Capítulo Quatro - Confissões, Avisos e Ameaças

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E Z R A F I T Z

Abro a porta com nervosismo, torcendo para não ser ninguém da escola, mas minhas preces não são atendidas, já que vejo a diretora parada em frente à entrada do meu apartamento.

- Olá Ezra, espero não estar incomodando - ela diz e em seguida sorri. É impressão minha ou essa mulher está dando em cima de mim? Talvez suas palavras não deixem claro, mas o tamanho do decote em sua blusa e suas ações acabam com qualquer dúvida. Ela deve ter cerca de uns trinta e poucos anos e não é uma mulher feia, longe disso, mas também não me desperta o menor interesse.

- Não, tudo bem. O que posso fazer por você, Sra. Johnson? - pergunto diretamente torcendo para acabar com isso logo e poder voltar a ficar com a única pessoa que me importa no momento: Aria.

- Gostaria de convidá-lo para uma pequena reunião na minha casa amanhã, fazemos isso todos os anos para que os funcionários de Rosewood Day possam se conhecer melhor e seria muito bom poder contar com sua presença esse ano, professor Fitz. - dá uma piscadela para mim e eu me pergunto se ela está em seu juízo perfeito.

- Claro, será um prazer, pode confirmar minha presença. É uma bela iniciativa. - digo e forço um sorriso, mas por dentro estou morrendo de tédio.

- Então está combinado, amanhã na escola lhe passo o endereço e combinamos o horário. Fico muito feliz em poder contar com sua companhia, Ezra - pena que não posso dizer o mesmo.

- Sim, eu também, é sempre bom conhecer nossos colegas de profissão melhor - fingo um falso entusiasmo - Agora se a senhora puder me dar licença... Não quero soar indelicado, mas preciso terminar de preparar as aulas de manhã.

- Imagine, já estou indo. Até amanhã. E por favor, não me chame de senhora, não sou tão velha assim para isso - se estica e dá um beijo minha bochecha, arregalo meus olhos com seu ato e permaneço incrédulo, essa mulher realmente acha que vamos ter algo?

- Até amanhã - respondo simplesmente e dou graças a Deus quando ela se vira e vai embora.

Em questão de segundos Aria sai do banheiro e surge pisando fundo na sala.

- Ela estava flertando com você, não estava? - me encara séria.

- Não - respondo e ela continua me olhando daquele jeito - Ok, talvez estivesse, mas não faz diferença. Não tenho o mínimo interesse nela, aliás, não tenho interesse em mais ninguém além de você desde que a conheci. - confesso e sinto minha consciência pesar em seguida. Eu não deveria estar dizendo essas coisas em voz alta, ainda mais para uma aluna! Aria só tem dezesseis anos e eu estou sendo irresponsável em deixar o que sinto por ela falar mais alto que meu juízo. Isso, nós dois juntos, é errado e perigoso, tem horas que repenso minhas últimas atitudes e me sinto um idiota por ter chamado ela até o meu apartamento em vez de simplesmente me afastar e tentar esquecê-la, mas esses pensamentos somem assim que ela sorri pra mim. Como uma garota que eu conheci em um bar já pode significar tanto em tão pouco tempo?

Aria não disse nada, apenas se esticou e me beijou nos lábios, segurei seu rosto com minhas mãos e iniciamos um beijo lento e carinhoso. Quando dou por mim as mãos dela já estão acariciando minhas costas por dentro da camisa e ela morde meu lábio inferior levemente, o que faz com que eu me afaste, se as coisas continuassem acontecendo com essa intensidade não terminariam bem, e ainda está longe de ser a hora para um próximo passo.

Fruit of Love [Ezria]Onde histórias criam vida. Descubra agora