CAPÍTULO TRÊS

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Hoje me encontro na mesma cafeteria de sempre, lendo o jornal. "Acho que vou pedir mais um café." Penso, e quando vou levantar a mão...
- Com licença posso me sentar com você? - um homem alto, cabelos negros e a pele branca, um pouco mais branca que a minha talvez, olhos castanhos e uns músculos bem acentuados, mas nada que demonstre ser um "rato" de academia, me pergunta.
- Po-pode sim. - gaguejei. Eu nunca havia gaguejado por causa de um homem, e o meu coração, nem se fala, acho que ele nunca bateu tão rápido assim, nem mesmo quando Patrick me pediu em namoro.
- Bem, já que vamos dividir a mesa, posso saber seu nome pelo menos? - perguntou e logo depois sorriu, um sorriso que me deixou sem ar.
- Juliane, digo, meu nome é Juliane. E o seu? - não sei de onde tirei forças para perguntar isso, mas bem, eu perguntei.
- Me chamo Enzo. Você não é daqui, é? - perguntou de forma doce.
- Não, sou do Brasil, Santa Catarina, e você?
- Sou daqui mesmo, mas como já viajei para muitos lugares os sotaques se misturam. - disse com um tom de voz um tanto quanto sexy.
- Para que lugares você já foi? - perguntei interessada.
- França, Portugal, Japão e Nigéria. Em cada um deles aprendi inúmeras coisas, e cada uma dessas culturas é magnífica. Um dia te conto mais sobre isso.
ESPERA AI, ele está dizendo que vamos nos ver de novo? MEU DEUS, TEM UM GATO ME CHAMANDO PARA SAIR. Quer dizer, ele meio que disse que vamos nos ver de novo, certo? Certo!
- U-um dia? - gaguejei de novo, PORRA JULIANE.
- É um dia, você é legal, não me importo de vir aqui todas as manhãs nesse mesmo horário para te contar mais sobre as minhas viagens, e além do mais, não seria sacrifício nenhum olhar para os teus olhos todas as manhãs, se me permite dizer, eles são lindos.
É HOJE QUE EU DERRETO.
- O-obrigada!
- Mas me conta algo sobre você!
- Bem, fiz faculdade de gastronomia, vim para cá porque meu ex me convenceu e hoje em dia trabalho como secretária do Sr. August, você deve ter ouvido falar dele.
- Já ouvi sim, ele é meu tio, e eu voltei para cá porque ele me fez uma oferta para trabalhar com ele, mas eu recusei e resolvi continuar no meu ramo.
- Qual é o seu ramo? - perguntei um pouco empolgada demais.
- Artes, pinturas de quadros para ser mais exato.
- Interessante.
Ele se levantou e eu pude ver o quão bem dotado ele deve ser, pelo volume da sua calça jeans apertada. Me perdi no meio de alguns pensamentos pervertidos, até que...
- Juliane, ei, você está ai? - perguntou em um tom brincalhão.
- Ah, oi, sim, estou.
- Eu já vou indo, foi um prazer te conhecer!
Ele veio me dar um beijo na bochecha mas eu sem querer virei o rosto e acabamos dando um selinho. Fiquei vermelha.
- Meu Deus, desculpa, não era minha intenção. - disse ele preocupado.
- Não se preocupe, eu sei que foi sem querer, e pra todo caso não foi tão ruim, então não precisa se preocupar, está desculpado.
- Tchau.
- Tchau.
Quando vi ele saindo pela porta, a única coisa que me veio em mente foi " QUE HOMEM É AQUELE?"

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