thanks, stiles

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  O silêncio entre eu e Derek continuou, até que ouvi o professor entrar na sala.

  O saco de ser aluno novo é que alguns professores têm a péssima mania de nos forçar a se apresentar a todos. São nessas horas que eu começo a ter crises iguais às do Sheldon Cooper*.

  Depois que o silêncio foi tomado, uma voz feminina cumprimentou a sala. Maravilha! Uma professora! Nada contra professoras, mas geralmente são elas que cismam com isso de se apresentar para a turma. Sério, se tem uma coisa que eu não sou nessa vida é obrigado.

— Vejo que temos um aluno novo esse ano — que bom que te deram o dom da visão, né moça? Pensei, rindo. Eu odeio ficar em evidência sem necessidade.

— Hm, olá — pronunciei, da minha mesa mesmo, como eu disse, não sou obrigado.

— Por que não se levanta e diz "oi" para a turma?

  Droga, eu já falei oi, para que me levantar?

—Senhorita Clarkson, acho que ele já disse oi para todos, na verdade — Derek articulou, logo atrás de mim.

  Alguém dá um beijo nesse garoto!

— Senhor Hale... — Ela suspirou. — Tudo bem, só diga seu nome e de onde veio, certo?

  Assenti.

— Meu nome é Stiles Stilinski e eu sou de Doncaster... Bom, acho que só.

— Ótimo. Eu sou a professora Brenda Clarkson.

  Ela não falou nada após, então me senti livre para virar lentamente para Derek.

— Hey, te devo uma. Odeio ficar em destaque.

— Eu percebi isso... E você não me deve nada, você já é do nosso grupo e nós ajudamos uns aos outros, você se acostumará depois de um tempo.

  Escutei barulhos de zíperes e canetas. Pelo jeito a senhora Clarkson estava passando algo na lousa. Droga. Será que ninguém informa os professores daqui?

  Peguei meu bastão, o desdobrando rapidamente, e me coloquei de pé. Era realmente ruim andar pela sala de aula, o espaço geralmente é estreito demais. Caminhei um pouco mais, até bater a ponta do bastão na mesa do professor.

— Professora Clarkson, hm, eu preciso da minha folha em braile.

— Ah, sim, querido. Mil perdões — escutei barulho de pasta sendo aberta e de papéis sendo remexidos, logo em seguida, senti uma folha um pouco mais grossa em minhas mãos. — Eu realmente não me dei conta, sou meio avoada. Precisa de ajuda para chegar ao seu lugar?

  Eu. Não. Sou. Um. Boneco.

  Neguei com a cabeça e voltei para a minha cadeira. Passei a aula lendo o texto em braile, não tinha muito o que fazer. Derek ficou na dele, na maior parte do tempo, acho que ele deve ser do tipo que anota tudo que o professor diz, porém é só achismo.

— Hey, qual sua aula agora? — Hale perguntou, enquanto eu recolhia meu material e o jogava de qualquer jeito na mochila.

— Acho que é álgebra, e a sua?

  Fechei o zíper da bolsa e a coloquei em um ombro só.

— Inglês... Mas eu posso te levar até a sala de álgebra sem problemas, são as duas últimas mesmo? — Assenti. — Certo. E quando nós podemos, hm, começar a decorar a escola? Não decoração em si, quero dizer, nada contra decoração, temos um grupo muito bom aqui e...

  Derek tinha a respiração entrecortada, com certeza não estava nem respirando para falar.

— Hale, respira! Qualquer dia desses, você vai desmaiar por falta de ar e então teremos um problema, porque eu não enxergo e você ficará jogado aí no chão.

Behind Brown Eyes ➸ sterek versionOnde histórias criam vida. Descubra agora