Capítulo VI

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UMA FILA de crianças foi organizada no corredor principal do primeiro complexo

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UMA FILA de crianças foi organizada no corredor principal do primeiro complexo. Todas as crianças foram trazidas de suas celas para cá por funcionários trajados com avental branco. Havia muitas crianças na fila. Ao todo, incluindo Igor e seus novos colegas (Tales e Renata), quinze enfileirados.

O que estamos fazendo aqui? Por que aplicaram aquela injeção estranha em mim? Por que a fila? Por quanto tempo aquilo duraria?

Tais perguntas não saiam da cabeça de Igor. Além de perguntas, ele também pensava em fuga, contudo, a ideia de fugir teria de esperar, pois uma tabuleta pendurada ao lado de uma porta chamara a sua atenção. A identificação da sala, escrita em tinta vermelha na tabuleta, deu um nó no estômago de Igor. SALA DA COLETA.

Igor estremeceu. As pernas ficaram bambas.

E, logo depois, sentiu mãos pesadas sobre seus ombros.

- Fique na fila, garoto, daqui a pouco é sua vez de ir para as máquinas - falou um homem ranzinza. Igor foi ajeitado na fila pelas imensas mãos do sujeito.

Todas as quinze crianças estavam diante de uma porta metálica, no fim do corredor principal, com o objetivo de terem seu sangue retirado.

- Vá embora, Igor! - gritou para si.

Os funcionários de avental aparentemente eram muito atarefados, não paravam um instante. Naquele instante, no corredor principal, havia apenas a presença de um homem - Mário Santos, informava o crachá preso no avental -, e para o terror de Igor, ele era o homem que o havia capturado. Igor jamais esqueceria aquela cicatriz horripilante, no formato de vê (V), na face do sujeito.

Renata estava atrás de Igor. Aproximou-se do ouvido dele e cochichou algo para que o mesmo se acalmasse. Ela percebeu na mesma hora que Igor ficara nervoso quando viu o cara da cicatriz. Quem não ficaria?

A mente de Igor rodopiava em temores, ideias e perguntas: Não quero ficar como Tales e Renata! Me sinto fraco... será que foi a injeção? Não quero tirar sangue! Será que vai doer? Que tipo de máquinas são essas? Qual a necessidade de tirar sangue de crianças? Será que meus pais já foram até a polícia? Eu quero sair daqui...

- Não, eu não vou, eu quero ir embora!

A voz infantil de uma garota ecoou pelo corredor.

Uma menina de aproximadamente dez anos, atordoada e com lágrimas a escorrer pela face, jogou-se no chão. - Eu quero minha mãe... MAMÃE! - os gritos eram tão pavorosos que o desespero tomou conta de todos na fila.

Naquele momento, Igor pensou em seus pais e no que eles estariam fazendo para tentar localizá-lo. Contudo, gritos mais forte da garota interromperam seu pensamento.

Mário aproximou-se e agarrou a garota.

- Fica quieta - gritou, fuzilando a garota com o olhar.

Juventude Engarrafada - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora