3 - Intervenção

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Enquanto andava sem rumo, o dia estava amanhecendo novamente, era incrível como a noite durava tão pouco. Meu anel vermelho que a Camis tinha feito evitava que eu me desintegrasse no sol, além disso ele ajudava a controlar meu demônio físico. Quase não vi ninguém na rua, às vezes nos meus passeios noturnos eu observava ação de bandidos. Eu não fazia nada para impedir porque não sou do tipo heroína, não me importo com isso. Os humanos que deem seu próprio jeito quanto a isso. E também sou proibida a mostrar meus poderes para qualquer um, principalmente para humanos. Mas talvez aja uma exceção para o tal Harry.

Levemente bufei frustrada, não importava o que eu falasse, ele tinha que chegar em minha mente. Falando nele, eu precisava trazê-lo para a mansão o mais rápido possível.

Fazia horas que eu andava pelas ruas, as pessoas já estavam saindo de suas casas para começar trabalhar. Eu estava faminta, precisava morder alguém, mas nada me agradava. Fui a um Fast-food tentar comer alguma coisa, pedi um sanduíche simples com refrigerante. As comidas dos humanos fazia nossa fome incontrolável amenizar um pouco, como se fosse uma distração, tirando o fato que até que tinha um gosto bom. Senti meu bolso vibrar.

- Oi? - Falei atendendo e sabendo que era a Camis.

- Onde você está? Me diz que pegou seu anel.

- Não se preocupe Camis. Eu estou bem, mas não vou voltar para casa tão cedo, preciso fazer algo antes.

- Harry? - Ela perguntou.

- Sim, pode deixar que em breve ele estará bem na sua frente. - Desliguei o telefone. A Camis era como uma mãe, ela se preocupava com todas nós. Isso me fazia senti bem, já que meus pais não davam a mínima pra gente. Mal os vi, acho que a última vez foi há cinco anos. Às vezes a única coisa que eles fazem é mandar uma carta como o Ren e mais nada. Agora eu me senti bem em ter mordido o Harry, quem sabe assim eles lembram que tem filhos?

Senti o cheiro que eu mais gostava na vida e decidi o que fazer. Fui atrás do cheiro bem perto daqui e me deparei com uma escola, alguma espécie de escola masculina. Pelo que percebi todos ali eram homens. Logo o vi entrando na escola com mais dois garotos, o que eu julguei serem os idiotas que me interromperam antes. Ouvi um toque muito alto e tive que tampar meus ouvidos com a mão, eu escutava em certa distância que os humanos não alcançavam. Aquilo tinha doído e me fez ficar zonza. Que vontade de quebrar aquele treco! Tinha me irritado.

Sentei em um galho de árvore perto dali, onde ninguém pudesse me ver, e fiquei esperando a hora certa de poder atacá-lo e pegar ele de uma vez por todas.

Demorou horas e eu já imaginava pular dali e acabar com aquela palhaçada, eu odiava esperar. Mas foi quando ele apareceu sozinho. Ótimo! Não pensei duas vezes e saltei para o seu encontro. Seus olhos se arregalaram novamente como da primeira vez.

- Você? O que está fazendo aqui?

- Chega de perguntas, lindinho. - Olhava pra ele com nenhum pingo de paciência.

- Você não se cansa?

- Tenho que te lembrar da última conversa? Eu te mordi e você vai virar um vampiro. E você vai vir comigo por bem ou por mal.

- Pare de inventar histórias. Saia daqui estranha.

- Ok, se é assim. Você mesmo que escolheu, vai ser por mal. - Um silêncio predominou o ambiente e só sentia o vento um pouco mais forte que o habitual. Tirei meu outro anel que era azul que controlava minha transformação e meus olhos imediatamente ficaram brancos logo deixando a cor vermelha à tona e ele percebeu ficando tenso, minhas presas cresceram sem pressa. Senti novamente o cheiro dele entrar nas minhas narinas e fechei os olhos instantaneamente. Quando abri ele estava com os olhos arregalados como se não acreditasse no que ele visse. O Ameacei com meus dentes a vista, mas algo me interrompeu.

Midnight Memories - H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora