Capítulo 3 - Reencontro

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Nathan:
Assim que anunciaram sua chegada corri para o portão do desembarque, esfreguei as mãos e respirei fundo ansioso. (Está parecendo que meu filho que eu não tenho está nascendo nesse exato momento de tão nervoso que eu estou.)
Fiquei observando várias pessoas saindo e reencontrando seus familiares, namorados, amigos, sei lá a puta que pariu. E nada da Wen. Essa menina está de brincadeira comigo, me enganou dizendo que vinha e não veio nada.
Depois de uns minutos torturantes, a vi arrastando sua única mala e senti uma vontade filha da puta de chorar, mas como homem não chora, não farei isso. Não resisti e corri até ela, a envolvi entre meus meus braços e a ergui, e dei umas voltas com ela.

Wendy:
Eu conheço bem o Nath e aposto que nesse exato momento ele está me esperando quase arrancando o cabelo, e como eu não sou uma melhor amiga peste, eu com certeza não deixarei ele esperando. #Sqn. Vai esperar sim!
Se bem que não foi de propósito, demorei tanto para pegar minha mala que nem percebi, após pega-la com muito sacrifício, sai da sala do negócio lá e sorrio largo ao vê-lo, quando eu menos esperei já estava com os braços em volta do pescoço dele e ele com as mãos firmes na minha cintura me rodando, isso me lembrou quando éramos pequenos. Sim, passou um filme na minha cabeça e eu quase chorei. Rever uma pessoa que você ama depois de séculos longe é o melhor momento. Depois de muito esforço ele me soltou e colocou uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha e me fitou fixamente.
- Você tá mais linda que antes, Wen.
- Então antes eu tava feia? Espera ai que eu vou voltar.
Peguei minha mala e arrastei como brincadeira, ele logo me puxou pelo braço e colocou um dos seus braços em volta do meu pescoço, saímos do aeroporto e claro eu fiquei encantada com os USA. QUE. QUE. ISSO. GENTE. Fomos até o carro dele podendo assim colocar a mala no mesmo, entramos e ele seguiu até o apartamento dele. Não conversamos muito, fiquei observando tudo sobre a janela do carro. Eu já havia vindo pra cá quando mais nova, só que não me lembro muito e agora vou ter minha liberdade, fazer o que eu quiser, mas também não posso esquecer o real motivo de estar ali. Desviei meu olhar da janela pro modo que Nathan dirigia, e observei. Embora ainda tenha um pouco de mágoa dele por ter me abandonado, eu o amo tanto. Acho que não poderia viver sem ele. Vivemos tantas coisas, tivemos juntos sempre, em todos os momentos. Fiquei viajando nos meus pensamentos e nem percebi que tínhamos chegado.
- Nathan chamando Wendy pra terra.
- Eu estava pensando no quanto somos bons um pro outro. Sempre juntos, não importa.
Sai do carro, e fui até o elevador com ele arrastando minha mala.
- Você lembra daquela vez que dormimos no meu quarto e meu pai pirou? - disse olhando-o.
Ele começou a rir com aquele sorriso mais branco que a nuvem do céu. - Me lembro muito bem, seu pai me proibiu de ir na sua casa novamente.
Eu ri, saímos do elevador e entramos no apartamento dele, era pequeno e grande ao mesmo tempo. Tinha cozinha, sala, dois banheiros e apenas um quarto e uma varanda que tinha uma vista maravilhosa.
- Do que será que seu pai tem tanto medo? Sempre quis saber a implicância comigo. Ele ainda acha que eu sou gay, né?
Ele comentou entre risadas e eu também, apenas concordei com a cabeça.
- Eu nunca me apaixonaria por minha melhor amiga. Isso é paranóia.
Aquilo me deixou mal, eu já senti um sentimento muito forte por ele que ia além da amizade e como ele é daqueles caras certinhos não ficamos juntos. Mas, acontece. Ele também admitiu sentir algo, só que.. Enfim.
Entrei em seu quarto, tomei um banho rápido, vesti um vestido e fiz um coque no meu cabelo. Sai do quarto e me deparei com um almoço preparado por ele mesmo. Mas esse meu menino tá aprendendo, hein?

O Acaso do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora