michael
luke conferiu seu relógio, as sobrancelhas loiras arqueadas em indecisão. mordi o lábio inferior, ansioso, observando o outro cronometrar o relógio em dez minutos.
"pronto?" indagou, fechando a porta do carro, se preparando para correr até o outro lado do estacionamento vazio.
"eu nasci pronto, luke."
corri o mais rápido que consegui. as solas dos meus tênis produziam um baque surdo ao encostarem no asfalto. luke passou por mim como um raio, se virando para me mostrar a língua. isso o fez tropeçar, me dando vantagem novamente na corrida. tínhamos dez minutos para entrar na loja, pegar alguns doces e mais umas coisas necessárias.
olhei para a placa na entrada. "empório da louise. pessoas com menos de um metro e setenta são bem-vindas!" franzi as sobrancelhas ao mesmo tempo que percebi ter uma mulher nos esperando. luke se chocou contra as minhas costas e soltou alguns palavrões. a senhora tinha um cabelo castanho cortado com perfeição e um sorriso enorme no rosto.
"e quem é essa doida aí?" ouvi luke sussurrar atrás de mim. dei uma cotovelada nele.
"imagino que você seja a louise." comentei, analisando a mulher de cima a baixo.
"bem-vindos! aqui nós temos os melhores doces caseiros da rodovia. aém de termos ganhando a competição de empório mais limpo de estrada. por dois anos seguidos!"
primeira coisa sobre louise: ela tinha uma vez super irritante que me fez querer arrancar meus ouvidos.
"desde quando existe prêmio de empório mais limpo?" luke perguntou.
"venha comigo, querido." ela colocou a mão no meu ombro, me empurrando para frente. luke tentou nos seguir, mas, louise impediu sua entrada com a outra mão.
"quantos metros você tem, querido?" semicerrou os olhos.
"uns 1,80?" luke disse, confuso.
"você leu a placa na entrada?"
luke deu alguns passos para trás, lendo a frase.
"você só pode estar brincando comigo, senhora."
"talvez se cortasse esse cabelo, conseguisse entrar." louise retrucou em tom de desaprovação. ela tornou a me empurrar. "vamos, vamos."
dirigi um olhar de desespero para o garoto loiro por cima do ombro. ele apenas ergueu o relógio, com um sorriso convencido e deu um "tchauzinho" debochado.
tentei parecer relaxado. mas, não funcionou muito bem, já que assim que entrei avistei dois adolescentes fantasiados perto do balcão.
"vocês são elfos?"
os garotos usavam macacões verdes e vermelhos, com chapéus combinando e tudo. um deles era magro e alto, com tufos de cabelo castanho espacando por debaixo do chapéu pontudo. o outro tinha sardas e era mais baixo.
"somos duendes." o com sardas disse, soando ofendido.
"um erro comum." o mais alto completou.
"ah, claro." forçei um sorriso. louise tinha sumido na parte de trás do empório, me deixando sozinho com esses dois malucos.
"estamos perto da época de natal. as crianças adoram essas coisas, sabe como é."
"aposto que sim."
fui até a prateleira de doces, pegando o máximo que meus braços conseguiam carregar. me ergui na ponta dos pés para alcançar duas latas de refrigerante na geladeira. apoiei tudo no balcão.
"vou levar isso." disse quando nenhum deles demonstrou nenhum sinal de que fosse me ajudar.
"tudo bem." responderam ao mesmo tempo e voltaram a me ignorar.
tentei não bater com a cabeça de nenhum deles na parede.
"posso levar tudo de graça, então?" perguntei, irônico.
"claro que não!" o elfo 1 respondeu.
"você é estranho." o elfo 2 inclinou a cabeça para o lado.
"ah, certo. eu que sou o estranho por aqui agora." bufei. "então, como que vai ser?"
"leia a tabela." falaram, apontando para o outro lado da loja.
parei em frente a um quadro branco, com algumas informações escritas de canetas azuis e pretas. "pagamento para doces e refrigerantes: vinte flexões."
"mas, que merda é essa...?"
"você sabe quanto o índice de obesidade aumentou nos estados unidos nas últimas décadas? bastante. vendemos os doces só por que fazem sucesso, porém, somos totalmente contras. para compensar as calorias que você ganhará, pedimos exercícios em troca, ao invés de dinheiro."
"diga não à obesidade!" o elfo 2 gritou, socando o ar.
eu era acima do peso. e estava tendo uma vida ótima desse jeito, se vocês querem saber.
mas, que opção eu tinha?
"vamos lá, então."
[...]
"esse chocolate é uma droga."
trocamos de lugar no volante, agora luke era o cara da playlist.
"cala a boca, seu merda. você não sabe os momentos de tormento que eu tive que enfrentar lá dentro."
luke girou a balagem entre os dedos e fez uma careta.
"é sem glúten."
bati a cabeça no volante.
"coma as balas, então."
luke abriu o saco de balas e jogou uma na boca. sem reclamações. graças a deus.
sem mais nada de interessante para fazer, meus pensamentos foram até josh. ah, josh. que droga. como eu sentia falta daquele idiota.
sabe, ed sheeran até que estava certo. amar é o que nos mantém vivos. e eu nunca me senti tão morto.
"pensando no josh de novo?" luke inquiriu, preocupado.
"sim."
"tudo bem?"
"sim. estou bem."
"você não parece bem, michael."
"e você parece que sabe surfar. mas, não sabe."
ele franziu o nariz.
"eu não gosto do mar."
"eu sei disso, loiro." falei com um sorriso.
"se importa se eu dormir um pouco?"
"sim."
"problema seu, então." falou e se virou pro outro lado.
soltei uma risada.
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runaway 🚗 [lrh + mgc]
Fanfiction❝Sem dúvidas, Michael Clifford e Luke Hemmings precisavam fugir do interior dos Estados Unidos.❞ [Short-fic] all rights reserved for @mukecolxrs