Capítulo 6

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Leonel...


Segunda feira chega, e com ela vem junto a preguiça. Caramba, esse é o dia mais podre da semana.


Levanto da cama sem disposição alguma, hoje acordei com o pé esquerdo. Desde sábado que eu estou de mau humor e com a cara trancada. Sei que ninguém tem culpa do que aconteceu, e que eu não posso fazer com que pessoas inocentes sofram com minha raiva, mas, simplesmente, não está a dar certo. Estou frustrado com tudo e todos, e isso é sério!

Dirijo-me ao  banheiro e tomo um banho rápido. Saio do banheiro e visto uma calça jeans escura, t-shirt preta e calço os famosos, e tradicional, tênis preto. Preparo o meu cabelo com todos os produtos de afro necessários, já que o mesmo está com um corte tradicional angolano que, modéstia a parte, está muito Cool, e aprovo a escolha de hoje. É, como sempre, estou muito gostoso, não é mesmo, meninas?

Pego a mochila e desço as escadas que dão acesso a enorme sala da minha casa, caminho até a sala de jantar e encontro todos a mesa. Meus irmão mais velhos, André e Ana Maria.


-- Bom dia. - cumprimento

-- Bom dia, filho, dormiu bem?

--  Sim.

-- Que cara é essa, Leo? - minha irmã pergunta.

-- A mesma de sempre! porquê?

Sento-me a mesa e tiro uma maçã, dou uma dentada nela e tomo um pouco de sumo.

-- Não vai comer? - minha mãe pergunta.

-- Ja comi, mãe.

-- Mas só isso, amor? Você está em fase de crescimento, tem que comer direito. - seu tom de voz é carinhoso.

-- É, bebé, você tem que comer para ficar forte.- meu irmão zomba.

-- HAHAHA, engraçadinho! - ironizo

-- Leo, eu estou de saída, quer boleia?-  Ana pergunta.

--Vamos! - beijo a bochecha da minha mãe e dou uma chapada na cabeça do meu irmão.

-- Pode me contar, eu sou boa em guardar segredos, você sabe. Quem é ela? - Ana pergunta assim que chegamos em seu carro. Já estava a esquecer que ela é observadora e muito curiosa

-- Ela quem, Ana? - tento enrolar.

-- A menina, seu parvo.

-- Mas qual menina, senhora? - olho para a rua através do vidro do carro. 

--Olha - respira fundo - Seja lá quem ela for, aconselho-te a lutar por ela, claro, se ela valer a pena. Tenta conquista-la.

-- Ela gosta de outro -digo e olho para ela -- Não tenho nenhuma chance com ela. - suspiro derrotado.

-- E quem disse que não tem? - olha para mim por um instante e volta a olhar para estrada -- Você pode muito bem conquista-la.

--Não sei, acho que não!

-- Também, com esse negativismo todo. Olha, aprenda a confiar em suas capacidades de conquista, meu irmão. Para de agir que nem uma menininha e aja como homem.

-- Você tem razão, mas eu estou com vergonha de o fazer, eu não sou capaz!

-- AH, crianças! Se você não consegue, peça ajuda aos seus amigos.- ela termina e para em frente a escola. Desço do carro e ela sai sem nem dar um tchau. 

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