capítulo 5

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NARRADO POR TOMÁS:

Assim que cheguei em casa meu tio estava sentado no sofá com um olhar pensativo.

— Cheguei — falei olhando para ele enquanto ele saía do transe em que se encontrava.

— Olá — respondeu ele.

— Conta tudo — falei sentando me ao seu lado — Estou curioso.

— Para quem acabou de morrer você está animado demais — disse ele arqueando uma sobrancelha.

— Como eles reagiram? — eu estava ansioso pela resposta dele.

— Como eles reagiriam? Todos ficaram extremamente desolados — falou ele — Mas o único que me deu realmente pena foi do Rafael coitadinho você tinha que ver como ele ficou desesperado quando soube.

— Coitado? Coitado nada tio, coitado sou eu que no dia de meu casamento descubro que a pessoa que amo está me traindo com minha melhor amiga, e falar na cadela o que ela disse? — perguntei.

— Aquela piranha? Disse que não tinha culpa e que estava com a consciência limpa, não aguentei e dei uns, tapas na cara daquela vaca — falou ele sorrindo — Deixei no chão.

— Você fez o que eu queria fazer, mas não deu tempo — respondi pensativo.

— Sabe o que eu descobri? — falou ele.

— O quê? — perguntei curioso.

— Já posso ser contratado como ator — falou ele se levantando do sofá — Baixou a Maria do bairro e chorei rios, mas me senti a clara de Passione linda — meu tio jogou seu cabelo imaginário para trás, o que não aguentei e acabei rindo.

— Desculpa tio, mas você está mais para a Soraia — falei ainda sorrindo do que ele havia dito.

— É assim que me agradece? — perguntou ele com as mãos na cintura.

— Desculpa tio — falei abraçando-o — Muito obrigado não sei o que seria de mim sem você — falei.

— Eu sei — respondeu ele sorrindo — Com o seu marido em uma ilha deserta.

— Não estaria não — respondi levantando me caminhando em direção a janela — Eu estaria não sei onde está hora, talvez estivesse longe daqui a — respondi.

— Eu sei Tomás, mas por que inventar tudo isso? — perguntou ele curioso.

— Você acha mesmo que Rafael iria desistir tão fácil assim? Ele iria contratar vários detetives para me procurar, eu teria que viver fugindo e isso eu não queria — respondi.

— Mas encarar ele? Cara a cara, não pensou na possibilidade? — ele me olhava curioso.

— Não sei se eu poderia, Rafa me machucou profundamente como nunca pensei em ser machucado, doí só de lembrar a cena dos dois lá se beijando bem na festa de nosso casamento — as lágrimas me traíram a dor da lembrança se fez presente em meu peito.

— Calma Tomás — ele me abraçou — agora você tem a chance de ser feliz sem medo de Rafael vir atrás de você — É mesmo — respondi limpando as lágrimas que havia em meu rosto — Fora dor — falei seu mantra que ele me ensinou desde quando eu era uma criança — Vida nova — falei sorrindo...

— Isso mesmo — ele levantou do sofá arrumando sua camisa — Mas agora eu tenho que ir para o restaurante você vem comigo? — perguntou ele parando na porta.

— Não, eu vou dar mais uma volta — falei olhando pela janela — Vou aproveitar o dia — Tudo bem — disse ele, antes de sair batendo a porta atrás de si.

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