Transições

Praia, Sexo e Cigarros...

Aquela conversa toda estava me entediando e muito:

— Acho que já está na hora de vocês marcarem a data do casamento.

— Verdade, só depende da Jessi para resolver a data, senhor João. Né amor?

— Né o quê? - Perguntei sem nem me dá conta que eles falavam comigo.

— Que estou esperando você resolve a questão da data do casamento...! No que está pensando em amor?

— Pensando na S... No trabalho, ou até no meu pensamento você quer mandar? —Falei meio enfurecida.
Quando de repente ouvi meu pai dizer:

— Olha como fala com ele, breve ele será ser seu futuro marido e você o deve respeito.

Confesso que me tremi toda com o tom a voz do meu pai e como um filme passou na minha mente tudo que aconteceu quando eu era nova, eu tinha pavor do meu pai, num era respeito era medo, hoje eu tenho consciência disso.

— Eu sei pai, mas tenho que ir agora, tenho uma reunião e estou atrasada.

— Mas você não falou nada de reunião antes amor...

— Esqueci, estou falando agora.

Pela primeira vez na minha vida eu fui andar sem rumo sem saber o que fazer, e pela primeira vez eu estava questionando tudo na minha volta, fui em direção da praia, minha cabeça fervia, não sabia que rumo tomar, toda aquela situação com a Stella, eu tinha que marcar o casamento com o Pablo e eu nem sabia se era isso que eu queria como iria fazer com a minha vida dali pra frente. Eu não sabia o que fazer e que decisão tomar estava tudo muito confuso. O que eu poderia fazer da minha vida? Me entregar totalmente a Stella e entender o que eu sentia por ela, e correr risco da minha família nunca mais olhar pra mim, ou seguir em frente com o Pablo?

Naquele momento eu já não sabia o que eu via de diferente naquela religiosasinha, mas meus pensamentos focaram nela de uma maneira fixa, nunca fui de me apaixonar sempre fui muito prática, gostava das coisas mais diretas, mas aquela Jesse me tirava da minha zona de conforto inexplicavelmente. Resolvi que talvez eu precisasse encher a cara e bater papo com meus amigos, resolvi que seria isso que faria. Depois do expediente resolvemos nos encontrar na casa do Cláudio.

Depois de muita maconha e tequila, muita conversa jogada, e quando nos demos conta Leandro estava tirando a minha calcinha e Manu atracada no Cláudio enquanto a Duda estava atrás da Manu beijando o pescoço nela, estávamos loucos, o tesão tomou conta e todo o apartamento começou a esquentar e nossos corpos ficaram mais quentes, quando de repente todos os corpos viram um só, todos nós estávamos insanos, ficamos naquilo durante horas quando exaustos caímos cada um num canto do apartamento e alguns apagaram, mas eu não era uma dessas pessoas.

Eu como de costume peguei meu cigarro e acendi, só coloquei uma blusa do Claudio por cima do meu corpo nu e fui até a varanda observar a vista, estava ali por alguns minutos quando senti uma mão suave passar pela minha cintura, era Eduarda:

—Posso te fazer companhia Stella?- Falou enquanto pegava o cigarro da minha boca e acendia o dela.

—Claro né Duda... — Falei com um sorriso.

— Você acha que me engana né Stella? — falou ela enquanto sentava em uma cadeira ao meu lado.

— Como assim te enganar, sua doida? — falei dando um trago no cigarro.

— Você está pensando na tal de Jessi... Está na sua cara.

— Não estou não, você melhor que ninguém sabe que não sou de me apaixonar.

—Mas dessa vez você está diferente, eu te conheço há muitos anos Stella, mas se você quer se enganar tudo bem...

Ficamos ali paradas e caladas por um bom tempo somente apreciando a vista e fumando o nosso cigarro.

O sorriso da Eduarda me dava paz e só isso que eu precisava naquele momento paz.

Estava na sala pronta para dormir, e olhando para o teto e mais uma vez pensando na merda de vida que eu estava levando, como eu deixei as coisas andarem com Stella, eu deveria ter parado quando eu tive tempo, e agora o que eu iria fazer? O que eu deveria fazer? Casar com Pablo ou o mandar ir a merda? Me entregar a Stella e ferrar com tudo? Perder minha família?

—Ainda está acordada Jessi?- era Lúcia me chamando.

— Estou não consigo pegar no sono.

— Quando será que eles vão embora?

— Eles quem?

— Nossos pais sua vaca — e riu

— Acho que sábado...

— É verdade, me esqueci. — Lucia deu quase um berro.

— É que eu estou doida para transar com um cara do curso, ele é maravilhoso, só o beijo dele me deixa acessa. — Lúcia fala com se estivesse viajando num mundo bem distante enquanto olhava para o teto.

— Oi!!!?

— Começa dá uma de santa pro meu lado de novo não Jessi, como se você não tivesse transado já com a vizinha gostosa, ela te olha como se você estivesse nua. — Lúcia falou virando para mim.

— Eu não!!!! Tá louca. — Me apressei em dizer.

— Sério mesmo? Se alguém me olhasse como ela te olha eu já teria dado a muito tempo — falou Lúcia, me fazendo corar na hora.

Eu ainda não estava acostumada com esse lado ousado da minha amiga de anos, mas ou eu me acostumava ou me afastava, mas ela era a única que me compreendida e entendia a minha agonia naquele momento.

— Vai dormi Lúcia, seu mal é sono — eu ri timidamente.

A boca da Stella percorria meu pescoço, me fazendo arrepia dos pés a cabeça, sua mão entrava pela minha calcinha e seus dedos encontravam minhas partes mais intimas, eu ficava tremula, e quando dei por mim sua boca estava nos meus seios, e um gemido sai da minha boca, um gemido que eu não sabia que poderia sair dos meus lábios.

Acordei daquele sonho toda molhada, nunca tinha tido esse tipo de sonho ainda mais com uma mulher, simplesmente sair correndo para o banheiro me refrescar, meu corpo estava quente. Enquanto tomava banho me lembrava do sonho, e curiosidade batia na minha cabeça. Tomei meu banho e fui direto para o trabalho, meio desligada e ainda lembrando daquele sonho que me deixava curiosa.

Meu mundo não era mais o mesmo depois de meus encontros com Stella, o que tinha mudado em mim? Será que iria mudar mais? Como será minha vida daqui pra frente? E agora o que faço com Pablo? Muitas perguntas e nenhuma resposta.