I - Júpiter vs Minerva

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Pov. Izabella

A bagunça começou quando meu pai resolveu que eu deveria gravar meu segundo disco com um garoto.

Não que eu seja uma pessoa que não gosta de ideia de trabalhar em dupla.
Mas ele nem mesmo quis me deixar escolher minha dupla, e só teve essa ideia porque escrevo músicas românticas e algumas pessoas querem saber quem "roubou meu coração". Mas garanto que ele está bem aqui no meu peito, batendo e pulsando meu sangue para o resto do corpo.
E não gosto mesmo do fato de ter que cantar músicas com alguém que não conheço, como se fosse apaixonada por ele.
Esse é o problema.

Mas para o Senhor Romano Martins, essa é uma ótima jogada de marketing, e é isso que ele quer. A opinião da filha não importa.

Mas vamos lá... Porque Izabella Martins não se rende tão fácil!

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− Mas eu não estou apaixonada por ninguém! − Repito pela milésima vez.

− Que bom pra você. Mas eles não são obrigados a saber − contesta meu pai, se referindo aos fãs, é claro.

− E eu vou viver essa farsa até quando?! − Exijo.

− Bem... até o público cansar e você ter que trocar de tipo de música − ele diz e atende o celular, dando o assunto por encerrado. Ele sempre faz isso. Que ódio!

Saio do escritório dele pisando com raiva e vou procurar a única pessoa que me traz calma nesses momentos: minha melhor amiga, Beatrice Shambers.

*****

− Olha amiga, essa é uma boa chance de conhecer o gato da sua vida − são essas as palavras sábias de Trice para mim.

− Eu não estou tão desesperada − digo mexendo nas minhas batatas fritas.

− Mas você não pode fazer nada. Vai se recusar a gravar? Você ama cantar. Vai deixar seu pai estragar seu sonho? − Ela tenta mais uma vez, sugando o milkshake de Ovomaltine com pedaços de amendoim dela. Não sei como bebe e come isso.

Faço uma careta, olhando para o conteúdo da taça dela.

− É claro que não. Mas talvez se eu me recusar, ele crie bom senso − digo esperançosa.

− Até parece que não conhece o Tio Júpiter − contesta ela.
Era assim que ela o chamava, pois Júpiter é a versão Romana de Zeus, o deus grego dos céus, e as vezes a personalidade do meu pai lembrava muito a de tal ser divino, e como meu pai se chamava Romano... bem, ela o chama de Júpiter.

− Ele não conhece a filha que tem. Posso ser uma ótima Minerva.

− A bruxa de Harry Potter que vira gato? Cara, ela é foda.

− Não! A forma romana de Atena, deusa da sabedoria. Você não leu Percy Jackson? − Acuso.

− Não. E não sou muito boa em mitologia grega − ela se defende.

− Tanto faz. O que importa, é que de algum jeito eu vou fazer o jogo virar. Vou conseguir, ao menos, escolher eu mesma esse tal. Você vai ver! − Garanto, jogando um punhado de batatas na boca.

***************

− Pai, precisamos conversar! − Digo já invadindo o escritório dele, que mexe no computador.

− Izabella, estou no meio de uma reunião online! − Ele reclama.

− Eu espero. − Me sento na cadeira em frente à mesa dele e cruzo braços e pernas.
Vendo que eu não vou me render, ele suspira e continua a falar com sei lá quem através da webcam.

Que tédio, eu penso. Suspiro e passo a mexer no celular.

− Então você vem na semana que vem, Gregory? − Pergunta meu pai, para o Sei Lá Quem. Ele está usando fones de ouvido, então não ouço a resposta da pessoa do outro lado da tela.

− Ótimo! Sim, ela está muito ansiosa para começar. − Eu reviro os olhos ao ouvir.

Sim, muito ansiosa, Gregory. Que besteira.

− Então até logo. Claro. E mande lembranças ao rapaz. Até - ele se despede e tira os fones, então me olha. − O que foi agora, querida?

−Já escolheu o bobo por quem estou apaixonada? Ele é ao menos bonitinho?

Ele suspira.

− Filha, Brian Johnson será um ótimo parceiro musical - ele argumenta.

− Claro. E eu já ouvi ele cantando?

− Não. Essa será sua grande estreia! − Ele tenta fingir animação.

− Legal. Um amador. − Suspiro. − Eu tive uma ideia. Você quer escolher com quem vou cantar?

− É claro! É o meu trabalho como seu empresário!

− Claro − concordo entediada. − Mas eu tenho uma ideia melhor! Quero fazer uma... negociação.

− Uma negociação? − Ele se inclina, sem fingir o interesse dessa vez. De negócios ele gosta.

− É - eu digo sorrindo. − O senhor escolhe... três ou quatro rapazes que acha bons o suficiente para cantar com a sua filhinha aqui... e eu escolho um deles. Assim, todos ganham. Mais ou menos.

− Hm... − Ele fica pensativo. − Parece uma boa proposta, se vai fazer você aderir melhor a minha ideia... Eu vou pensar! Vou fazer umas ligações e então decido!

− Obrigada, paizinho! − Pulo sorrindo e vou até ele, o abraçando.

− Ahn... Tudo bem, querida... Vá agora... tenho o que fazer... − Diz ele meio sufocado.

- Okay! Obrigada! - Eu beijo o rosto dele e saio rodopiando do escritório.

Se Minerva for mesmo real, muito obrigada! Ela realmente sempre consegue o que quer do pai.

O plano Izabella Martins está em andamento!

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N/A: Alguém por aqui? Então pessoas, este é meu primeiro conto, e é muito importante pra mim saber o que estão achando. Então não sejam tímidos e comentem! E se gostar, deixa uma estrelinha :)

Beijos de luz! *.*

Cinderella Às AvessasOnde histórias criam vida. Descubra agora