3. Don't wanna us to lose what we are

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Say it louder, say it louder

Who's gonna love you like me, like me?

Say it louder, say it louder

Who's gonna touch you like me, like me?

Shameless The Weeknd

O ar condicionado estava muito gelado. Muito mesmo. E eu estava completamente sem roupa, enrolada num lençol tentando me grudar mais com o corpo apagado do meu lado. Não estava dando muito certo.

- Marco? – tentei acordá-lo e ele murmurou um "hum". – Tá muito frio aqui dentro. – sussurrei.

Ele puxou o edredom que tava no nosso pé na cama e nos cobriu, logo pegando o controle que estava jogado no chão para aumentar um pouco a temperatura do quarto. Abraçou-me de novo e voltou a dormir como se nada tivesse acontecido. E eu também faria o mesmo se o bendito não estivesse roncando.

- Marco? – o cutuquei novamente. – Pelo amor de Deus!

- Porra, como você é chata. – resmungou e começou a fazer um carinho no meu cabelo. – Dorme primeiro. – pediu e tudo que eu fiz foi realmente adormecer.

***

Onde você tá? Foi a mensagem que mandei pelo whatsapp assim que acordei sozinha às 10 horas da manhã. E menos de um minuto depois ele respondeu: Na academia, toma um café e vem pra cá.

Coloquei um maiô preto que tinha trazido na mala e um short rendado. Desci e tomei o café da manhã que se resumiu em misto quente, café e bolo de chocolate. Eu não sabia onde ficava a academia então tive que perguntar para a moça da recepção que prontamente me passou as coordenadas, não era muito longe e dava para ir andando. Cheguei lá e encostei-me a uma pilastra enquanto ele se exercitava naquelas barras de ferro que eu via muito quando era pequena na praça do bairro da minha avó, mas ali ficavam expostas em um pátio aberto. Porém, o mais interessante era que Marco estava sem camisa, com um short de seda que parecia mais um pijama, fones de ouvido e um boné preto com a aba pra trás.

Ele não demorou muito pra me ver ali e tirar os fones, abrir um sorriso e se aproximar como se as nuvens que cobriam o céu – que deveria estar completamente azul – não afetasse o seu humor.

- Bom dia. – desejou e eu semicerrei os olhos, ele nunca dava bom dia.

- Bom dia... E o que você quer?

- Caminhar na praia, descobri um atalho e a gente chega lá rapidinho.

- E qual é a desse pijama? – sorri fazendo um coque com meu próprio cabelo.

- Não é um pijama. – respondeu e me guiou até a saída de trás do pátio.

Andamos pelo atalho que era mais uma trilha até chegarmos a beira da praia, onde eu logo corri para tirar uma foto do que parecia ser a lagoa verde. A água refletia um verde muito bonito, onde no fundo era possível enxergar um tanto de pedras e a areia. Marco logo me alcançou e pediu para tirar uma foto.

- Olha se for pra tirar uma selfie, meu celular já tá cheio deles...

- Fica quietinha aí, olha pra frente! – pediu e andou para trás de mim. – Pode falar que eu sou foda.

503Onde histórias criam vida. Descubra agora