O Apocalipse da Minha Vida

Capítulo 41

Eu já estava sozinha há quase uma hora, meus amigos estavam transando, Max estava com a mãe e eu não sei do meu irmão, então, resolvi ligar para o Tio Chico, quer dizer, Eduardo e contar a minha ideia

– Emily, o que aconteceu? – Ele falou assim que atendeu.

– Nada – eu falei –Pode vir aqui em casa? Eu preciso partilhar uma ideia com você.

– Claro. Chegou ai em 10 minutos! – Ele falou desligando o telefone.

Levantei da cama e me olhei no espelho, eu só iria precisar pentear o cabelo e colocar uma calça, mas eu não sei se ia conseguir fazer isso sozinha, por causa dos pontos. Fui até a minha cama pegar o meu celular e mandei uma mensagem para o Max e pedi para ele vir me ajudar e em menos de 3 minutos, ele apareceu no meu quarto.

– O que aconteceu? – Ele falou parando no batente da porta e me olhando, eu estava em frente do espelho

– Me ajuda a colocar uma calça – eu pedi – O Tio Chico está vindo me ver, e eu não posso recebê-lo assim né? – Eu falei olhando o reflexo do Max no espelho

– Não mesmo – Max falou me regulando, ele veio na minha direção e me abraçou por trás – Só eu posso te ver assim princesa – Ele sussurrou na minha orelha e depois me deu um beijo molhando no pescoço, soltei um gemido. Max me virou fazendo ficar de frente para ele e me beijou, foi um beijo tão intenso, e tirou todo o peso que dos últimos dias. Ele me pegou no colo e eu passei a perna por volta da cintura dele, senti uma pontada em cada ponto meu, mas ignorei, ele me jogou na cama e começou a beijar o meu pescoço de novo, a mão dele desceu até a barra da minha blusa e ele tirou e deixando apenas de calcinha e sutiã, depois deixou alguns beijos na minha barriga, eu soltei um gemido tão alto que acho que até o povo na rua escutou. Estava muito bom, e tudo que eu queria era ter o Max dentro de mim, mas, de repente ele parou e sentou na cama, me deixando arfando e intrigada

–Que foi? – Eu perguntei enquanto recuperava o meu fôlego.

–Eu não posso fazer isso – ele falou e me olhou – Eu não posso fazer isso enquanto você não estiver melhor.

–Eu estou bem – eu falei.

–Não, você ainda está cheia de ponto – ele falou olhando para o meu ponto da costela e no meu ombro.

Soltei um suspiro e coloquei a minha blusa, me levantei e fui até o banheiro, geralmente eu deixo a porta aberta, mas dessa vez, eu fiz questão de bater à porta. Me olhei no espelho, e entendi o por que ele parou, eu estava péssima, meu rosto estava pálido e eu estava com olheiras profundas, estava mais magra que o normal. Era de se esperar que nenhum homem tivesse tesão em mim, mas Max era diferente de todos os homens, ele não se importava com a beleza e sim, pelo que a pessoa tinha por dentro. Será que ele não gosta mais de mim? Será que ele só está aqui por pena e por isso não quis nada hoje? Meus pensamentos estavam me matando, e a cada segundo um pensamento novo surgia e parecia que tinha uma faca sendo enfiada no meu coração. Sai do banheiro e fui até a calça que estava no chão do quarto, tentei me abaixar, mas não consegui, fui tomada por uma onda de dor horrível, parei e suspirei. Uma lagrima escorria pelo meu rosto por conta dos meus pensamentos, mas eu não podia chorar, não agora. Max entrou no meu campo de visão, e eu fui obrigada a desviar o olhar, ele pegou a calça no chão e eu voltei para a cama, deitei e fiquei encarando a minha estante de livros, Max veio até o meu lado da cama e se sentou, me virei para o outro lado enquanto as lagrimas insistiam em descer.

–Emily – ele suspirou – O que foi?

– Nada – eu falei limpando o meu rosto

– Emily, por favor – ele insistiu indo para o outro lado da cama e deitando de frente para mim.

– Max, você ainda gosta de mim? – Eu perguntei encarando aqueles lindos olhos castanhos.

– O que? – ele me olhou assustado – Claro Em, eu amo você!

– Você não está aqui por pena? – Eu perguntei deixando as lagrimas rolarem.

– Pena? Não, eu não estou aqui por pena – Ele falou

–Max, você não quis nada hoje, e você está me olhando com um olhar de pena. Se você tá gostando de outra pessoa, eu entendo...

–Emily – ele falou serio – Eu não gosto de outra pessoa, eu gosto de você! Eu não quis nada hoje por medo de te machucar, você acabou de sair do hospital, isso não é certo. Emily você quase morreu a alguns dias atrás, eu não posso transar com você agora – ele falou e eu percebi o quão bravo ele estava.

– Max, se eu tivesse morrido naquele dia... – Eu falei

– Você não morreu – Ele falou me interrompendo – Você está aqui, comigo. E eu amo você! Pra sempre – ele falou e se levantou

– Mas, e se... – eu tentei continuar

– Se você tivesse morrido, eu estaria sendo encontrado morto agora – ele falou e o meu coração se apertou – Emily, eu não tenho motivos para viver sem você. Meus amigos não ligam pra mim, minha mãe não sai da cama desde quando meu pai morreu, ela só dorme e não está nem ai para o que eu faço ou deixo de fazer. Eu só tenho você! Eu estava sozinho até você aparecer, e eu não vou conseguir ficar sozinho de novo. – ele explodiu e as lagrimas dele começaram a escorrer, ele foi até a janela e ficou parado olhando para a rua.

– Você tem a mim, tem a Lauren, o Brad, o Logan e o Jason! – eu falei me levantando e indo até ele – Você não está sozinho. – falei enquanto abraçava ele.

Max estava de novo encostado na parede ao lado da minha janela, e eu estava abraçada nele, olhando para o nada, como na primeira vez que dormimos juntos, só que agora estávamos vestidos. Parece que isso foi há meses atrás, mas na verdade, só faz alguns dias. Vi o Tio Chico chegando na calçada da minha casa e isso me fez perceber que o Max não podia ficar aqui.

–Merda! – eu falei enquanto sentava na cama e tentava colocar a calça.

–Calma Em, eu te ajudo – Max veio até mim e me ajudou a vestir a calça.

A campainha tocou, e eu olhei assustada para o Max, que não estava entendendo o motivo de eu estar tão assustada. Descemos as escadas e o Max abriu a porta

– Olá Tio Chico – ele falou – Pode entrar – ele se afastou da porta dando passagem.

– Obrigada Max – Eduardo falou e Max fechou a porta. – Olá Emily.

– Olá Edu... Tio Chico – eu falei sorrindo, Max olhou pra mim com aquela cara de "o que?" e eu balancei a cabeça pra parecer que foi sem querer.

–Bom... Eu estou indo, se precisar de qualquer coisa me liga, tá? – Max falou deixando um beijo nos meus lábios.

– Tá bom – eu falei indo em direção ao sofá, eu não sei o que estava acontecendo, mas eu estava sentindo uma dor horrível pelo meu corpo. Max apertou a mão do Eduardo e logo em seguida saiu pela porta.

Olhei para o Eduardo, que agora estava parado ao lado do sofá com um sorriso malicioso nos lábios.

–Vamos ao que interessa – ele falou

–Só se for agora – eu falei indo em direção a ele.