Normalmente pensamos que ocupar escolas é um processo extremamente difícil, mas a experiência mostra que não é bem assim, necessita-se somente de algumas coisas básicas, como:
-PESSOAS MOBILIZADAS: esta é a parte essencial, um grupo de pessoas cientes da causa, nesse processo é fundamental o protagonismo de estudantes secundaristas (estudantes do ensino médio). 15 pessoas é suficiente para iniciar uma ocupação, embora quanto mais pessoas melhor, devendo ter pessoas na ocupação o tempo todo.
-CADEADOS: Necessário comprar cadeados e correntes antecipadamente para trancar a escola.
-DIVULGAÇÃO: É ela que trará apoio externo ao movimento garantindo mantimentos e pessoas para ajudarem. Facebook, youtube, panfletagens são essenciais. Uma vez ocupado os apoiadores aparecem.
Postado na pagina Ocupação do IEG contra a Terceirização em 290 de janeiro as 19:56.
COMO OCUPAR UM COLÉGIO?
O objetivo deste texto é explicar o plano de ação escolhido para a luta dos estudantes secundaristas da cidade. Nossa estratégia deve nos permitir ganhar a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade. As ocupações massivas de colégios são uma das ferramentas dentro desta estratégia. Para ganhar, todos devem saber porquê brigamos, quando devemos atacar, quando é preciso recuar e quando é precisodispersar. Se nunca atacamos, não seremos ouvidos, mas se também não dispersarmos no momento certo, vamos nos isolar e desgastar, e não conseguiremos o que queremos.
Começaremos com ocupações rápidas, que nos permitam usar nossas forças da forma mais efetiva possível. Não devemos nos desgastar no início da luta, além disso devemos deixar claro que não ocupamos as escolas porque queremos. Uma ocupação é sempre o último recurso, depois que todos os canais de diálogo e as outras formas de luta tiverem
se esgotado. Não é nenhuma festa ter que dormir todos os dias no colégio, suportando as mentiras do governo e dos meios de comunicação que nos apresentam como vagabundos que não querem estudar. É por isso que ocupações devem ser relativamente curtas (por volta de uma semana), para abrir uma instância de diálogo, e ver se o governo está disposto a atender nossas demandas.Se depois das primeiras ocupações e das tentativas de negociação o governo insistir em suas políticas contra a educação pública, teremos que medir nossas forças novamente. Se sentirmos que somos mais fortes, que conseguimos convencer mais estudantes de que eles devem estar dispostos a ocupar seus colégios, então estará dada a possibilidade para um novo levante dos estudantes com dezenas de ocupações em toda a cidade. No entanto, se vemos que não temos forças suficientes para ocupar as escolas, seria um erro ir para o tudo ou nada. A ocupação não é um fim em si mesma, é só uma ferramenta a mais dentro de um plano de luta maior. O nosso objetivo final é frear o avanço governamental sobre a nossa educação, não ocupar por ocupar. Por isso, se não temos condições para ocupar, temos que encontrar outras maneiras para defender nossa educação, com travamentos de ruas, marchas, jornadas culturais, debates abertos com nossos pais, etc.
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Com esse texto não queremos nada mais que tentar tornar mais fácil o caminho para os companheiros que estão começando suas lutas agora. Textos como esse são os que nos fizeram falta durante os momentos de luta para evitar que conflitos dentro dos grêmios nos distraíssem dos problemas que são realmente importantes em um período de ocupação.
Não há uma fórmula secreta nem perfeita para ocupar um colégio. Simplesmente é necessário seguir alguns princípios básicos, ter clareza sobre como se organizar e ajustar o que foi planejado à conjuntura geral, à correlação de forças, etc.
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Ocupação 2015/2016
SaggisticaMemórias e documentos sobres a ocupações das escolas em Goiás feita por alunos secundaristas desde dezembro de 2015.