O meu Lugar

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Aquela barraca me aquecia, la fora o tempo estava muito gelado, eu não entendia o porque daquele gelo tanto, sendo que estamos quase em Dezembro, quero um edredom para me esquentar e a única coisa que tenho é os braços dele me envolvendo, uma camada quente de pele macia, com um cheiro de Campo, esse cheiro me faz lembrar de quando eu corria no quintal da minha avó, sentia o vento batendo em meus olhos, meu rosto brilhando com a luz do sol da 7;00 AM, era tudo tão bom e feliz

Hoje estou com uma vida atormentada e confusa, às vezes quero que a Bianca assumi logo esse posto, assume essa vida, e que me deixe escondida pelo resto da minha vida, talvez ela encara melhor tudo isso, mas eu não, eu não consigo mais encarar todos e esconde o que faço nas costas deles, e mesmo essa barraca sendo o meu único abrigo hoje, eu só quero dormir feliz nesse momento, com ele me abraçando e eu me sentindo outra vez viva, sei que não é mais um, ele não é um cliente, pode ser que ele seja o meu tão sonhado amor de minha vida, se isso realmente existe mesmo, porque ainda me pego pensando que isso não existe.

Mesmo com aquele pressentimento ruim que tive a dois dias atrás, não aconteceu nada comigo e nem com ele, bom espero que não aconteça nada com ninguém, minha mãe e meu pai estão se acertando, o Téo largou do meu pé, e o pessoal da faculdade estão tudo tranquilo, o melhor é que ainda ninguém descobriu meu segredo, posso falar até que achei o meu lugar, talvez seja aqui, assim, nessa simplicidade, onde você só precisa de você mesmo para se fazer feliz, talvez era isso que eu precisava, e isso que muitos precisam.

48 HORAS ANTES

O despertador toca 6:25 AM, sempre esse horário ela levanta para ir para a faculdade, sempre o mesmo ritual, acordava, pegava a maquiagem, tratava-se, Elena usava muita maquiagem pois escondia suas olheiras já que quase não dormir por causa das noites na cidade, colocava logo depois tudo dentro da pia do banheiro e começa a se produzir, saia daquele banho, pronta para ir, passava na mesa beliscava um pedaço de pão, uma bicada no café com leite e partia para a faculdade, seus pais pensam que ela trabalha no Hotel Hizords à noite, então não se preocupavam com ela, não se preocupava em passar a noite fora de casa, já que isso ela faz a anos.

Eu cheguei na faculdade sentir um clima de volta às aulas pulsando em minha veia, as pessoas conversando, umas gritando outras fazendo bagunça, mesmo sendo faculdade aquele corredor para a sala 137, minha sala, nunca foi um lugar muito bom para ter silêncio, e como é o normal a mesma bagunça de sempre no corredor, eu passei na frente dos meninos, do time de basquete da escola, e ouvir.
" Elena você tá linda "
A 7:30AM com a cara inchada, depois de uma noite de trabalho e ele falar que To linda? Só pode está de sacanagem com minha cara, como sempre não do bola para eles, entro na sala de aula e vou direto para minha carteira, no canto esquerdo no fundo da sala.

O intervalo parece que vai demorar, e lá se vai um papel voado na minha frente, esses meninos parece que não cresceram, mas são legais por mais que eles são tão idiotas e se acharem os maiores com sua tão famosa fraternidade, que eu não dou a mínima, claro, nem imagino fazendo parte dessa fraternidade, o Betas como são conhecidos, isso fazem eles serem mais idiotas ainda, porque fazem coisas que são ridículas, como na última vez que vi o Taylor entrando no banheiro feminino e deixando um presente lá, ah meu Deus que nojo, não gosto nem de lembrar.

O recreio toca e todas as salas saem ao mesmo tempo, aquele corredor fica cada vez menor a cada instante, Elena tenta ir embora para se preparar pra mais uma noite em sua vida secreta, mas Gabrieli a chama para ir em uma festa da fraternidade dos meninos, mas claro que ela não poderia ir, sem dúvidas, mas no fundo ela queria viver uma noite como uma adolescente normal, que ela nunca viveu para falar verdade, ela só queria ser vista como ela realmente é,

O convite foi tentador, me vi na festa com as pessoas da minha idade pelo menos, onde eu usaria meu corpo para me divertir e não para trabalho, mas não posso infelizmente, terei que recusar desse pedido, espero que ela entenda, como sempre falarei que trabalho à noite no Hotel.

Pronto recusado com sucesso, agora tenho que me preparar pra mais uma noite dessa vida noturna e que não aconteça nada para me atrapalhar.

Chegando em casa Elena vê sua mãe sentada triste, com alguns papéis na mesa, algo sobre contas atrasadas, hipoteca da casa entre outras coisas, ela pensa que a vida não é só curtição, vê a situação da sua mãe, mesmo a casa em paz, mas logo pensa para quer ter paz em casa se nem casa vamos ter, logo fala para sua mãe.

-Calma mãe, essa noite eu vou pedir almento lá no hotel, e eles iram me dá sim, vai dá para pagar metade das contas, faz o seguinte, pegue o meu cartão e saca tudo que estiver na conta, e paga o que der.
- Mas filha é suas economias para você viajar.
- Sim mamae, mas pode pegar.

Ana fica com um coração orgulhoso, de ver sua filha de apenas 18 anos sustentando sua casa, já que seu marido John, depois do serviço vai para o bar, e o mais comum e gastar todo dinheiro em bebida e em mulher, não dá muito valor a família, ele recebe certa de 6 mil dólares por mês na empresa onde ele é o gerente geral, trabalha de marketing empresarial, faz marketing para todo o mundo, mas o álcool o acompanha e isso acaba com tudo.

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