nada adiantava.

Abri a porta da frente vagarosamente revelando a figura de Jason e meus pais sentados um de frente para o outro no sofá. O barulho da porta atraíram a atenção deles para mim, Jason transmitia um olhar de pena, o encarei e revirei os olhos mesmo desejando levantar meu dedo do meio e esfregar em sua cara.

Apenas fingi que não vi nada, subi as escadas degrau por degrau batendo meu pé com força. Para demonstrar o quão nervosa estou e que era para eles nem pensarem na possibilidade de bater na porta do meu quarto para me darem sermões ridículos.

Bati a porta do meu quarto e a tranquei para evitar qualquer coisa. Tirei meu tênis jogando-os para qualquer canto do quarto, fui ao banheiro, tirei todas as peças que ainda estavam no meu corpo e entrei de baixo da água fria que caia do chuveiro. Senti todos meus pelos se arrepiarem, mas senti também um pouco mais sóbria.

Minha dor de cabeça já está quase curada, meu cabelo já está seco e eu ainda estou em meu quarto olhando para o teto esperando uma resposta de Ben. São praticamente quatro e meia da manhã, não sabia notícias dele nem nada.

Meus olhos já começaram a pesar, mas sempre que eu tento dormir penso no que me espera amanhã. E, com certeza não será nada bom.


WEST COAST // zaynOnde histórias criam vida. Descubra agora