4. End of the Day

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All I know at the end of the day
Is you want what you want
And you say what you say
And you'll follow your heart even though it'll break
Sometimes

Josh estava sentindo suas pernas formigarem. Além de uma imensa vontade de ir ao banheiro. Seu corpo parecia ter sido atingido por um caminhão, sendo exatamente o que aconteceu. Abriu os olhos, encarando o teto branco do hospital, já se sentindo cansado de estar ali, apesar de ser seu segundo dia. Hospitais eram sempre a mesma coisa sem graça, irritante e desesperadora, se você passa tempo demais neles. Ele respirou fundo antes de começar o esforço para sentar-se na cama e futuramente ir ao banheiro. Levantou com certa dificuldade, apoiando-se nos antebraços e pousando as costas na cabeceira da cama. Voltou a abrir os olhos depois de amenizar a dor, já pensando no caminho que teria de percorrer até o banheiro, quando levou um susto ao ver a figura parada próxima à sua janela.

- Quê?! Você me assustou! - Ele reclamou, arrependendo-se em seguida, pela dor que sentiu no abdômen. - Você está aí no canto, como uma psicopata me espreitando? - Ele continuou, vendo-a revirar os olhos, como se estivesse entediada. Josh a encarou, surpreso. Sério, que tipo de atendimento era aquele? - Você é uma enfermeira muito estranha. Pode me ajudar a ir ao banheiro, pelo menos?

- Não. Toque a campainha e chame a responsável do seu andar. - Lily respondeu simples, com um certo tom de preocupação. Talvez devesse ignorá-lo ao invés de conversar com ele. No fundo, só esperava que ele fosse obediente o bastante para que a obedecesse sem fazer muitas perguntas durante esse tempo.

- Se você não é a responsável do meu andar, o que está fazendo aqui? - Ele perguntou, desconfiado, apertando a campainha freneticamente, para que alguém pudesse vir logo. Aquela garota era estranha demais e ele estava começando a ficar realmente com medo dela.

- Não sou funcionária. Mas não se preocupe comigo, já devem vir checar você. - O anjo respondeu, olhando novamente pela janela e desejando que Josh não fizesse mais nenhuma pergunta.

- Você sabe que pode ser presa por estar invadindo meu quarto assim, não sabe?! - Ele decidiu ameaçá-la. - Se você não faz parte do corpo de funcionários, não pode ficar passeando pelos quartos dos pacientes assim! - De repente, uma probabilidade passou por sua cabeça - Você é paciente? É isso? Fica entediada no seu quarto e decide ficar zanzando pelo hospital? - Ele perguntou com certo cuidado, mas não recebeu uma resposta, visto que a enfermeira que ele já tinha visto, entrou seguida por sua mãe e o padre da igreja que ela costumava frequentar, Padre O'Callaghan. Nenhum deles sequer dirigiu seu olhar para a garota parada na janela.

- Como você está se sentindo hoje, Josh? - A enfermeira perguntou, enquanto sua mãe só corria até ele, segurando seu rosto e dando-lhe beijos entre agradecimentos a Deus sussurrados.

-Eu... Estou bem. - Ele tentava afastar-se da mãe, os olhos ainda sobre a garota parada na janela. - Mãe... Ai... Mãe. - Ele empurrou-a um pouco. - Ainda tô sentindo um pouco de dor. - Alicia estava com os olhos marejados, encarando o filho, sem soltar seu rosto.

- Fiquei tão preocupada com você... Não deveria ter deixado você sair com o carro daquele jeito. - Ela acariciava os cabelos do filho, que se sentiu culpado por um momento. Ele chegou a pensar que algo poderia acontecer. Deveria ter seguido seus instintos.

- Está tudo bem agora, mãe. Não precisa mais se preocupar. - Ele tentou acalmá-la, abraçando-a e encarando a garota na janela, sem entende porque ninguém reagia à ela. - Olá padre.

- Oi Josh. É um prazer vê-lo melhor, graças a Deus. Você esteve em nossas orações todo o tempo. - O padre era um cara legal, na opinião de Josh. Ele não era velho, nem estrangeiro, o que já tornava os sermões fáceis de entender e bem mais dinâmicos do que a maioria dos padres. - Tenho certeza que você vai receber alta em breve. Toda a paróquia está pedindo a Deus por isso.

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