Quando aquela coisa pegou vôo, eu já estava em êxtase,já não pensava com claridade, meus sentidos não me obedeciam, eu sentia minha garganta se contorcer com o pequeno nó que lá se formava, meus olhos estavam lacrimejantes, senti minha pele em cima do supercílio soar de um jeito tão apavorante.
"Você está se sentindo bem?" ouvi a garota do meu lado perguntar com voz rouca. Não abri os olhos , simplesmente assenti nervosa.
"Tem medo de avião?" afirmei novamente. Ela segurou a minha mão num gesto caridoso, e eu me senti melhor. Abri os olhos devagarinho e olhei pela janela, aquilo era lindo, por alguns minutos meu medo deteriorou e eu pude apreciar com mais atenção, via carros e pessoas parecendo formiguinhas enquanto subiamos, rapidamente aquela paisagem fugiu dando lugares a nuvens falhadas. Aquilo era... Mágico, como pude ter medo disto?!
Uma aeromoça, veio com um tipo de mesa andante, e se prostou ao nosso lado , ela sorriu e perguntou se precisávamos de alguma coisa, eu disse que não, mas a garota pegou um mendorato (amendoim com cobertura salgada).
"Como é seu nome? Meu nome é Caroline, Ingrid Caroline, mas prefiro que me chamem de Carol." sorri pra ela, a mesma não devolvel, ela me olhou meio risonha e respondeu um baixo e seco 'Daniella'. Continuei sorrindo mas não puxei mais conversa porque dava para ver que ela não estava nem um pouco afim de conversar.
Olhei pela pequena janela novamente vendo nuvens sendo ultrapassadas, e vendo a falha delas que abria um pequeno buraco dando para ver a copa das altíssimas árvores que ali habitavam.
Logo a paisagem iluminante desapareceu, e novamente nuvem e mais nuvem.
Fechei os olhos numa espécie de concentração, não por medo mas por frustração, ainda havia possibilidades do avião cair ou ter uma grande turbulência, como eu disse não tinha mais medo pois eu estava completamente encantada pela paisagem que tinha lá fora, mas, eu estava frustrada porque eu não sabia o que podia acontecer futuramente ,daqui a umas 4 ou 5 horas .
Foi então que eu percebi que a Danielle estava me chamando e eu não tinha percebido pois estava imersa nos meus pensamentos ridículos sobre como viajar de avião perfeitamente bem sem ter nenhum tipo de preocupação pois estava livre de qualquer acidente, mas ,a vida não é assim com todo mundo então eu estava preocupada com com a minha saúde ou seja eu estava preocupada com o avião cair ou eu ter 1 ataque cardíaco por causa de uma turbulência enorme feita por uma tempestade, era como se toda a minha coragem tivesse ido embora com aquele oxigênio negligente do avião. Pelo menos eu acho negligente, eu não estou sentindo oxigênio tão frio assim, só esse ar condicionado está trazendo de volta todo gás carbônico e eu estou me sentindo mal eu estou quase desmaiando aqui não é exagero.
"O que disse ? "
"Perguntei se queria um amendoim." Ela riu um pouco
"A não, obrigada, não sou muito fã de amendoim,"
"Okay"
"Okay"
"Talvez o 'Okay' venha ser o nosso sempre .". Ela riu novamente da sua própria citação e eu acompanhei.
"Gosta de A culpa é das estrelas ?"
"Não, acho muito meloso, ele tem câncer, ela tem câncer, e blá blá blá, é sempre o mesmo conteúdo, muda somente o fim. Mas a namorada do meu irmão, assiste quantas vezes passar e eu acabo assistindo. "
"Ha, eu acho realista mas cada um tem a sua opinião."
Inicializamos uma longa conversa e ela me explicou que tem 17 anos e que eu sou um ano mais nova que ela nem eu tenho 16 e que nós vamos estudar na mesma escola já que eu moro no mesmo condomínio que ela, eu moro no 214 ela mora no 212 e nós vamos ser vizinhas e também ela me explicou que não gosta da namorada do irmão dela porque ela é muito piranha na escola e ela disse que pode me ajudar nos primeiros dias da escola me adaptar ao francês porque eu não sei falar francês né só Bonjour ou essas coisas, mas, também fazer o que né eu fui forçada a vir pra França sem ter alguns meses de antecedência pra me arrumar, fui saber quase dois dias antes e se eu não tivesse perguntado porque tanta euforia só saberia no dia, pra você ver como os meus pais são tão legais comigo eles me excloem de tantas atividades que eu deveria participar junto com eles e tantas decisões que eu até me sinto um como é estranha dentro de casa porque eles não ligam pra mim meu pai trabalha o dia todo e minha mãe passa o dia o dia inteiro no atelier de costura dela e eles não ligam pra mim, não me notam e eu acho isso muito desnecessário porque pra ser uma família é necessário que todos sejam como a família mas eu sinto que só eu sou a família na minha família ou que só eu sinto que podemos ser uma família e eu tento ser a filha perfeita que eles queriam mas eu não consigo porque eu não sou perfeita ,eu erro eu sou imperfeita ,como todos eles, e eu vi que a Dani me entende desse jeito já que os pais dela também são assim, eles gostam mais do irmão dela do que ela por ele ser o primeiro, mas, ela é mais tímida a mais quieta sendo que ele é o mais extrovertido e mais bagunceiro e isso ninguém nunca vai entender. Deve ser a testosterona fazendo efeito.
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Caroline: Verdades&Mentiras
RomanceTodos os direitos reservados: Jovens Descolados Ela os vê andando numa linha reta Este não é seu estilo O coração deles bate do mesmo jeito, o dela fica para trás Nada neste mundo poderia deixá-los tristes Sim, eles são invencíveis, e ela fica no f...