Normal

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Sentei na carteira da escola de forma desleixada. Arrumei umas folhas e meu estojo em cima da mesa, o fichário dentro da mochila encostada ao lado da carteira e me perguntei se deveria relatar esse sonho à Cris, uma velha amiga.
-Ei, gatinha. - Paulo beijou minha testa e colocou um embrulho na minha mesa. -Um mês de namoro! Parabéns pra gente!
-Parabéns por me aturar durante um mês, leãozinho! - Beijei sua bochecha, mas ele me olhou com aquela cara de quando falo besteira.
-Eu não tô te aturando. Eu gosto mesmo de você.
-Eu sei; estava brincando. -levantei da mesa e lhe dei um abraço forte. - sq pra gente. - sussurrei em seu ouvido. Como ele estava sentado na minha mesa, foi fácil beijar seus lábios. Paulo é um rapaz um pouco mais alto que eu e um bom corpo. -Vamos sair hoje?
-Sim. Onde você quer ir?- Ele me largou, mas as mãos ficaram na minha cintura.
-Que tal você ir lá em casa?
-Pode ser...mas tudo bem pela sua mãe?
-Sim, sim. Ela disse que eu deveria te convidar.
-Tudo bem então.
Enquanto o professor de física cumprimentava os primeiros alunos na porta da sala, nos sentamos. Paulo e eu sempre sentamos juntos pois gostávamos de conversar entre as aulas, quando acontecia a troca de professores.
...
Depois da aula, Paulo e eu fomos para minha casa. Muita gente faltou por ser feriado prolongado nesse final de semana
-Paulo, quando você vai pra casa? - disse, olhando para um quadro na parede da sala da minha casa.
-Não sei. - ele segurou minha mão e me beijou. -A hora que você me mandar ir.
-Então nunca vá. - sussurrei e o puxei para perto. Ele me agarrou pela cintura e colou o corpo no meu. Caí por cima dele no sofá mais próximo, mas continuamos nos beijando. Paulo me apertava a cintura e as coxas enquanto eu o beijava e mordia seu pescoço. Escutei um barulho de carro e pulei de cima dele. Meu pai chegou.
-Filha, me ajuda com as compras? - Ele reparou em mim logo que abriu a porta. -Ah, Paulo! Ela me disse que você só vinha mais tarde... - disse jogando algumas sacolas na cozinha, que ficava próximo da sala. Ele se jogou na cadeira e suspirou profundamente.
-O que houve?
-A empresa está em queda e eu posso ser demitido a qualquer momento.
-Calma, pai. O senhor é um ótimo funcionário.
-É mesmo. Nunca ví alguém ser bom no desenho como o senhor! - Paulo disse, tentando animar meu pai.
-Obrigado, gente. - Ele sorriu pra nós e se levantou - Então, mãos à obra! Hoje temos uma lasanha para fazer e quero todo mundo aqui às 16:00.
-E o almoço? - Perguntei, irônica.
-Trouxe pizza...
-Vem alguém importante hoje?
-Não. Só gosto de cozinhar.
Arrumamos as coisas e deixamos os ingredientes separados para a lasanha.

1001 noites de pesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora