Terça-feira, dia 3 de Novembro, 20:32, parque Cloverfield.
Thur:
Namorado?
Como assim?
- Hm... – cocei minha nuca. – Tipo, pra valer? – porque ninguém era tão desesperado ao ponto de pedir aquilo em troca de outro favor. Quero dizer, eu o faria, se fosse pela banda, mas o faria de má vontade. Luana era bem bonitinha, mas não era meu tipo.
Nem um pouco.
Mas acho que me preocupei à toa. Porque então ela começou a rir.
Tipo, rir de verdade. Gargalhar!
O quê? Eu estava cagado ou algo do tipo?
- Você precisava ver sua cara, Arthur! – ela disse entre as risadas. – Impagável!
Uni as sobrancelhas.
Do que diabos ela estava falando?
- Eu preciso que você finja ser meu namorado pro baile de inverno no próximo sábado. – ela explicou.
- Esse sábado? – perguntei, apreensivo, porque seria a festa de Lucas e eu estaria mais ou menos – mais ou menos lê-se muito – de ressaca.
- Não, no próximo. Depois do show de sexta de vocês.
- O show com mais de 200 pessoas, certo? – perguntei, me certificando de que ela iria mesmo me ajudar.
- Sim, o show com mais de 200 pessoas... – ela revirou os olhos. Aquilo estava ficando frequente. Eu era tão repulsivo assim? Porque se fosse, não era recíproco. Sim, ela era muito estranha, mas não era feia.
Mas por que eu estou falando da aparência dela mesmo?
- É, acho que isso eu posso fazer. – concordei, mais feliz do que uma cadela no cio.
Hm... O quão gay isso ficou?
- Mas não é só isso, Arthur. – ela disse, e foi minha vez de virar os olhos. Eu sabia! Quando a esmola é demais até santo desconfia.
- Do que mais você precisa? – perguntei, sentando-me novamente. Tinha a impressão de que aquela conversa seria longa.
- Alguma noção de estilo. – ela respondeu, passando a língua pelo lábio inferior, distraída. E não sei por que, mas esse ato em particular prendeu minha atenção, e eu me arrepiei todo. O que era bizarro, porque garotas passavam a língua na boca especificamente para mim todos os dias. Porque uma punk esquisita causaria o efeito que causou, quando o fez sem nenhuma segunda intenção?
Sei lá... Talvez fosse o sono.
Sim, com certeza era o sono.
- Não sei do que você está falando... – respondi. Por que diabos todos queriam minha ajuda com roupas? Eu nem era tão bom assim, eu só... Sabia escolher as cores.
Isso era muito veado ou veado demais?
- Eu acho que você sabe muito bem do que eu tô falando. – ela se levantou, colocando a mochila nas costas. – E essas são minhas condições. Faço sua banda virar se você fingir ser meu namorado e me ajudar no quesito roupas. Você tem até amanhã pra pensar.
E então ela se foi, me deixando ali, sozinho.
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Implícito
Teen FictionEle não pode perder sua vida com os guys e a banda. Ela precisa fazer papel de menina à mãe para ganhar seu carro. Luana Brooke e Arthur Paladini são adolescentes de mundos opostos no mesmo colégio, quando se veem necessitados da ajuda um do outro e...