Bruno

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Acelerei o carro e estava atento ao trânsito. No entanto, eu não conseguia parar de olhar para Lorena. O que mais me atraia nela era sua aparente ingênuidade e seu olhar inocente, puro.
Ela era a melhor amiga de minha irmã, ou seja, frequentava constantemente minha casa.
Eu já havia prestado atenção nela antes. O cinema desta noite, no entanto, foi a primeira oportunidade que tive para realizar o que estava reprimido dentro de mim por muito tempo. Inicialmente, o que eu sentia por Lorena era só atração sexual, mas agora é algo diferente, algo mais forte.
- aonde nós vamos? - pergunta Lorena. Parece assustada.
Abro um sorriso e olho para ela.
- você vai ver - respondo.
Já estava escuro, por volta de 20h15. Estaciono o carro em um bar em que vou com muita frequência.
- isto é um bar? - pergunta Lorena. Não respondo. Apenas olho para ela com olhar sério e saio do carro. Ela sai em seguida e me acompanha. Entramos no bar e sentamos no balcão.
- uma cerveja, por favor. - peço ao barman.
Ele então trás á nós uma cerveja e dois copos. Encho o copo de Lorena.
- beba - digo.
- mas eu não bebo, Bruno... - responde Lorena.
- Beba! - respondo, com a voz já alterada.
Lorena fica em silêncio e bebe. Ela abre um leve sorrisinho no rosto.
- é azedo - responde, ainda mantendo o sorrisinho no rosto. Sorrio. Ficamos bebendo por horas, quase sem falar um com o outro. Quando dá exatamente 21h30, decido ir embora.
- Vamos, Lorena. - digo.
- estou meio tonta. Essa bebida, além de azeda, é muito forte.
Realmente, percebe-se que Lorena está tonta. Seu olhar está vazio e ela quase não aguenta-se em pé. Seguro pelo seu braço e a levo até o carro. Á deito no banco do carona e ela dorme. Meu celular toca e, mesmo dirigindo, decido atender.
- alô? - pergunto.
- oi, Bruno? Sou eu, a Iris. Liguei pra avisar que não vou dormir em casa essa noite - diz Iris, com voz de bêbada.
- C-como assim?? Pra onde você vai? - pergunto.
- relaxa, mano. Eu vou dormir na casa de um amigo meu.
- ok, mas quero você em casa de manhã.
Ela desliga o telefone. Temia por minha irmã, pois sabia que ela corria o risco de ser estuprada. Mas eu não podia protegê-la para sempre. Eu sabia que o tal "amigo" dela era só um macho dela.
Enfim, estaciono na frente da minha casa. Carrego Lorena para dentro e a coloco na minha cama. Beijo a testa dela enquanto ela dorme e a deixo na minha cama. Por fim, vou para sala e ligo para a mãe de Lorena.
- alô? É a senhorita Castro?- pergunto.
- é ela mesma. Quem fala?
- aqui é o Bruno, irmão da Iris. Eu liguei para avisar que a Lorena vai dormir aqui em casa hoje. Ela está muito cansada.
- tá, não tem problema- responde a mãe de Lorena e desliga o telefone.
Na verdade, foi mais fácil do que eu penaei que seria. A mãe de Lorena parecia não se importar com a mesma. Parecia distante, vazia e, acima de tudo, fria. Muito fria.
Tirei minha camisa e dormi no.sofá. demorei para dormir, meus pensamentos estavam longe. Muito longe. Não parava de pensar em Lorena. Nunca desejei tanto uma mulher como Lorena. O que está acontecendo comigo? Por que me sinto de tal forma?
Enfim, fui dormir, esperando que na manhã seguinte, tudo aquilo tenha passado.

LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora