Now it's over - Epílogo

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Duas semanas e meia depois...

- Aqui. - Vi Tom jogar uma pequena mochila para Amy, que a segurou com agilidade. Estávamos de saída para o sítio da família Judd e Amélia que havia passado a noite na casa de Harry trajava as roupas de nosso amigo. Era bom poder dizer que aquela noite não foi efêmera e todos nos acertamos da maneira que nos era melhor. Do casal mais devasso ao mais romântico e as misturas mais cômicas, tinha de tudo um pouco naquele circulo de amizade.

- Vou me trocar. - A loirinha avisou levantando-se a caminho do quarto de nosso amigo. Passei os olhos pela sala e vi Tom deslocar-se até a cozinha.

- Atrapalhamos algo? - Indagou Dougie jogando-se no sofá ao lado de Bea.

- Nada além do nosso sono. - Judd respondeu bem humorado terminando de colocar o vídeo game em sua mochila.

- Sabemos, claro. - Retrucou Beatrice rindo maldosa, fazendo com que todos na sala, com exceção de Judd, é claro, rissem. Fletcher logo retornou com uma garrafinha de água e sentou-se na poltrona de couro branco próxima a porta.

- Onde é o banheiro? Amélia tá demorando muito. - Foi Wheeler quem perguntou impaciente.

- Ela acabou de entrar lá. - Dougie respondeu mais lesado que o comum, recebendo uma cotovelada da garota ao seu lado.

- Subindo as escadas, segunda porta a esquerda. - Nosso amigou explicou apontando.

- Certo. Vou lá ajuda-la. - A morena enrolou para falar ao levantar. - Lizzie vem me ajudar. - Intimou a amiga que a encarou confusa e sonolenta.

- Pra que? - Elizabeth ainda perguntou com o olhar perdido, mas sua amiga saiu a puxando antes de responder. Ainda pude ouvir minha namorada murmurar algo como "Ah tá" um pouco lesada pela noite que mal dormida, antes de subirem as escadas. Observei distraidamente que banheiro da casa do nosso amigo era tão espaçoso que não só caberiam as três garotas, como era possível fazer uma orgia lésbica lá sem qualquer problema. Assim que as meninas sumiram no corredor do andar de cima todos voltaram a encarar o Judd de modo que o incentivasse a falar. O silêncio pairou no cômodo até que Dougie se manifestasse:

- Certo, queremos saber como a cantora é. - Poynter se referiu a loira que investia na carreira musical. Ele não conseguia ser nenhum pouco discreto.

- O que? - Nosso amigo questionou confuso, nos encarando com a sobrancelha arqueada.

- Eles querem saber se ela é boa de cama. Coisas do tipo... - Expliquei como se fosse óbvio, e de certo modo era, com os olhos presos no joguinho do celular. Uma replica de Guitar Hero.

- Em primeiro lugar, vocês são mesmo um bando de bichas fofoqueiras e depois, não rolou nada. - Harry explicou nos fazendo gargalhar com gosto.

- Duvido muito. - Meu melhor amigo berrou.

- Vamos lá, Judd. Você tem uma loira gostosa na sua casa por uma noite inteira e vem dizer pra gente que não rolou nada?! - Poynter ironizou antes de rir na mesma entonação.

- Vão se foder! - O moreno jogou o dedo do meio para cima nos fazendo rir. Sim, eramos um bando de imbecis sem porra nenhuma para fazer.

- Fala logo, porra! - Tom ordenou no auge de sua impaciência.

- A gente só ficou, e daí? - Harry respondeu num tom indiferente dando os ombros.

- Só isso?! - Foi Tom que indagou e vimos seu sorriso maldoso murchar.

- Você é mesmo muito viado. - Dougie jogou a almofada no nosso amigo enquanto ria com gosto.

