2. So what if you can see the darkest side of me?

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Ele era enorme.

Maior do que... Não que eu imaginasse homens com ereções por aí ou ficasse os observando com frequência. Para falar a verdade, a minha sexualidade sempre foi algo bastante obscuro, até mesmo para mim. Eu me limitava à diversão, mergulhando em livros e navegando em pesquisas na internet, coisas para ocupar a minha mente e manter a imagem decente que eu tinha a zelar. Nisso, eu e Gerard tínhamos bastante em comum.

A incógnita em pessoa.

Era do que eu o chamava mentalmente. Não fazia ideia dos seus gostos... Se as mulheres que passavam por aquela mansão iam para sua cama ou se os rapazes, homens de negócios que encontrava, eram casinhos que ele mantinha escondido aqui e ali. Quando comecei a trabalhar ali, achei que as madrugadas de lua-cheia em que desaparecia eram sinônimos de que ele tirava aquela específica noite para se divertir. Até eu descobrir o seu segredo mortal. Ele nunca deu uma pista sequer e eu não sabia se o seu membro ereto, clamando por meu olhar e por meu toque, era uma resposta clara de sua escolha.

Mas era da minha. Pois a única coisa que eu conseguia imaginar em uma falta de inocência e uma mente cheia de promiscuidade que eu não sabia existir dentro de mim, era em tomá-lo e afundá-lo em minha garganta com vontade, sugando todo aquele comprimento como uma sede exacerbada. Ainda mais por estar tão... Rígido, no ponto certo, como diriam por aí. Não sabia se era causa de sua condição, por ainda não ter voltado completamente ao normal, mas... Quem eu queria enganar?! Eu pouco me importava se Gerard estava normal ou não.

Eu o queria. E era ainda mais engraçado pelo simples fato de eu ter recém descoberto aquela vontade e pulado diretamente para o estado de aceitação. Eu não negaria, eu me entregaria... Ora, Frank, como se o seu chefe, imerso em completo transe, estivesse interessado em foder você. Aquilo definitivamente deveria ser um engano ou efeito da transformação. Volte à realidade onde Gerard era um chato e que parecia abominar tudo, Frank.

E eu tentei, mas não consegui.

Naquele instante, tudo o que eu mais desejava estava muito longe de Gerard voltar ao normal e ser o chefe insosso que era. Eu o desejava em mim, em posições que eu nem sabia se existiam, em ofegos que eu podia escutar escapando dentre meus lábios e dos dele, em movimentos... Oh, merda. Em imagens que fluíram da minha mente diretamente para entre minhas pernas, deixando aquela jeans desconfortavelmente apertada.

Eu precisava fugir, pois aquele não era o rapaz que andava naquela biblioteca o tempo inteiro e conhecia cada canto como a palma da própria mão. Ou era? Ou era aquilo tudo, aquela pessoa que eu desconhecia e que havia sido aprisionada por mim durante todos aqueles anos de uma vida inativa e sem graça?

Decidi me levantar e correr.

Era um ato perigoso, Gerard poderia deixar o animal escapar de dentro de si novamente, mas era a minha única opção. Eu não poderia continuar naquela posição: submisso, os olhos cravados no membro grosso que brincava com a minha criatividade e o corpo tremendo, correspondendo muito bem àquele olhar que Gerard me lançava. Por tanto, não deixei que o medo me levasse, quando arrastei meu corpo levemente para trás, erguendo-me em um movimento rápido e preciso.

Pouco me importei se eu não era veloz o bastante para fugir dele, e que Gerard poderia me encurralar e me alcançar em segundos, mas eu ainda fui teimoso o suficiente para lhe dar as costas e ameaçar correr. Só ameaçar.

Pois, assim que me apoiei na enorme mesa da biblioteca, por ser lerdo ao ponto de tropeçar nos próprios pés, eu o senti. A respiração quente, o calor intensificado de seu corpo recém transformado consumindo inteiramente o meu, sem nem ao menos tocar-me de fato. E eu espalmei a borda da mesa, diante de mim, encarando a parede com prateleiras repletas de livros, sentindo o ofegar de Gerard mais próximo. Ele havia me cercado mais rápido do que eu esperava.

Animal I Have Become || FrerardWhere stories live. Discover now