A R I A M O N T G O M E R Y
Meu primeiro dia em Rosewood depois de um ano na Islândia... É difícil lidar com as lembranças que essa cidade me traz e eu não me sinto pronta para voltar a chamar isso aqui de "casa", mas não tenho opção. Eu achei que depois de um tempo fora acontecimentos como o desaparecimento de Alison - minha melhor amiga da época - e o dia em que vi meu pai traindo minha mãe com uma aluna deixariam de me atormentar e que eu estaria pronta para lidar com eles, mas isso não está acontecendo.
Olho meu reflexo no espelho e tento me convencer de que não sou mais a mesma pessoa de anos atrás e que tenho a chance de recomeçar, mas isso é ridículo. Eu me sinto como a mesma garotinha da sétima série que usava mechas rosas no cabelo, mas na época minha maior preocupação era lidar com a "paixonite" que sentia pelo Noel Kahn, agora eu tenho que conviver com o fato de que minha melhor amiga provavelmente está morta e eu concordei em acobertar uma traição. Será que tem como piorar?
Reviro os olhos com meus pensamentos, porque se tem algo que eu aprendi é que nada é tão ruim que não possa ficar pior.
- Você não vai desfazer as malas, querida? - minha mãe pergunta me tirando dos meus pensamentos. Nem consigo olhá-la direito de tão culpada que me sinto.
Eu definitivamente preciso sair daqui, nem que seja só para respirar um pouco.
- Tudo bem se eu fizer isso depois, mãe? Pensei em sair um pouco de casa para me acostumar com a ideia de estar de volta à Rosewood... É difícil ficar aqui e não lembrar da Ali. - digo sentindo meu emocional abalado.
- Por que você não manda uma mensagem para suas amigas e vocês combinam alguma coisa? Tenho certeza que devem estar com saudade de você. - sorri docemente para mim.
A verdade é que eu não sei se ainda posso chamá-las de amigas, Hanna, Spencer, Emily e eu perdemos todo o contato depois do desaparecimento da Alison.
- Vou fazer isso. - respondo sem ter muita certeza das minhas palavras.
- Eu sei que está sendo difícil agora, mas vai ficar tudo bem. - ela vem até mim e me dá um beijo na testa. - Não demore, ok? Você tem aula amanhã cedo.
- Certo. - balanço a cabeça positivamente.
***
Dirigo até a Hollis Bar e Grill, sento em um banco em frente ao balcão e vejo um cartaz com a foto da Alison: "Desaparecida agora teria 16 anos". Sinto todo o meu estômago embrulhar e meus planos de pedir algo para comer vão por água a baixo, eu não conseguiria manter nada no estômago nesse momento.
- Um suco de maracujá, por favor - peço ao atendente.
Ele sorri e concorda.
- É pra já.
O rapaz sai para para preparar meu suco e eu fico olhando para o nada e pensando sobre o desaparecimento da Ali, se nós não tivéssemos bebido aquela noite nada disso teria acontecido e talvez ela ainda estivesse aqui... O problema é que não há como voltar no tempo.
Fecho meus olhos e respiro fundo, que droga! Essa culpa ainda vai me matar.
- Dia difícil? - ouço alguém perguntar e me viro para o lado procurando pelo dono da voz. Fico surpresa ao ver que é um cara lindo, aliás, lindo não, maravilhoso. Por um instante minhas preocupações até somem da minha mente.
- Você nem imagina o quanto - respondo.
- A garota do cartaz... ela era sua amiga? - questiona.
- Sim, ela era uma das minhas melhores amigas - balanço a cabeça positivamente e percebo que ele me olha atentamente - Eu viajei para Europa pouco tempo depois do sumiço dela, passei um ano na Islândia, mas chegou a hora de voltar, então... Por mais doloroso que seja, eu estou tentando lidar com isso. - forço um sorriso.
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Fruit of Love [Ezria]
RomansÉ praticamente impossível manter um segredo quando alguém faz de tudo para revelá-lo. Aria Montgomery e Ezra Fitz sabiam bem disso. Um relacionamento entre um cara de vinte e quatro anos e uma garota de dezesseis já não seria bem aceito pela socied...