- Pelo menos ela estava sóbria da primeira vez que a gente ficou. - Judd retrucou jogando a almofada de volta, antes de gargalhar e eu me juntei a ele e Thomas tirando sarro de Poynter que fechou a cara.

- Não fode! - Nosso amigo mandou parecendo bravo.

- Quero que seja especial para ela. - Harry confessou se jogando na poltrona paralela a de Tom. Deixando claro que aquela seria a primeira vez da menina. Foi então que qualquer dúvida de que Judd era um cara bacana se esvaíram.

- Que fofo ele, gente. - Proferi com uma voz fina e patética fazendo com que os demais rissem. Percebi que Dougie acrescentaria mais alguma coisa se as meninas não estivessem descendo as escadas juntas, fazendo com que pelo menos três babacas naquela sala ficassem as admirando abestalhados.

- Agora podemos ir? - Thomas certificou-se impaciente, nos tirando de nossos pensamentos. Porém, não podia culpar meu amigo, porque ele estava louco para buscar a Gi e matar a saudade de sua namorada que não via desde o ano novo.

Já estávamos todos do lado de fora da casa quando Harry chegou. Havíamos descido na frente para ajeitar as coisas de Amy na mala, que já estava lotada. O grande problema seria colocar todos no mesmo carro, que apesar de grande, não era espaçoso o suficiente para sete pessoas. Harry foi na frente com Tom por ter vencido o ímpar/par e restou para que o resto de nós se espremesse na parte de trás até a casa de Giovanna, onde poderíamos nos acomodar também no carro da menina. Dougie, Bea, Amélia, Lizzie e eu estávamos, respectivamente, apertados no banco de trás quando o carro começou a andar.

- Eita, alguém vai ter que ir no colo. - Harry tirou sarro da nossa cara se espreguiçando no espaçoso banco da frente, vi Fletcher me encarar pelo retrovisor pronto para soltar alguma gracinha, quando para a nossa surpresa a menor pulou para o colo de Poynter que tentou não demonstrar qualquer reação, mantendo os olhos na janela.

- Já mencionei o caminho para a casa da Gi tem muitos buracos? - Tom se divertiu fazendo com que todos no carro soltassem uma risada.

- Fica quietinho e dirige, Fletcher. - Bea aconselhou forçando a voz de nojenta que ela conseguia interpretar tão bem. - É o melhor que você faz. - Ela disse por fim, fazendo com que eu e Lizzie trocássemos um sorriso contido.

- Só não quero que você bata sua cabeça gigante, Bea. - Ouvi meu melhor amigo ironizar conseguindo tirar uma gargalhada infantil da menina.

- Vai a merda, Fletcher - Ela conseguiu dizer as palavras com uma voz que beirava a fofura fazendo com que rissemos.

O caminho foi calmo até a casa dos Falcone, até porque era bem cedo e todos estavam grogues de sono. Minha namorada recostou a cabeça no meu ombro e dormiu até o fim da viagem, mas não é como se eu pudesse culpa-la pela noite mal dormida, afinal o culpado era eu.

Eu não queria pensar em como seria no futuro, se o presente me agradava tanto. Não queria pensar no meu possível relacionamento a distância com a universitária mais gata que eu conhecia. Pois no fundo eu sabia que acabaríamos dando um jeito. No momento, eu só conseguia pensar em como eu tinha sorte por tê-la. Passava minhas noites torcendo para que os momentos juntos dela fossem eternos enquanto durassem. Nada estava certo, mas isso não me incomodou. Só de tê-la ali, já era mais que o suficiente. E acatando meu pedido na noite de ano novo ela não se esqueceu de mim, pelo menos até onde eu sei. Aquelas férias estavam se mostrando mais do que perfeitas. Todos pareciam felizes com tudo que estava acontecendo. Conseguimos até mesmo tocar em um show improvisado. É claro que fomos vaiados, mas nada que uma bebedeira não curasse. Pois no fim das contas éramos apenas um bando de bêbados de amor.







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