Destino Incerto

Chapter Four

Joshua Cavill, Nova York

06:09a.m.

Eu giro na cama e abro suavemente meus olhos, ainda está escuro, mas eu sei que é cedo. Eu preciso levantar e correr um pouco, preciso estar energizado pra hoje a noite. Eu me arrasto pro banheiro ainda com um pouco de preguiça, tiro minhas roupas e me enfio debaixo do chuveiro gelado, logo eu me desperto. Quando termino, me seco, enrolo a toalha em minha cintura e vou para o meu guarda roupa, tiro uma cueca, calça de moletom, blusa sem mangas e casaco de lá. Termino de me vestir, pego um par de meias e um tênis de corrida, sento na cama e os ponho.

Saio do meu quarto fechado-o em seguida, ando até a sala e lá está Jacob todo esparramado de qualquer jeito no sofá com a TV ligada.

Balanço a cabeça, esse desocupado não tem jeito mesmo. Desligo a TV, vou até a cozinha, pego cereal, leite e começo a comer assim que os misturei numa tigela. Coloco o capuz sobre a cabeça quando vejo que alguém está entrando na sala, Adam entra só de calça de moletom, sem camisa e descalço.

— Eu realmente tenho que ver isso? As seis da manhã? - pergunto comendo mais uma colherada de cereal.

— Bom dia pra você também otário. - ele coça os olhos, pela manhã é um poucos momentos em que podemos ver Adam sem óculos.

— O que houve com Jacob? Porque ele dormiu na sala? - ele vira e vê que Jacob estava dormindo no sofá.

— Sei lá. Deve ter pego no sono quando estava vendo televisão. - ele volta a se concentrar no seu suco.

— Deveríamos acordar ele. Pode fazer mal a coluna dele. - ele me encara, estreita seus olhos escuros e balança a cabeça.

— Você só quer tirar uma com a cara dele né?

— Obvio que sim.

— Então divirta-se, é sábado cedo e eu quero dormir. - ele deixa o copo na pia e volta para seu quarto.

— Cuzão. - resmungo terminando meu cereal. Eu deixo a tigela na pia, vou até Jacob e fico o olhando com os braços cruzados. - Relaxa ai que eu já volto.

Vou para o banheiro no meu quarto, escovo meus dentes e molho meu rosto com água fresca, passo minhas mãos pelo cabelo bagunçando-os e me olho no espelho.

Até que eu não sou tão ruim assim. Muito tempo no treinamento policial me fez ter músculos, depois foi só por costume. Acabei mais forte do que pretendia, mas sabe como é né? Faz sucesso com as mulheres.

Balanço minha cabeça, vou andando para a sala pensando no que fazer para acordar meu ‘querido’ amigo. Eu pego chantilly que havia dentro da geladeira, vou até ele e me agacho vendo dormindo tão lindamente.

— Ah você não deveria dormir na sala. - digo suspirando, agito o chantilly, aponto para a cara tranquila dele e jogo bem no nariz dele.

Ele demora um pouco para perceber, mas quando finalmente acorda agitado e assustado, já tem chantilly em todo seu rosto. Ele levanta e eu começo a rir, ele me olha tirando o chantilly do rosto e do nariz, principalmente, já que ele não consegue respirar direito.

— Seu viado encubado, vai pra casa do caralho! Porra desgraçado. - eu nem ligava para os xingamentos dele, estava muito ocupado rindo sentado no chão da sala. - Caralho, qual o seu problema? Tem maior posse de mal humorado, chega em casa é o maior crianção! Ah vai tomar no cu Joshua! - ele começa a se distanciar indo pro seu quarto ainda me xingando. - Porra, nem parece que cresceu.

Eu não me aguento, eu gosto de brincar porra! Eu logo volto a realidade depois de rir muito, eu me levanto para correr. Eu desço de escadas para começar a pegar o ritmo, mas descer doze lances de escadas correndo não foi moleza não. Quando eu chego no térreo, passo pelo porteiro sem vê-lo, saio do prédio através das portas duplas e começo a correr com minha cabeça baixa, concentrado em minha vida.