Happy Birthday, Cody

Sexta, 28 de Outubro de 2016

Eu tinha apenas algumas horas de vida.

Fui acordado pelo Joe. Um dos guardas me perguntou o que eu queria de especial no almoço, então pedi tudo o que eu e Joe mais gostava, e então ele almoçou comigo.

Logo depois do almoço, Joe tirou uma fotografia do bolso.

— Lembra desse dia? — Ele perguntou.

Era uma foto minha e dele. Tínhamos mais ou menos 12 anos na época. Era aniversário do Joe. Ele havia me convidado para ir em sua casa depois da aula, nós estavamos no caminho, quando milhares de diferentes raças de cachorros começaram a nós seguir de repente. Só descobrimos o porquê quando chegamos na casa do Joe. Haviam colocado carnes em nossas mochilas.

— Impossível esquecer! — Eu sorri.

— Acho que ficamos até com fobia de cachorro por algumas semanas.

— Emagrecemos uns 3 quilos de tanto correr!

Me encontrei em gargalhadas de tanto rir lembrando daquele dia, e o Joe também.

— Mas depois fizemos nossa vingança. — eu disse.

— Verdade. Foi uma vingança épica! Digna de Prêmios!

Nós ficamos em silêncio por um momento.

— Eu vou sentir sua falta, cinzas!

— Eu também, fumaça! Vou pedir a Deus para aumentar os anos de vida dos seus pulmões.

— Como bônus extra?

— Sim. Um bônus extra triplo, para retribuir uma parte do que você já fez e vai fazer por mim.

— Meus pulmões agradecem, Connor!

Ele me abraçou. Um guarda chegou e disse que ele deveria sair.

— Você tem direito de se confessar, conversar com um psicólogo e/ou ver algum parente se quiser, Connor.

— Posso falar diretamente com
Deus, não preciso de psicólogo e não tenho um parente que queira ver.

— Que pena.

Ele parecia não se importar o mínimo.

Passei as últimas horas à espera de minha morte.

— Está na hora, Connor. — Informou um dos guardas.

Meu coração começou a acelerar.
Até que não iria fazer muita diferença se a caso eu morresse do coração ou de qualquer outra coisa naquele momento.

O Guarda me pegou pelo braço e começamos a caminhar pelo corredor. Todos que haviam sido trazidos naquele ônibus azul continuavam em suas respectivas celas e estavam vivos, menos o Connor, pois havia chegado sua hora.

Fui levado para uma sala bem grande. Haviam várias cadeiras, como se minha execução fosse um show, e aquelas cadeiras eram para o público. Algumas delas estavam ocupadas, mas não prestei a atenção nos outros, apenas no Joe. Ele estava lá nos fundos, de cabeça baixa.

— Sente-se na cadeira, Connor!

Então sente sobre aquela grande e enferrujada cadeira. Um outro Guarda prendeu firmemente meus pés e minhas mãos.

— Qual será suas últimas palavras, James Andrey Connor?
— Perguntou o Guarda que havia me trazido.

— Eu não sou culpado — Gritei, todos os olhares se voltaram para mim — Mas Deus, por algum motivo, quis que eu pagasse por isso. Eu... — dei uma pausa — Eu fiz muitas coisas das quais me arrependo, mas jamas irei me arrepender de ter feito a coisa mais preciosa do mundo para mim, meu filho. — Eu sorri — Ele é um garoto incrível, sonha em prender homens más, por exemplo, como eu, apesar de ele não saber que sou assim. Ele tem uma mãe incrível e trabalhadora, tenho certeza de que ela fará o melhor pelo nosso Cody. Cody também tem o Tio Joe, que, em toda a minha vida, foi como um anjo da Guarda para mim, enquanto eu antecipava a destruição de nossos pulmões, - Joe olhou para mim, seus olhos estavam bem vermelhos, devido as lágrimas — mas mesmo assim ele me livrou de todas que pode. Não preciso nem pedir que cuide dele para mim novamente, não é, irmão? Eu te amo, Cara! E vê se fume menos...

— Eu te amo! — Ele gritou.

— Como dizem, todos temos um propósito na vida, acho que já fiz o meu. Agora, eu espero o juízo de Deus.

— Pelo poder permitido a mim, pelo estado da Geórgia, dou início a está execução. — Disse O Guarda. — Pode começar!