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Eu estava dirigindo sem rumo por Miami. Não sabia pra onde ir, em que lugar me enfiar. Minha cabeça já estava doendo, mas não parei em lugar nenhum, já rodei Miami inteira e não sei pra onde estava indo, mas eu precisava pensar, e dirigir enquanto pensa não é uma boa idéia. Fiquei rondando sozinha por Miami. Minha visão estava um pouco turva, enquanto as lágrimas caiam sobre minha bochecha. Eu amo Camila, amo demais, e só de pensar em te-la longe de mim já me faz passar mal. Camila é de longe a pessoa mais importante que eu tenho na vida, ela sempre esteve ao meu lado, já passamos por altos e baixos juntas, e imaginar ela na Índia bem distante de mim, me dá um certo desespero. Eu a amo, e a quero perto de mim, não longe. Ela ficando longe, e sem ser minha, não iria ser nada legal. Só iria me deixar mal.

Eu estava sem rumo, e já estava ficando cansada de dirigir. Mas não queria voltar pra minha casa, não queria ter que enfrentar Camila. Não queria ter que conversar, ou ter que explicar que fiquei vagando sobre as ruas de Miami. Então sem perceber, já estava com o carro estacionado enfrente a casa de Verônica, uma das minha melhores amigas. Vero é de longe uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu a conheço desde que me entendo por gente, ela é uma amiga super protetora, não pode ver ninguém me fazendo mal que já fica puta da vida querendo socar deus e o mundo. Ela às vezes parece não se importar, mais se importar muito. Se eu contar a ela o que Camila pretendia fazer, ela irá ficar puta, e sim, vai querer socar a Camila. Vero não suporta ver as pessoas me fazendo chorar, porque segundo ela: eu sou uma pessoa muito boa, que não percebe as pessoas entrarem com segundas intenções na minha vida. Mais eu não acho isso. Mais parece que é só eu, já que todos falam isso - não mais que Vero - pra mim, o que me deixa muito irritada.

Apertei a campainha da casa de Vero, mas ela não me atendeu. Com certeza ela deve estar dormindo. Então comecei a tocar freneticamente, até ela me atender com uma expressão raivosa em sua face e coçando seus olhos castanhos.

--- Espero que seja bem importante, pra você vir aqui as 03:00 da manhã e estuprar a minha campainha --- ela nem se quer abriu os olhos, só ficou falando enquanto esfregava seus dedos em seus globos oculares --- anda Jauregui, me diz o que está fazendo aq... --- sua frase morreu assim que ela olhou em meus olhos, e viu o estado deplorável em que eu me encontrava. Eu corri para seus braços, me acolhendo ali e sentindo uma segurança infinita. Ela não pensou duas vezes em corresponder e me puxou para dentro de sua casa, fechando a porta com seu pé --- me fala o que aconteceu pra você está assim, Lauren --- eu a apertei mais sobre mim, tentando transparecer que eu não queria falar sobre isso. Ela pareceu entender, pois não tocou mais no assunto e me deixou chorar em seus braços por horas e horas seguidas, até que eu adormeci em seus braços.

(...)

Acordei com as luzes do sol entrando pela janela e refletindo em meu rosto. Coloquei a coberta sobre meus olhos e tentei voltar a dormi, só que uma Verônica completamente arrumada surgiu na minha frente e arrancou a coberta do meu rosto.

--- Anda, Jauregui, levanta --- ela me cutucou e puxou o travesseiro em que minha cabeça estava apoiada --- Anda. Eu sei que você está acordada --- será que ela não tem nem um pouquinho de compaixão ? --- e se esta se perguntando se eu não tenho compaixão, a senhorita já sabe que a resposta é não --- é... Não sei nem por que ainda me pergunto isso --- se você não levantar, eu vou arrancar o teu pau fora, e dá pro meu cachorro comer --- Levantei em solavanco e coloquei minhas mãos não meu pau. Eu não quero perder meu único meio de prazer.

--- Já conseguiu o que queria, eu já levantei. O que você quer --- eu me dirigi até a cozinha de sua casa e me servi de uma xícara de café, já que a mesa ainda estava montada para o café da manhã.

--- Nós precisamos conversar --- ela disse enquanto se sentava ao meu lado na mesa. Eu dei um grande suspiro, eu não quero falar sobre isso.

--- Não pode ser depois, Vero. Eu não quero falar sobre isso agora --- coloquei a xícara de café sobre a mesa e abaixei minha cabeça. As lágrimas já estavam querendo se fazer presente, mas eu não quero chorar.

--- Não, não pode --- suspirei --- sua querida noiva está me ligando de cinco em cinco minutos querendo saber como você está. Ela já está começando a me encher o saco, e o pior é que nem adianta desligar a porra do celular que ela liga aqui em casa. Então a senhorita está no direito de me dizer o que aconteceu, antes que eu sai daqui da minha casa pra ir na sua estrangular a sua mulher, pra vê se ela para de me ligar --- soltei um longo suspiro antes de começar a lhe contar tudo o que aconteceu. Como eu disse Vero ficou puta me interrompia a cada palavra que eu dava, ela estava quase saindo pela porta pra ir "acabar com a Camila". Só que não vou necessário, porque Camila estava na porta toda desesperada, o que só facilitou o trabalho da Vero, que foi com tudo pra cima de Camila.

Love Never Changes G!POnde histórias criam vida. Descubra agora