Um pouco mais tarde, Liam deixou-me em casa.
Dirigi-me lentamente pelo pequeno caminho do quintal até a porta. Não foi uma surpresa para mim, quando encontrei minha mãe esperando-me na mesma.
— E aí? Como foi? Eles são legais? Cuidaram do meu Stiles? — Ela disparou, assim que entramos.
— Mãe, pelo amor da Coruja Celestial! Respira, você vai ter um ataque — falei rindo.
— Desculpe, meu amor, eu só estou feliz que tenha feito amigos. Agora, vem e senta aqui, eu quero saber de tudo.
Claudia puxou-me para o sofá, sentando-se ao meu lado.
— O que vocês fizeram lá?
Minha mãe parecia aquelas adolescentes histéricas, querendo detalhes sobre o primeiro encontro.
— Roubamos, matamos e traficamos órgãos, mãe... — disse sério.
— Ah, filho, isso é tão leg- STILES STILINSKI, VOCÊ PARA DE ME ZOAR! — Gritou rindo.
Minha relação com a minha progenitora sempre foi desse jeito, ela era minha melhor amiga.
— Nós comemos porcarias, falamos besteiras e assistimos um filme — dei de ombros.
— Qual filme, meu amor?
— Piratas do Caribe, não me pergunte qual deles.
— Isso é maravilhoso! — Afirmou contente, no mesmo momento em que começou a fazer carinho no meu cabelo. — Você precisa cortar o cabelo...
Assenti. Não tinha como eu saber se precisava de um corte de cabelo ou não, de qualquer maneira.
— Cadê as meninas? Essa casa está silenciosa demais — indaguei.
Realmente estava muito silenciosa. Minha casa sempre era uma bagunça. Phoebe e Daisy gritavam o dia inteiro, Lottie e Fizzy estavam sempre ouvindo música alta, minha mãe com a tv no máximo em algum programa de culinária. Era uma loucura.
— Lottie levou Daisy e Phoebe para um parque aqui pertinho e a Fizzy está no quarto dela, querido.
— Vou encher o saco da Fizzy...
— Certo, terminarei o jantar.
— Mãe, você não está tentando cozinhar de novo, não é? — Joguei a cabeça para trás, desistente.
— Claro que sim! Passei o dia vendo uma receita incrível.
— Eu te amo, mas você realmente não sabe cozinhar, mãe — massageei minhas têmporas.
Não pense que eu sou maldoso, mas é sério. Ela não sabe cozinhar, mesmo querendo... Quer dizer, querer não é poder.
— Garoto, não me testa — brincou e eu apenas ri.
Levantei depois de depositar um beijo em sua bochecha e fui até o corredor, contando as maçanetas até o quarto que Fizzy dividia com Lottie.
— E aí, pirralha?!
— E aí, toupeira?! — Fizzy sempre me chamou dessa forma. Claudia briga com ela todas as vezes que escuta.
O motivo é que as toupeiras são razoavelmente cegas.
Eu não me importava com o apelido ganho, mas minha mãe sim.
— Se a mamãe escuta você falando isso, está ferrada — sorri verdadeiro e sentei-me em sua cama.
— Que nada! Ela já se acostumou. Mas, então, dona Claudia disse que você havia saído para a casa de alguns amigos. Conte-me as novidades, maninho.
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Behind Brown Eyes ➸ sterek version
FanfictionHá quem diga que o que define seu destino não são suas condições, mas sim suas decisões. Stiles Stilinski, contudo, conseguia discordar plenamente desta frase: era solitário, não possuía amigos e, além disso, era um garoto cego desde os oito anos de...